
A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço!
Martinho Lutero
11/09/2008
QUE MUNDO! QUE TEMPO! QUE HORA!
Texto do Rev Caio Fabio
O mundo está muito estranho. Nunca antes o vi assim. Nem tampouco soube que ele [em estado continuo] tenha entrado em algo semelhante ao que agora de vê.Entre os homens são bilhões de seres.
Fome, consumo, lixo, sujeira, poluição, pestes, pragas, novas doenças, ar sujo, medo, depressão, pânico, doença mental, desconfiança, hostilidade, desamor, frieza afetiva, falência familiar, perda de referencias e de senso de conveniência; morte da sabedoria e glória da insensatez; desequilíbrio de poderes, controle, manipulação, indução, aldeia global, instantaneidade de tudo; ansiedade sexual, desafeição paterno-materna; corrupção, roubos, arrombamentos, seqüestros, trafico, banditismo legal, política como ação de pirataria, evolução cientifica para o bem e o mal; engenharia genética, clonagem, reprodução com controle genético, tecnologias de manipulação, alienação; religião anestésica, perda da transcendência, ódio de ser, medo do futuro, suicídio, desmaios, angustias, drogas, desagregação, ódio social, homicídios familiares; mentira e mentira, criação virtual de identidades, escuta, espionagem, invasão, vergonha, maldade, perversidade, perversão, normalização do que não é, falsificação, máscara, irrealidade, virtualidade, fantasia, pesadelo, terror, agressão, fuga, atropelamento, evasão, esconderijo, engano, distanciamento da realidade; auto-legislar, instituição do egoísmo, intolerância, fanatismo, divisão, guerra, morte, dor, promessa de vingança, vontade suicida, decisão de aniquilamento como vitória final, apequenamento planetário...
No meio ambiente vai faltar ar e água. O frio mudará de endereços, bem como o calor, as estações, as previsões. As criaturas morrerão cada vez mais; espécies inteiras morrerão, pois, se terá tudo o mais: sujeira, emissões de morte na natureza, ação predatória baseada no imediato. Os mares sobrarão, os degelos gerarão dilúvios e tsunamis, etc. A Terra se inviabilizará.
No que seja experiência normal na Terra, haverá crescente introdução de coisas espantosas, como o rugido do mar e das ondas, luzes de estranhos objetos, aparições supostamente alienígenas, expectação do imprevisível; sem falar que novas dimensões estão sendo lentamente tocadas e penetradas, e, por tal invasão humana em outras dimensões poder-se-á ver o abrir de portas assustadoras; e, assim, tornarmos nossas ficções em nossas próprias realidades aterradoras.
Do ponto de vista espiritual e religioso o que se tem é a preparação de um caminho para um Messias, ou Cristo, ou Buda, ou Santo Líder; pois, até mesmo se busca criar um novo Jesus, nascido não da descendência de Davi, mas sim da de Madalena com Jesus; enquanto se vê uma crescente busca pelo novo representante da divindade para esta nova e nascente Era do Morrer Civilizatório. Daí essa busca por evangelhos apócrifos, que permitam a criação de um novo Jesus, e que tem como seu apostolo mais fiel, Judas, o Iscariotes. Um Jesus sem coluna vertebral. Um Jesus sem forma e vazio. Um Jesus recipiente de tudo e de qualquer coisa. Um Jesus que não é o modelo, mas, ao contrario, modelado. Isto enquanto os Islâmicos querem ser os senhores de todos os homens em toda a terra. O que daí advirá será o caos.
Por isto, cada vez mais, quero investir em meus filhos e netos, pois, o melhor legado que posso deixar, além de quem sou, digo, escrevo, penso, falo, prego e anuncio, é o que a eles ensino, na esperança de que sejam preparados para os tempos ainda adiante de nós.
“Insensatos! Sabeis discernir os tempos, os ventos, as nuvens, e os outros sinais naturais, e, não sabeis discernir os sinais desta geração?” — é o que indaga Jesus.
Para quem leva isto a sério, Jesus diz:
Vigie. Fique atento. Não durma. Guarde suas luz, seu azeite. Faça o bem. Não maltrate a ninguém. Aumente seu talento. Ajude. Socorra a todos os que puder. Veja-me em cada ser humano, mas não se deixe enganar. Não siga a ninguém. O Filho do Homem não estará no interior de nenhuma casa. Ele aparecerá nos céus. Não haverá dúvidas. Por isto, mantenha os olhos fitos nas coisas dos céus. Não tema a perseguição. Pregue em todas as nações. Não se assuste com o esfriamento do amor e a proliferação da iniqüidade. Não tema. Eu venci o mundo, e ninguém arrebatará você de minha mão. Pois, estou com você até o seu ultimo dia. Mas saiba: é na sua perseverança que você salvará a sua alma para o que é eterno.
Você crê?
Nele,
Caio
03/09/2008
JORGE CAMARGO AQUI EM JEQUIÉ
Jequié,BA...19/09/2008 ÁS 19:00 NA IGREJA BATISTA DO JEQUIZINHO,COMEMORAÇÃO DO ANIVERÁRIO DA AMADA IGREJA. PRA QUEM NÃO CONHECE SEU TRABALHO,JORGE É UM DOS ICONES DO MEIO BATISTA,POETA,ESCRITOR E MUSICO,FEZ PARTICIPAÇÃO NOS VENCEDORES POR CRISTO E VÁRIAS PARCERIAS COM MUSICOS BRILHANTES COMO: JOÃO ALEXANDRE,SÉRGIO PIMENTA,ARISTEU PIRES,NELSON BOLMICAR.
VEJAM O VIDEO E CURTAM BASTATE, SOM INTELIGENTE,AGRADAVEL AOS OUVIDOS!
VEJAM O VIDEO E CURTAM BASTATE, SOM INTELIGENTE,AGRADAVEL AOS OUVIDOS!
NÃO QUERO MAIS SER EVANGÉLICO!

Texto - Pr. Ariovaldo Ramos,exerce o ministério na I igreja Batista do Morumbi
'Irmãos, uni-vos! Pastores evangélicos criam sindicato e cobram direitos trabalhistas das Igrejas'. Esse, o título da matéria, chocante, publicada pela revista Veja de 9 de junho de 1999 anunciando formação do 'Sindicato dos Pastores Evangélicos no Brasil'.
Foi a gota d'água! Ao ler a matéria acima finalmente me dei conta de que o termo 'evangélico' perdeu, por completo, seu conteúdo original. Ser evangélico, pelo menos no Brasil, não significa mais ser praticante e pregador do Evangelho (Boas Novas) de Jesus Cristo, mas, a condição de membro de um segmento do Cristianismo, com cada vez menor relacionamento histórico com a Reforma Protestante - o segmento mais complicado, controverso, dividido e contraditório do Cristianismo. O significado de ser pastor evangélico, então, é melhor nem falar, para não incorrer no risco de ser grosseiro.
Não quero mais ser evangélico! Quero voltar para Jesus Cristo, para a boa notícia que Ele é e ensinou. Voltemos a ser adoradores do Pai porque, segundo Jesus, são estes os que o Pai procura e, não, por mão de obra especializada ou por 'profissionais da fé'. Voltemos à consciência de que o Caminho, a Verdade e a Vida é uma Pessoa e não um corpo de doutrinas e/ou tradições, nascidas da tentativa de dissecarmos Deus; de que, estar no caminho, conhecer a verdade e desfrutar a vida é relacionar-se intensamente com essa Pessoa: Jesus de Nazaré, o Cristo, o Filho do Deus vivo. Quero os dogmas que nascem desse encontro: uma leitura bíblica que nos faça ver Jesus Cristo e não uma leitura bibliólatra. Não quero a espiritualidade que se sustenta em prodígios, no mínimo discutíveis, e sim, a que se manifesta no caráter.
Chega dessa 'diabose'! Voltemos à graça, à centralidade da cruz, onde tudo foi consumado. Voltemos à consciência de que fomos achados por Ele, que começou em cada filho Seu algo que vai completar: voltemos às orações e jejuns, não como fruto de obrigação ou moeda de troca, mas, como namoro apaixonado com o Ser amado da alma resgatada.
Voltemos ao amor, à convicção de que ser cristão é amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos: voltemos aos irmãos, não como membros de um sindicato, de um clube, ou de uma sociedade anônima, mas, como membros do corpo de Cristo. Quero relacionar-me com eles como as crianças relacionam-se com os que as alimentam - em profundo amor e senso de dependência: quero voltar a ser guardião de meu irmão e não seu juiz. Voltemos ao amor que agasalha no frio, assiste na dor, dessedenta na sede, alimenta na fome, que reparte, que não usa o pronome 'meu', mas, o pronome 'nosso'.
Para que os títulos: 'pastor', 'reverendo', 'bispo', 'apóstolo', o que eles significam, se todos são sacerdotes? Quero voltar a ser leigo! Para que o clericalismo? Voltemos, ao sermos servos uns dos outros aos dons do corpo que correm soltos e dão o tom litúrgico da reunião dos santos; ao, 'onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu lá estarei' de Mateus 18.20. Que o culto seja do povo e não dos dirigentes - chega de show! Voltemos aos presbíteros e diáconos, não como títulos, mas, como função: os que, sob unção da igreja local, cuidam da ministração da Palavra, da vida de oração da comunidade e para que ninguém tenha necessidade, seja material, espiritual ou social. Chega de ministérios megalômanos onde o povo de Deus é mão de obra ou massa de manobra!
Para que os templos, o institucionalismo, o denominacionalismo? Voltemos às catacumbas, à igreja local. Por que o pulpitocentrismo? Voltemos ao 'instruí-vos uns aos outros' (Cl 3. 16).
Por que a pressão pelo crescimento? Jesus Cristo não nos ordenou a sermos uma Igreja que cresce, mas, uma Igreja que aparece: 'Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. '(Mt 5.16). Vamos anunciar com nossa vida, serviço e palavras 'todo o Evangelho ao homem... a todos os homens'. Deixemos o crescimento para o Espírito Santo que 'acrescenta dia a dia os que haverão de ser salvos', sem adulterar a mensagem.
02/09/2008
CRIANÇAS QUE SE TORNAM PASTORES E APÓSTOLOS!

Texto Heuring Felix
vejam este video,o que estão fazendo com nossas crianças!
Estava passando em uma avenida na cidade Jequié e uma propaganda em outdoor me chamou a atenção,era uma propagada de um congresso do G12 que convocava toda a população para ver os astros da pregação, com a participação do apostolo mirim, uma criança de 12 anos de idade. Me veio na memória que essa situação não é ‘’privilégio’’ do presente e sim do passado,engraçado que fanatismo e ignorância sempre estiveram presente em todo o processo histórico da humanidade, não seria diferente crianças e adolescentes se envolverem com ilusões religiosas,na Alemanha e na França no período das cruzadas, houve dois casos de crianças que se tornaram lideres .
No primeiro movimento, Nicholas, um pastor da Alemanha, conduziu um grupo através dos Alpes até à Itália, na primavera de 1212. Cerca de 7.000 chegaram a Génova no final de Agosto. No entanto, como as águas do Mediterrâneo não se afastaram para eles poderem passar como prometido, o grupo separou-se. Alguns regressaram para casa, outros poderão ter-se dirigido para Roma e outros terão viajado até Marselha onde provavelmente terão sido vendidos como escravos. Poucos conseguiram regressar a casa e nenhum chegou à Terra Santa.

O segundo movimento foi conduzido por um "jovem pastor" chamado Stephen de Cloyes que em Junho de 1212 afirmou ser portador de uma carta de Jesus para o rei de França. Tendo conseguido atrair uma multidão de mais de 30.000 pessoas, dirigiu-se para Saint-Denis onde foi visto a praticar milagres. Aí, terão recebido de Filipe II, aconselhado pelos sábios da Universidade de Paris, ordens para dispersar, que a maioria terá seguido.
A ignorância de muitos vem na justificação de que o messias quando criança já ensinava a doutores,ora, sabemos que a criança judaica ela aprende cedo as leis da torá, não seria diferente com Jesus, o grande problema é trazer justamente uma cultura de um povo e tentar aplicar na sua,quando lugar de criança é na escola e brincando, para que não se perca a inocência,inocência essa que Jesus enfatizou e colocou como mérito para alcançar a graça, pois elas são de fato o reino dos céus e da luz. São tempos difíceis, quando vejo tudo que está acontecendo hoje, fico na esperança de que Jesus volte logo,por que a cada dia a situação fica mais feia do que já está, este evangelho que está ai Sodoma e Gomorra tem que mudar historicamente e serem reconhecidas como cidades santas!
01/09/2008
ENTREVISTA COM JOÃO ALEXANDRE

Fonte: Cristianismo Hoje
“A Igreja anda pulando a cerca”
João Alexandre tem apenas 43 anos, mas já pode ser considerado uma referência da música evangélica brasileira. Como artista, ele se considera fruto do trabalho de pioneiros como os Vencedores por Cristo, iniciado quando ele ainda era criança – mas seu som é de gente grande. Instrumentista, cantor e compositor dos mais celebrados por aqueles que curtem música cristã como arte, e não apenas veículo de evangelização, João tem muitos fãs Brasil afora. Mas não é muito chegado às badalações do showbiz gospel nacional. Talvez por isso, não tenha estourado nas paradas de sucesso do segmento nem vendido milhões de discos. Mas não importa– para ele, o que vale mesmo é cantar coisas sobre a essência de Deus, título de uma das suas mais conhecidas canções.Nesta conversa com CRISTIANISMO HOJE, João Alexandre fala de música, carreira, vida com Deus e fé. E, como não poderia deixar de ser, analisa a repercussão de seu último e mais polêmico trabalho, É proibido pensar, no qual bate pesado em algumas das mazelas da Igreja Evangélica contemporânea. E o fez sem rancor, mas conscientemente: “Prefiro cantar o que as pessoas precisam ouvir”, dispara.
CRISTIANISMO HOJE - É proibido pensar, seu último trabalho, teve intensa repercussão dentro e fora do segmento evangélico. Você esperava tamanha visibilidade?
JOÃO ALEXANDRE - Sem dúvida nenhuma, tal visibilidade se deve à internet. O vídeo criado por um internauta em cima da faixa-título do CD, colocado no YouTube, acabou, no fim das contas, por mostrar de forma mais direta o significado de alguns de meus versos, antes só compreendidos pelo nicho evangélico. O vídeo também contribuiu para mostrar aos que não são evangélicos que nem todos os crentes pensam do mesmo jeito ou concordam sobre a realidade atual das igrejas no Brasil.
O vídeo teve, até o fim de junho, mais de 150 mil visitas. Você conhece o autor?
Conheci o autor só na internet e, curiosamente, descobri que ele também gosta de alguns grupos e cantores que poderiam bem se encaixar no seu próprio vídeo, junto com os outros que colocou. Então, enquanto para mim a música foi uma questão de posicionamento pessoal e crítica diante das falcatruas pregadas no meio evangélico, chego à conclusão de que houve também uma questão de marketing pessoal por parte dele.
Em quê você pensou para fazer a música?
Pensei na superficialidade, na irrelevância e na impertinência que caracteriza o discurso evangélico de hoje. Temos uma verdadeira chuva de evangelhos diferentes, transformando-nos mais em clientes que acham que o Todo-Poderoso precisa se adaptar ao nosso jeito de viver e aos nossos caprichos. Acontece que só existe um Evangelho a ser pregado, o verdadeiro e eterno! Que tipos de reação, favoráveis e desfavoráveis, você recebeu a partir do lançamento de É proibido pensar, Houve de tudo um pouco. Irmãos mais chegados chegaram a me telefonar para saber se eu estava bem ou abatido com as críticas; outros pensaram que eu estava desviado dos caminhos do Senhor. Recebi e-mails me encorajando e me ofendendo - um deles, bem engraçado, cheio de erros de português e me classificando como "enfeliz" e "impócrita". Outras mensagens diziam que eu preciso me converter e me acusaram de ter feito a música para vender CD. Mas estou bem tranqüilo e não perdi o sono por causa disso. Levei quase três anos para compor É proibido pensar, depois de ouvir muitos conselhos de irmãos e amigos. Não é de hoje que tenho vergonha de ser chamado de evangélico; prefiro o título de cristão, pois fica mais parecido com Cristo, o noivo, e menos comprometedor em relação à Igreja, a noiva. Isso porque o primeiro permanece fiel, mas a segunda anda pulando a cerca...Existe um pensamento no meio evangélico de que líderes e ministérios são, de certa forma, intocáveis. A crítica é tratada como rebeldia.
Dentro deste raciocínio, a citação de nomes e ministérios na música não foi uma atitude perigosa para sua imagem como artista evangélico?
É muito engraçada a atitude de alguns músicos e líderes que conheço. A grande maioria que ouviu a canção concorda comigo em número, gênero e grau - mas, na hora em que os desafio a caminhar junto comigo, levantando a bandeira da verdade, pulam fora, sob o discurso covarde de que existem poucos profetas e eles são assim mesmo, não conseguem se calar. Dentro de mim, muitas vezes, bate aquele sentimento de que estou sozinho mesmo, denunciando o que todos vêem mas não têm coragem de dizer. Para ser bem sincero, às vezes em sinto um boi de piranha. Existem raras exceções, mas os músicos e líderes, mesmo concordando comigo, preferem manter sua imagem de sempre, adoçando milhões de ouvidos, cantando e pregando o que todo mundo gosta de ouvir. Pois bem, eu prefiro cantar os que as pessoas precisam ouvir.
Há um nítido antagonismo entre o trabalho musical feito na época do início de sua carreira e a chamada música gospel, que se popularizou em meados dos anos 1990. Quais são as principais diferenças entre as duas fases?
Eu tenho 43 anos. Meus ouvidos foram influenciados por compositores fantásticos e muito profícuos, como Milton Nascimento, Chico Buarque, todo pessoal do Clube de Esquina, a bossa nova com Tom Jobim etc. Naquele tempo, o cantor e sua música tinham o objetivo de levar pessoas ao crescimento intelectual e cultural também. Assim sendo, os compositores cristãos da época, seguindo a influência dos músicos populares, compunham suas canções para levar as pessoas até Jesus, preocupados com poesia e uma musicalidade bem estruturada. Hoje, vê-se que a música e mesmo o nome de Jesus são estratégias de marketing para que se chegue a alguém - que pode ser o próprio cantor ou ainda a denominação ou movimento que o patrocina. O lance é vender imagens, na maioria das vezes, ricas em promoção e paupérrimas em conteúdo musical, espiritual e profético. No Brasil, o termo gospel foi importado para dentro das igrejas como estratégia de marketing, pois nada tem a ver conosco, começando pelo nome - e a gente, infelizmente, ainda se contenta em ser americano de segunda ao invés de brasileiro de primeira. O cenário atual é um reflexo da influência da cultura desmiolada das massas.
Quarenta anos depois do surgimento dos Vencedores por Cristo, qual seu legado para a Igreja brasileira hoje?
Não há como negar todo o legado plantado por gente que fez parte desse trabalho, como Sérgio Pimenta, Nelson Bomilcar, Guilherme Kerr, Aristeu Pires, entre tantos outros. Foram eles que primeiro plantaram algo brasileiro neste país, menos importado, descolonizando. Eles, por assim dizer, deram a cara da música cristã brasileira.
Que artistas você destaca na música evangélica brasileira de hoje?
Eu posso ser injusto neste momento, me esquecendo de muita gente, já que o Brasil é um celeiro de compositores maravilhosos. Mas, vamos lá: Stênio e Edílson Nogueira; Glauber Placa; Gladir Cabral; Silvestre Khulman; Sérgio e Marivone; Grupo Expresso Luz; Carlinhos Veiga; Sal da Terra; Roberto Diamanso; Gerson Borges; Jorge Camargo; Gláucia Carvalho; Arlindo Lima; Tiago Viana... Como trabalhos mais recentes, tem o Crombie, de Niterói, no Rio de Janeiro. Seu som é para ser ouvido e degustado.
Você costuma adotar posição crítica em relação ao trabalho das grandes gravadoras evangélicas, sobretudo em relação à ênfase que dão no aspecto comercial. No momento em que as vendagens de CDs sofrem forte queda, a partir da disseminação da música digital e do advento da pirataria, que futuro você vislumbra para estas empresas? O que deve lhes acontecer nesta era de MP3, YouTube e internet?
Isso já havia sido, digamos, profetizado. Refiro-me à quebra das gravadoras. Quando o dinheiro se transforma em objetivo ao invés de conseqüência, é inevitável que a coisa desande mesmo. O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Cada um segue seu caminho independente e o músico, daqui para a frente, viverá de suas apresentações e de suas vendas ao vivo, bem mais do que das lojas que vendem seus CDs. Claro que ainda existe muita gente que compra CD simplesmente em apoio ao trabalho dos músicos que admiram e amam. O problema do Brasil sempre foi a impunidade, e o músico, pirateado, copiado e estuprado em sua arte, depende totalmente de Deus para sobreviver. O pessoal faz de tudo, desde tocar em casamento até dar aulas particulares. Mas só se estabiliza quem tem competência, é claro. Confesso que pensar no assunto me deixa um pouco incomodado, mas tenho Jesus e minha família e isso é tudo o que importa na vida. O jeito é olhar para os lírios do campo. Mesmo sabendo que essa opção poderia me custar muitos CDs a menos vendidos, saí das estruturas das poderosas gravadoras evangélicas. Meti as caras mesmo, e com o apoio incondicional de minha mulher e meu filho, escolhi caminhar profissionalmente sozinho e agradar a um ouvido só, o de Deus. Incluir a participação de Tirza e Felipe em sua carreira foi uma opção pensada ou algo que simplesmente ocorreu? Eles são a minha melhor parte. Sem eles, não sou ninguém. Nenhum tipo de sucesso compensaria um fracasso dentro de casa; eu sacrificaria meu talento, meu violão e até a minha voz, se precisasse, em favor de estar com eles, que me amam pelo que sou e não só pelo que faço. Minha família me autentica a viver o que canto e a cantar o que vivo. Além disso, ainda são parte do meu trabalho, sou abençoado e privilegiado por tê-los vivendo e trabalhando ao meu lado. O Felipe já toca música instrumental profissionalmente e tem sido uma luz e um testemunho vivo de Jesus no meio de outros músicos, graças a Deus.Além de cantor e compositor, você também é um requisitado produtor musical.
O que tem feito ultimamente, em termos profissionais?
Tenho um home studio, que construí em minha casa, que fica em Paulínia, São Paulo. É uma estrutura bem simples, básica e funcional, onde arranjo, gravo e faço 99% de minhas produções. Minha atividade de arranjador, embora exija mais tempo e me dê pouco retorno financeiro, é extremamente prazerosa, já que acaba por me dar a oportunidade de me tornar quase um segundo compositor das canções de outros irmãos. Ter pessoas que acreditam e confiam suas canções ao meu trabalho de arranjador e produtor musical é um presente de Deus e uma honra impagável. Produzir musicalmente alguém dentro de um estúdio de gravação exige muita convivência pessoal, pois é preciso fazer brotar aquele artista de si mesmo - então, quando fazemos isso, construímos juntos uma história.
Que igreja você freqüenta?
Sou presbiteriano, atualmente membro da Igreja Presbiteriana do bairro da Saúde, em São Paulo. Após o sucesso de É proibido pensar, seus fãs ficam na expectativa do que virá em seguida.
Já há outro álbum em andamento?
O próximo trabalho é um CD chamado Do outro lado do mar, com muitas participações importantes e músicos fantásticos. O título do CD é de uma das canções que compus com o pastor Caio Fábio, há muitos anos. A letra fala sobre o encontro de Jesus com o endemoninhado gadareno, que aconteceu depois que o Senhor mandou o mar se acalmar durante a travessia. Sai até o fim do ano, se Deus permitir.
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