A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço!

Martinho Lutero

23/12/2011

O Natal e o Nome do Menino !


Por Augustus Nicodemus Lopes


"Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles" (Mateus 1:21).
De acordo com o relato acima do Evangelho de Mateus, o nome de Jesus Cristo foi dado pelo anjo Gabriel quando anunciou seu nascimento a José, desposado com a virgem Maria. Gabriel não somente disse que Maria estava grávida pelo Espírito Santo de Deus como orientou José a chamar o filho de "Jesus".


A razão para este nome, cuja raiz em hebraico significa "salvar," é que aquele menino, filho de Maria e Filho de Deus, haveria de salvar o seu povo dos seus pecados, conforme anunciou o anjo.

Não precisamos ir mais longe do que isso para entender o significado do Natal. Está tudo no nome do Menino. No nome dele, Jesus, temos a razão para seu nascimento, a sua identidade e a missão de sua vida. Em outras palavras, aquilo que o Natal realmente representa.

A razão do seu nascimento é simplesmente esta, que somos pecadores, estamos perdidos, não podemos resolver este problema por nós mesmos e precisamos desesperadamente de um Salvador, alguém que nos livre das consequências passadas, presentes e futuras dos nossos erros. Deus atendeu nossa necessidade escolhendo um homem como nós para ser nosso representante e Salvador, alguém que partilhasse da nossa humanidade e fosse um de nós. Esse homem nasceu há dois mil anos naquela manjedoura da cidade de Belém, num pais remoto, lá no Antigo Oriente. E ganhou o nome de Jesus por este motivo.


Sua missão era assumir nosso lugar como nosso representante diante de Deus e sofrer todas as consequências de nossos pecados, erros, iniqüidade, desvios e desobediências. Em vez de castigar-nos com a morte eterna, como merecemos, Deus faria com que ele a experimentasse em nosso lugar, que ele experimentasse toda dor e sofrimento conseqüentes dos nossos pecados. Essa missão foi revelada logo ao nascer pelo anjo Gabriel ao recitar seu nome a José: Jesus.

Para nos salvar de nossos pecados, ele teria de sofrer e morrer, ser sepultado, ficar sob o domínio da morte e desta forma pagar inteiramente nossa dívida para com Deus. Somente assim poderíamos ser salvos das consequências eternas de nossa desobediência. Mas, para que os benefícios de seu sofrimento e de sua morte pudessem ser transferidos a outros seres humanos, ele não poderia ter pecado ou culpa pois, senão, ao morrer, estaria simplesmente recebendo o salário do seu próprio pecado. Mas, se ele fosse inocente, sem pecado e perfeito, sua morte teria valor para os pecadores. Por este motivo, ele foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria, ainda virgem, Filho de Deus, sem pecado. O Salvador tinha que ser Deus e homem ao mesmo tempo.

Quando um colunista, que objeta ao nascimento sobrenatural de Jesus, escreveu recentemente em um jornal de grande circulação de São Paulo que virgens não dão à luz todos os dias, ele estava mais certo do que pensava. Esse é o único caso. Jesus é único. Deus e homem numa só pessoa. Nem antes e nem depois dele virgens engravidam sobrenaturalmente. Da mesma forma que Deus não cria mundos todos os dias, também não gera salvadores de virgens cotidianamente. Pois nos basta este.

O famoso teólogo suíço Emil Brunner disse que todo homem tem um problema no passado, no presente e no futuro. No passado, culpa. No presente, medo. E no futuro, a morte. Jesus nos salva de todas estas consequências do pecado: nos perdoa da culpa de nossos erros passados, nos livra no presente do medo ao andar conosco e nos livrará da morte pois ressurgiu dos mortos e vive à direita de Deus. Um dia haverá de nos ressuscitar.
É isto que o Natal representa. É por isto que os cristãos o celebram com tanta gratidão e alegria. Nasceu o Salvador. Nasceu Jesus! Como este anúncio alegra o coração daqueles que têm culpa, sentem medo e sabem que vão morrer!



19/12/2011

4 Razões porque eu não assisti o festival Promessas da Rede Globo.

Por: Renato Vargens

"Aleluia! Chegamos lá! Que Bênção, o Brasil todo está vendo a música gospel na tela da Globo. Aha, Uhu, a Globo é nossa!

Pois é, essas são algumas frases que recebi de irmãos em Cristo sobre o Festival Promessas, promovido pela Rede Globo de Televisão. Ao contrário destes e de milhares de evangélicos deste país, eu não vejo esse evento com bons olhos. Na verdade, a impressão que tenho sobre este festival é a pior possível.

Ora, vamos combinar uma coisa? É ingenuidade da nossa parte achar que a Vênus Platinada, resolveu alegremente privilegiar a música evangélica brasileira, não é verdade? É claro que os interesses globais estão bem além dos ritmos e melodias entoadas pelos cantores evangélicos tupiniquins.

Isto posto enumero dentre muitas, pelo menos 04 razões pelas quais eu não assisti o Festival promessas:

1- A motivação da Rede Globo de televisão é exclusivamente financeira. É sabido que os evangélicos são os que menos pirateiam CDS e DVDS. Um publico deste tipo é interessantíssimo, o que contribui para o desejo platinado de adentrar em um mercado tão promissor.

2- A briga com a Record. A Globo nitidamente resolveu polarizar com a Rede Record tentando trazer para o seu lado milhões de evangélicos decepcionados com a TV de Edir Macedo. Na verdade, o objetivo final da emissora carioca é audiência, dinheiro e novos negócios além é claro de esvaziar a audiência da concorrente.

3- O famigerado show business evangélico. Os shows evangélicos afrontam o nome de Deus. Em nome de um cristianismo tosco, cantores comercializam a fé fazendo da adoração ao Senhor um grande e bom negócio.

4- A industria do entretenimento gospel. Em nenhum momento nós vemos nas Escrituras qualquer tipo de mandamento ou instrução por parte do Senhor de que a Igreja deveria promover entretenimento. A igreja foi chamada para glorificar a Cristo e pregar o Evangelho da Salvação Eterna. Ao fazer de Deus seu instrumento de lazer e descontração, a igreja peca contra o sétimo mandamento tomando o nome do Senhor em vão.

Pense nisso!

Fonte: [ Blog do autor ]

Concordo com o Pr. Renato Vargens e assino embaixo. Eu na verdade fui conferir o video compacto deste festival para investigar o que ocorreu. Resultado: uma vergonha!!!

Os únicos que ganharam com este festival "antropocêntrico" foi a Globo e os próprios "cantores profissionais". Imaginem que este festival custou aos cofres públicos o valor de R$2,9 milhões (veja aqui). Ora, não precisa ser expert em organização de eventos para saber que um show desse porte não custa somente isso! Existem sim valores não divulgados provindos de patrocínios e também da própria Globo, além de outras fontes de lucros não declarados. Imaginem para quem vai grande parte desta verba como cachê...

Sem falar nos "artistas" contratados para participar do evento. O que existe de mais pobre no contexto teologico em musicalidade estão expressos nas letras destas músicas apresentadas. As mesmas contém muitos, mas muitos erros teológicos, alguns deles gravíssimos, sem falar no antropocentrismo das músicas e nos comportamentos dos artistas e seus seguidores.

Não consegui assistir até o final para chegar a conclusão, repito novamente: uma vergonha!

"Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com entendimento". 1 Co 14:15
Resto do Post

18/12/2011

Dez Lições Que Aprendi de Meu Pai!



Por:  Rev John Piper


Quando meu pai me convidou para falar em seu banquete de “não aposentar-se” (embora estivesse se aposentando, perante a lei) aos oitenta anos de idade, eu não tive de orar sobre o assunto. Não havia dúvidas quanto à vontade do Senhor. Um filho sempre dirá “sim” e honrará seu pai. Contei aos convidados que diria estas palavras no funeral de meu pai, mas que era uma grande honra e alegria poder dizê-las na presença dele. Agora estou publicando-as, para que outros as leiam, quando ele ainda está vivo e serve no ministério. Que esta honra se propague. Deus tem sido gracioso para comigo.




1) Quando as coisas não acontecem do modo desejado, Deus sempre as faz concorrer para o bem.



Em nosso lar, Romanos 8.28 era tão proeminente como João 3.16. Eu o aprendi dos lábios de meu pai: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. Isso se tornou o alicerce de minha vida. É assim que Deus é. A vida é árdua. Deus é soberano. Deus é bom.



2) Podemos confiar em Deus.



Meu pai nunca murmurou ante as providências de Deus, nem mesmo quando Ele levou mamãe aos cinqüenta e cinco anos de idade. Foi uma perda imensa. A tristeza foi demorada. Mas nunca duvidamos de Deus. “Neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer o homem?” (Salmos 56.11).



3) As pessoas estão perdidas e precisam ser salvas por meio da fé em Jesus.



Meu pai era um evangelista. A sua ausência de casa, em viagens evangelísticas, durante quase um terço de minha vida, incutiu-me uma mensagem primordial: o inferno é real e terrível, e Jesus é um grande Salvador. Mamãe sempre sugeriu que a ausência de papai era um privilégio glorioso que tínhamos de apoiar. Naquela época, nunca pensei em ressentir-me de sua necessidade de ausentar-se, como não o penso até hoje.



4) A vida é precária e preciosa. Não presuma que certamente amanhã você estará vivo. Não desperdice a sua vida hoje.



“Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hebreus 9.27). Ouvi meu pai dizer estas palavras muitas vezes, enquanto pregava. Eram palavras ameaçadoras e, ao mesmo tempo, boas para mim. “Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz” (Provérbios 27.1). Papai sabia — por isso, eu também sabia — muitas histórias de jovens que haviam sido mortos antes de estarem prontos para se encontrarem com Deus. O mundo era um lugar muito sério onde cresceríamos.



5) Um coração feliz é como um remédio excelente, e Cristo é Aquele que satisfaz o coração.



Meu pai era e continua sendo o homem mais feliz que já conheci. Em um sermão intitulado “Salvo, Seguro e Satisfeito”, ele disse: “Ele é Deus. Quando confiamos nEle, temos o próprio Deus e tudo o que Ele possui. Não podemos ser nada além de pessoas satisfeitas com a perfeita plenitude de Cristo”. No que diz respeito ao amor pelas coisas espirituais, nosso lar foi o mais feliz que já conheci.





6) Um crente é um grande realizador, e não um grande proibidor.



Éramos fundamentalistas — procurando viver sem arrogância. E tínhamos nossa lista de coisas proibidas. Mas isso não era o mais importante. Deus era o mais importante. E Deus era digno de tudo.



7) A vida cristã é sobrenatural.



O viver cristão não é possível sem o Espírito Santo, que age em resposta à oração. Em minha memória não há uma noite em que minha família não orou reunida, à medida que crescíamos.



8) A doutrina bíblica é importante, mas não surre as pessoas com essa doutrina.



Papai lamentava pelas escolas e pessoas da família que dividiam aquilo que a Bíblia mantém junto: Falar “a verdade em amor” (Efésios 4.15). Verdade e amor. Esta é uma ótima união. Mantenha-os juntos, filho.



9) Respeite sua mãe.



Se quiséssemos ver papai irado, era só falarmos insolentemente com mamãe. “Honre a sua mãe” é o que Deus ordena. E papai sabia o preço que ela pagava por concordar que ele viajasse. Ai do filho que falasse uma palavra depreciadora desta grande mulher!



10) Seja aquilo para o que Deus o criou, não seja outra pessoa.



Se você é baixo, forme um time chamado “Batatinhas Difíceis de Descascar”. Ele nunca me pressionou a ser um pastor. Filho, busque a vontade de Deus acima de todas as coisas. E seja aquilo para o que Deus o criou.



Escrevo com profunda afeição. Muito obrigado, papai!

O Falastrão Malafaia e a Rede Globo – quando lhe é conveniente






Fonte: Genizah


Ele fala e o povo dele baixa a cabeça, está mais para Mamafaia, não é possível alguém tagarelar como ele, dizendo para explodir a audiência da Rede Globo, PARA COM ISSO!, poupe-me daquela programação que foi detonada a semana toda nos blogs e meios de comunicação, não quero nem saber quem vai cantar, sei que não compactuo com o aquele marketing explorador e com pessoas gananciosas querendo se aparecer a qualquer custo, é o tal do evangelismo moderno. E o senhor Mamafaia como sempre querendo tirar vantagem da situação querendo uns minutinhos para exibir seu programa na Rede Globo e querendo atacar um canal específico, de um bispo específico (que não estou defendendo!), vem com essa história de audiência, de 01 hora de louvor e adoração em um canal que sempre humilhou os cristãos e agora querem se promover à custa de alguns, é uma vergonha!






E após utilizar o Twitter para destilar seu veneno, tomou porrada do povo, e logo veio retrucando que editoras e gravadoras também te interesses comerciais. Pode até ser, mas muitas são compromissadas com a Verdade e com teologia de verdade!





E não parou por ai, em seu site Verdade Gospel Mamafaia postou:





“Será uma hora de louvor e adoração, uma oportunidade escancarada para falar de Cristo. Mas eu queria entender algumas pessoas do meio evangélico que criticam ferozmente o evento da Globo por acharem que há interesses comerciais. Acho que quem pensa assim está precisando ler mais a Bíblia, que enfatiza que importa que o Evangelho seja pregado, seja por escândalo, seja por briga. E quem falou isso foi o apóstolo Paulo, não eu”.





Para com isso Mamafaia, não é bem assim que funciona o verdadeiro Evangelho de Paulo, e para confrontar-te, exponho um trecho do artigo do site GENIZAH Silas Malafaia - É o novo bozó x o quê glorifica a Deus?, de Danilo Fernandes:













Paulo nunca preconizou uma guerra ao estilo cruzada, um tipo de arrastão de Gizuz ou qualquer forma de imposição brutal das Boas Novas ao mundo . Meu Deus quanta tolice!





O Evangelho não desce goela abaixo. Não invade lares pela tela da TV e penetra nas pessoas, segundo a nossa vontade, ou apenas porque estamos assistindo em posição de sentido gospel, com a mão no coração! Nossa obrigação é pregar (para o) e amar o próximo, deixando o Espírito de Deus fazer a Sua Obra. Música gospel não evangeliza ninguém. Quem consome música gospel e gosta desta já é crente, (ou levita, risos).





O escândalo para o mundo é o testemunho de vida do cristão que enxerga a Cruz e escandaliza os que não conseguem entender a lógica dos dons de Espirito na vida do crente, mesmo diante das lutas do mundo. Aquela lógica que nos faz sair do conforto de nossas casas para pregar o evangelho aos aflitos nos confins da terra, acolher os que necessitam, amar os quem ninguém ama, desatar laços carnais em prol dos objetivos do Reino, glorificar e agradecer a Deus na desgraça. Sim! Na desgraça, principalmente.





Nada mais a acrescentar a Mamafaia, (não merece nem que perdermos nosso tempo), deixamos-o com uma Carta de Paulo aos Filipenses, também citado por Danilo no site Genizah:









Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo; Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus. E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho; De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares; E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor. Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa vontade; Uns, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões. Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho. Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda. Filipenses 1:10-18


O pastor Silas Malafaia, que de acordo com a Folha de São Paulo seria o grande idealizador do festival, também comemorou a programação em seu Twitter, e não foi só isso, ele também pagou por uma das propagandas exibidas nos intervalos do programa Festival Promessas.


Malafaia já havia profetizado que um dia estaria na emissora carioca falando de Jesus. Quem se lembrou dessa palavra foi o pastor Vicente Sabbatino que escreveu: “O Profeta de nossa geração disse que um dia estaríamos na Globo. O Festival Promessas é apenas o primeiro ato de uma sinfonia de vitória.”

Escola Adventista cobra dízimos na folha de pagamento de seus funcionários



Fonte:Correio Brasiliense


10/12/2011


Uma prática tradicional nas igrejas que se tornou comum em partidos políticos chegou agora às instituições de ensino. Depois de descontar o dízimo (valor referente a 10% do salário) diretamente no contracheque de seus empregados distribuídos nas unidades do Distrito Federal, de Mato Grosso, de Mato Grosso do Sul, de Tocantins e de Goiás — que reúnem mais de 3 mil funcionários —, a Escola Adventista precisou assinar um termo com o Ministério Público do Trabalho. Para não pagar uma multa, ela se comprometeu a não fazer mais a arrecadação a partir deste mês.



Em alguns locais, a cobrança era feita havia mais de um ano. A procuradora do Trabalho da 10ª Região Valesca Monte explicou que a denúncia surgiu em Araguaína (TO), onde a instituição de ensino primeiro fez o compromisso de não exigir mais a contribuição. “O processo veio para que pudéssemos ajustar isso nacionalmente, para que todas as unidades da escola fossem obrigadas a se adequar à lei”, disse.



Segundo a procuradora, pela legislação, o empregador não pode fazer qualquer desconto no salário dos empregados, exceto a título de adiantamento ou nos casos em que há regulação por lei específica ou por contrato coletivo. Outra hipótese é a autorização prévia do trabalhador para que ele participe de programa odontológico, médico, de previdência privada ou se associe a alguma cooperativa. “O dízimo não está previsto em nenhuma dessas hipóteses. O desconto é ilegal”, afirmou Valesca.



A Escola Adventista alegou que a prática era realizada a pedido dos funcionários que são membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, por uma questão de comodidade para eles, que não precisavam levar o dinheiro para os seus locais de culto. “O desconto não era feito de todos, nem mesmo da metade. Até porque, nas nossas escolas, a maioria dos funcionários não é adventista. O dinheiro ia diretamente para as igrejas”, disse Denison Lehr Unglaub, advogado da escola.



Valesca observou, no entanto, que, mesmo que não seja imposta, a contribuição fere a legislação. “O empregado pode ser discriminado por não querer colaborar. No ambiente de trabalho, as partes não estão em pé de igualdade”, ressaltou.

17/12/2011

A Vida Cristã Não é Feita de Eventos




Joshua Harris




Olhando para trás, compreendo que meu estágio [na igreja local] não foi apenas um treinamento para o ministério. Foi um treinamento no entendimento do que é a vida da igreja. Em muitas maneiras, foi uma experiência árdua. Aprendi que a vida em uma igreja local não era, de modo algum, como uma conferência.



Nas conferências, era relativamente fácil ir a uma cidade num fim de semana, parecer impressionante às pessoas que não me conheciam e parecer bom quando ensinava uma mensagem que havia apresentado centenas de vezes. Ser um pastor em uma igreja local era totalmente diferente. Não parecia impressionante, quando as pessoas me viam diariamente.


Não bastava eu ter algumas poucas mensagens inspiradoras. Eu precisava estudar a Palavra de Deus e ajudar as pessoas a aplicarem-na às situações da vida real. Tinha de aprender como a morte e a ressurreição de Jesus faziam a diferença nos vales de sofrimento sombrios – coisas que eu não tinha encarado quando ia de uma cidade para outra realizando conferências.



A vida na igreja local é muito mais difícil e menos glamorosa. Entretanto, é mais prazerosa e mais recompensadora do que qualquer coisa de que tenho participado. Vi o evangelho mudando pessoas. Não somente lágrimas e promessas de mudança nas respostas aos apelos ao final de cultos, mas também mudança verdadeira e permanente em pessoas e famílias.

Vi o corpo de Cristo vivendo, respirando e agindo. Vi o amor de Jesus tornado real à medida que os membros choraram uns com os outros devido à morte de uma criança, socorreram uns aos outros em tempos de necessidade, encorajaram uns aos outros em tempos de tentação e dúvida. Como diz um antigo ditado, a igreja não é um edifício ou uma reunião – é um povo. Mas você nunca consegue ver isso se o seu envolvimento limita-se às reuniões em um prédio.

A verdadeira beleza de pessoas sendo uma igreja só é vista quando você permanece por tempo suficiente para vê-los amando e servindo uns aos outros.

15/12/2011

A Fé Morta do Neopentecostalismo






Por Célio Lima








No contexto em que tratou exaustivamente sobre os dons espirituais em sua primeira carta aos crentes da cidade de Corinto, Paulo terminou por afirmar a esses irmãos, seus contemporâneos: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine” (1 Coríntios 13:1 RA).





Obviamente que o apóstolo quis destacar que, embora no tempo presente esses três dons façam parte da vida de todo cristão genuíno, haverá um dia no qual a fé e a esperança deixarão de existir, haja vista que são dons instrumentais, vinculados à realização/cumprimento das promessas divinas. A parousia (vinda de Cristo), portanto, porá fim à fé e à esperança, por perderem tais dons a razão das suas existências.





Porém, o amor, por fazer parte da essência de Deus e, por conseguinte, “… do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Efésios 4:24 RA), permanecerá pelos séculos dos séculos, como o vínculo de união entre Deus e o homem, e entre os homens entre si. Não é sem razão que Paulo escreveu aos cristãos da cidade de Colossos: “acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição” (Colossenses 3:14 RA).





O amor, desse modo, exerce uma posição sublime, elevada, na vida cristã. Tal fato é comprovado pelas palavras do próprio Jesus Cristo, o Deus encarnado: “… Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mateus 22:37-40 RA). Paulo, o mesmo que nos disse “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Coríntios 11:1 RA), deixou-nos escrito palavras semelhantes às de Jesus, embora mais resumidas: “O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Romanos 13:10 RA).





No mesmo sentido de Jesus Cristo e de Paulo, Tiago, irmão na carne do Senhor, ensinou-nos: “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tiago 2:14-17 RA).





Não necessita muito esforço hermenêutico, interpretativo, para se chegar à conclusão que por “obras”, no contexto, Tiago está se referindo ao “amor”, pois dá como exemplo de boa obra o socorro ao irmão ou irmã que por acaso estão em necessidades materiais de alimento e vestimenta. Nem é de surpreender que Tiago tenha o amor em mente, diante do fato de que “… o cumprimento da lei é o amor”, e em face da afirmação bíblica de que “… em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor” (Gálatas 5:6 RA).





Fé considerada à parte do amor, “… por si só está morta”, tratando-se, por conseguinte, de fé falsa, antibíblica, inútil e diabólica, posto não gerada pelo Espírito e pela Palavra de Deus. A fé verdadeira se concretiza, isto é, torna-se perfeita e eficaz na expressão do amor, no cumprimento da lei. A fé, então, é instrumento da graça divina para a vida cristã nesse mundo pecaminoso posta à serviço do amor. Em suma, a fé verdadeira é serva do amor.





Não obstante ser o ensino que acima expus sobre a fé a doutrina clara e nítida da Escritura Sagrada, o neopentecostalismo inverte a ordem, fazendo da fé a virtude suprema. Nem é necessário ser um bom observador para se constatar que a doutrina neopentecostal anda em caminho contrário ao da Escritura, ao magistério de Jesus, Paulo e Tiago, por ensinar que o cumprimento da lei é a fé.





Qualquer pessoa de mente iluminada pela Palavra de Deus que se dispuser, como eu, a passar horas e horas assistindo na televisão aos vários pregadores neopentecostais, concluirá, a despeito de não ouvir da boca de nenhum deles a frase literal de “… que o cumprimento da lei é a fé”, que esse é o cerne da doutrina neopentecostal.





Toda pregação deles termina por conclamar o povo à uma atitude de fé, como satisfação da vontade de Deus. Diga-se que por atitude de fé eles têm sempre em mente o exercício dela relativamente à curas, milagres, soluções de problemas financeiros, de saúde, emocionais, afetivos e coisas semelhantes. Para eles, o fato de alguém “não se revoltar” contra as tribulações de diversas naturezas pelas quais passa é atestatório de desobediência à vontade de Deus revelada (sua Palavra), e demonstração ímpia de falta de fé.





Contudo, como demonstrarei abaixo, apesar de a fé ser o ponto central e culminante da pregação e da doutrina neopentecostal, ela é morta e falsa, e conquanto pareça ser a pregação dessa orientação teológica muito piedosa por exaltar a fé em Deus, pelos motivos que a acuso (morte e falsidade), a fé neopentecostal é uma verdadeira expressão de falsa piedade cristã.





Aludi, com base nas palavras de Jesus e de Paulo, que o cumprimento da lei e dos profetas é o amor. O amor do cristão tem uma dimensão vertical, para com Deus, e uma dimensão horizontal, o amor recíproco entre os irmãos em Cristo e para com o próximo.





O amor a Deus é constantemente nas Escrituras retratado em termos de ação obediente aos seus mandamentos: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama…” (João 14:21 RA). Mas, o que diz a Escritura sobre como deve reagir o cristão quando estiver enfrentando diversas tribulações? Que o próprio Espírito, através de um daqueles que inspirou, nos diga: “Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue e estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe” (Hebreus 12:4-6 RA).





É certo que nós ainda não somos seres perfeitos nesta vida, o pecado ainda habita em nós, mesmo sendo redimidos. Por si só, esse fato deve nos lembrar de que estamos sujeitos à correção do Senhor, simplesmente porque o pecado não foi totalmente expurgado de nós até o dia da redenção final, o dia do retorno de Cristo. Em face disso, o escritor da carta aos Hebreus recorreu ao Antigo Testamento para nos lembrar do mandamento do Senhor: “Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe”.





Ele, o escritor de Hebreus, usou os verbos “menosprezar” e “desmaiar” no modo imperativo na língua grega, indicando ser, de fato, mandamento de Deus. O primeiro verbo, “menosprezar”, é o verbo grego ολιγωρεω (oligoreo), que signfica “não importar-se com, não considerar com seriedade, fazer pouco caso” (Léxico de Strongs). Já o segundo, “desmaiar”, é o vocábulo grego εκλυω (ekluo), cujo significado é “1) soltar, desprender, tornar livre; 2) dissolver, metáf., afrouxar, relaxar, extenuar; 2a) ter a força de alguém relaxada, estar enfraquecido até a exaustão, tornar-se fraco, tornar-se cansativo, estar cansado; 2b) desanimar, perder a esperança” (Léxico de Strongs).





Então, o mandamento do Senhor envolve que quando o crente passar por provação, deve considerá-la com a máxima seriedade, aplicando o seu coração em compreender a vontade de Deus para aquele caso específico. Deve, igualmente, manter-se esperançoso, animado, forte, a despeito das adversidades que se lhe acometem.





O interessante é que ambos os verbos estão no original grego no tempo presente, implicando que o cristão deve agir assim continuamente. Deve ser um padrão perene de conduta cristã. Todavia, o verbo ολιγωρεω foi usado na voz ativa, enquanto que o verbo εκλυω foi empregado na voz passiva. O que isso significa? A voz ativa implica que o sujeito pratica a ação. Desse modo, Deus requer de seu filho, do crente, que ele, ao ser corrigido, aplique toda diligência do seu coração em relação à disciplina que está sofrendo, a fim de tirar o proveito máximo dela. Por outro lado, na voz passiva, o sujeito é paciente da ação, isto é, sofre a ação. Uma tradução literal do que o autor aos Hebreus escreveu, seria: “nem sejas afrouxado de…”. Ou seja, Deus impõe sobre seu filho, sobre aquele que está sendo objeto de correção, a responsabilidade de não deixar que as tribulações advindas dessa correção o desanime, o “afrouxe” em seu animus, em seu espírito.





Se levarmos em conta o padrão típico do pensamento hebraico, ou melhor, da expressão do pensamento hebraico (judaico) em forma de paralelismo, então concluiremos que “… não desprezes a correção que vem do Senhor… ” é frase sinônima de “… nem desamies quando por ele é reprovado”. Dessa forma, aquele que não considera com seriedade a disciplina, que faz pouco caso dela, termina por desanimar, tornando-se cansado e exausto, combalindo em sua esperança e, assim, desobedece ao mandamento de Deus, dando clara demonstração de não amá-lo.





Não obstante, para compreendermos bem o intento do escritor bíblico, faz-se necessário entendermos a natureza da correção. Por exemplo, o escritor bíblico utilizou o verbo “corrigir” e, no contexto, o substantivo “disciplina” (haja vista que “correção” corresponde à mesma palavra grega que “disciplina”). “Corrigir” é o verbo grego παιδευω (paideuo): “1) treinar crianças: 1a) ser instruído ou ensinado; 1b) levar alguém a aprender; 2) punir: 2a) punir ou castigar com palavras, corrigir: 2a1) daqueles que moldam o caráter de outros pela repreensão e admoestação; 2b) de Deus: 2b1) purificar pela aflição de males e calamidade; 2c) punir com pancada, açoitar: 2c1) de um pai que pune seu filho; 2c2) de um juiz que ordena que alguém seja açoitado” (Léxico de Strongs). “Disciplina” é o vocábulo παιδεια (paideia): “1) todo o treino e educação infantil (que diz respeito ao cultivo de mente e moralidade, e emprega para este propósito ora ordens e admoestações, ora repreensão e punição). Também inclue o treino e cuidado do corpo; 2) tudo o que em adultos também cultiva a alma, esp. pela correção de erros e contenção das paixões: 2a) instrução que aponta para o crescimento em virtude; 2b0) castigo, punição, (dos males com os quais Deus visita homens para sua correção)” (Léxico de Strongs).





Dos significados lexicográficos das palavras gregas aludidas, tem-se que a disciplina, além de ter um elemento repreensivo/punitivo, inflitivo de dor, todavia tem também um elemento de instrução, que visa o aperfeiçoamento moral/espiritual do corrigido, do disciplinado. Aliás, é exatamente esta última dimensão que o escritor aos Hebreus destaca com essas palavras: “É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?” (Hebreus 12:7 RA) [εις παιδειαν υπομενετε ως υιοις υμιν προσφερεται ο θεος τις γαρ υιος ον ου παιδευει πατηρ;].





Apenas para corroborar o significado de παιδεια (paideia) como instrução, destaco que essa palavra tinha uma importância enorme na cultura grega antiga. Werner Jaeger, que compôs um livro sobre a educação do homem grego, escreveu sobre o objeto de sua obra: "Não é possível descrever em poucas palavras a posição revolucionária e solidária da Grécia na história da educação humana. O objeto deste livro é apresentar a formação do homem grego, a paidéia, no seu caráter particular e no seu desenvolvimento histórico" (Paidéia - A Formação do Homem Grego. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 07). No mesmo sentido, Giovanni Reale & Dario Antiseri escreveram, em argumentação sobre a origem do termo "humanismo": "Para os mencionados autores latinos, 'humanitas' significava aproximadamente o que os helênicos indicavam com o termo 'paidéia', ou seja, educação e formação do homem" (História da Filosofia, vol. 02. São Paulo: Paulus, 1990, p. 17).





É para o ensino, para a instrução, para a aprendizagem, para a disciplina, que os filhos de Deus permanecem firmes mesmo debaixo das mais duras provações (εις παιδειαν υπομενετε…). O verbo “perseverar”, grego υπομενω (hupomeno), segundo Strongs, tem a acepção de: 1) ficar; 1a) retardar; 2) ficar, i.e., permanecer, não retirar-se ou fugir; 2a) preservar: sob desgraças e provações, manter-se firme na fé em Cristo; 2b) sofrer, aguentar bravamente e calmamente: maltratos”. Como enfatizei no início deste parágrafo, é para que adquiram instrução através das duras provações, que os filhos de Deus suportam, aguentam, brava e calmamente, as aflições que vêm com a correção divina. E eles suportam isso porque creem que “… que filho há que o pai não corrige?” Que filho há que o Pai não imponha as aflições da sua amorosa instrução?





Haja vista que é para o aprendizado, para o crescimento espiritual, moral, que os filhos de Deus são disciplinados e suportam, permanecem firmes, nessa disciplina, é que eles, por causa da fé, aplicam toda diligência em tirar proveito e aprendizado do fogo da purificação da correção do Senhor, alimentando, mesmo em tais condições, o ânimo em seus corações. A disciplina (παιδεια) busca formar o caráter cristão naquele que é corrigido.





Porém, a motivação última dos verdadeiros filhos de Deus em suportar tudo isso é o amor que têm pelo Pai, em Cristo Jesus, nosso Senhor. Neste caso, a fé atua, torna-se eficaz, poderosa, através do amor. Como escreveu Paulo, e eu já trascrevi acima, o que tem, de fato, valor em Cristo é “… a fé que atua pelo amor” (πιστις δι’ αγαπης ενεργουμενη). Nessas palavras de Paulo, o vocábulo “atua”, na verdade, é o particípio presente médio ενεργουμενη (energoumene), do verbo ενεργεω (energeo): “1) ser eficaz, atuar, produzir ou mostrar poder; 1a) trabalhar para alguém, ajudar alguém; 2) efetuar; 3) exibir a atividade de alguém, mostrar-se operativo” (Léxico de Strongs).





Segundo Fritz Rienecker & Cleon Rogers, o fato desse particípio estar na voz média é indicativo de “demonstrar atividade, trabalhar, operar efetivamente” (Chave Linguística do Novo Testamento Grego, São Paulo: Vida Nova, 1995, p. 381). A voz média é uma voz referencial, e sempre tem o sujeito como referência da ação, haja vista que a ação é para ele, tendo ele em vista, ou a partir dele mesmo (média intensiva). Portanto, somente quando atua através do amor é que a fé se faz eficaz, produtiva, operativa. Essa é a natureza da fé verdadeira.





Logo, a fé verdadeira, em condições difíceis, de tribulação, de provação, em cumprimento ao mandamento do Senhor, que equivale a demonstrar amor por Ele, procura com toda a diligência e paciência adquirir conhecimento, instrução, de forma que resulte um bem permanente, o aperfeiçoamento moral, sendo a correção divina a ocasião propícia para esse crescimento. Sendo assim, embora seja almejada a saída da situação de provação, ela não é almejada sem que a sua finalidade seja alcançada, pois a obediência ao mandamento de Deus requer isso.





A “fé neopentecostal” destoa, claramente, da fé bíblica conforme acima exposta. Toda e qualquer tribulação é vista como tendo origem diabólica, e os mestres neopentecostais ensinam os seus discípulos a desejarem, acima de tudo, a libertação imediata da tribulação. Quanto mais rápida for a saída, segundo concebem, de uma situação adversa, tanto mais forte é a fé do “vencedor”. Não há lugar para o aprendizado, para a dimensão da disciplina que a caracteriza como instrução, como formação do caráter. A mente é estimulada a vislumbrar a “vitória” sobre a tribulação, pura e simplesmente, mesmo ao custo de nenhum aprendizado, de nenhum aperfeiçoamento moral (pelo padrão da Lei do Senhor).





O crente neopentecostal deve, pois, “determinar” a cessação da tribulação, “revoltando-se” contra ela, haja vista ser ela uma inflição maligna de dor já abolida por Cristo na cruz do calvário. A fé do “fiel” dessa orientação religiosa é caracterizada por uma batalha contra o diabo, e não por uma submissão amorosa ao Deus soberano.





Homem e mulher de fé, na visão neopentecostalista, são aqueles que “vencem” as tribulações, e derrotam o diabo. A resignação paciente é vista como incredulidade e desobediência à Palavra de Deus, haja vista que imaginam que um Deus amoroso jamais trará qualquer tipo de dor ou sofrimento sobre um de seus filhos.





Mas, como vimos, a disciplina, que implica em dor e aprendizado, vem do Senhor, pois nos é ordenado: “Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor…” (… υιε μου μη ολιγωρει παιδειας κυριου…). O diabo pode ser até usado como instrumento da disciplina e do sofrimento que vem em seu bojo, mas, em última instância, ela vem do Senhor, o Soberano. Além do mais, a correção é prova do amor de Deus e de sua paternidade: “É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos” (Hebreus 12:7-8 RA).





O autor aos Hebreus afirma que é justamente porque Deus trata o cristão verdadeiro como filho que ele o corrige. Além do mais, esse escritor afiança “… que todos se têm tornado participantes…” da correção (παιδεια, disciplina), e aqueles que não têm se tornado participantes dela, ou seja, aqueles que estão sem correção, são bastardos e não filhos. Mas os neopentecostais veem as angústias da correção como obra diabólica, e não divina.





Escrevendo aos crentes de Roma, Paulo consignou: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8:28 RA). “Sabemos”, οιδαμεν (oidamen), é o perfeito ativo do indicativo de οιδα, que por sua vez é o perfeito do obsoleto (não usado no presente) ειδω (eido) (Harold K. Moulton, Léxico Grego Analítico, São Paulo: Cultura Cristã, 2007. p. 294). Moulton ensina que “Em um considerável número de verbos, o perfeito é usado com uma significação estrita de presente. A explicação desse uso deriva-se simplesmente da idéia completa dada pelo tempo perfeito…” (op. cit., p. xlix).





Mas o que quero enfatizar é o significado do verbo, que, segundo Strongs, se traduz como “1) ver: 1a) perceber com os olhos; 1b) perceber por algum dos sentidos; 1c) perceber, notar, discernir, descobrir; 1d) ver; 1d1) i.e. voltar os olhos, a mente, a atenção a algo; 1d2) prestar atenção, observar 1d3) tratar algo 1d31) i.e. determinar o que deve ser feito a respeito de 1d4) inspecionar, examinar; 1d5) olhar para, ver; 1e) experimentar algum estado ou condição; 1f) ver i.e. ter uma intrevista com, visitar”, e como 2) conhecer: 2a) saber a respeito de tudo; 2b) saber, i.e. adquirir conhecimento de, entender, perceber; 2b1) a respeito de qualquer fato; 2b2) a força e significado de algo que tem sentido definido; 2b3) saber como, ter a habilidade de; 2c) ter consideração por alguém, estimar, prestar atênção a (#1Ts 5.12)”.





Então, para Paulo, os que foram chamados por Deus, os seus eleitos, sabem, adquirem o conhecimento, entendem, percebem, conhecem a força e o significado de que todas as coisas contibuem para o seu bem. É uma convicção, firmemente estabelecida na Palavra de Deus que lhes dá esse entendimento. Isso é o que a Escritura chama de fé. E esses tais que foram chamados por Deus são os mesmos que o amam, pois “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.





Mas, com qual propósito Deus chama seus eleitos? Paulo responde, no mesmo contexto: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Romanos 8:29 RA). O propósito de Deus em chamar seus eleitos, aqueles que Ele predestinou, é fazer deles “… conformes à imagem de seu Filho”, ou seja, é fazê-los semelhantes a Jesus Cristo. Esse é o bem para o qual todas as coisas cooperam (concorrem).





Mas, no contexto, o que são “todas as coisas”? Um pouco à frente o apóstolo indaga: “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada” (Romanos 8:35 RA)? Um pouco antes, Paulo escrevera:





“Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos” (Romanos 8:18-25 RA).





Portanto, fundamentalmente o apóstolo tinha em mente por “todas as coisas” “…os sofrimentos do tempo presente…”, pois, como disse ele “… nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo…”. Então, completa dizendo: “Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos”. Fé, esperança e paciência se unem nesse contexto, de modo que “todas as coisas”, que, como vimos, fundamentalmente são os sofrimentos, as tribulações, as angústias, concorram para o processo de assemelhação dos cristãos à pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.





Tudo isso está de acordo com o pensamento do autor aos Hebreus, demonstrando a unidade doutrinária e teológica da Escritura. A fé tem como objeto o próprio Deus, que nós o conhecemos pela sua Palavra, em especial pela sua Palavra encarnada, Jesus Cristo.





Como todas as coisas cooperam para o bem, para o crescimento em Jesus Cristo, para a assemelhação com ele, e isso todo cristão deve saber, entender, ter convicção, segue-se que com paciência espera o fruto da obra do Espírito em torná-lo semelhante ao Mestre. Isto quer dizer que o cristão se aplica em compreender a obra de Deus em sua vida através desses sofrimentos, dessas aflições, dessas angústias, de modo que ao invés de desanimar por causa delas ele afirme como Paulo: “… nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Romanos 5:3-5 RA). Tribulação e amor de Deus estão sempre vinculadas. O cristão se gloria nelas porque sabe que elas são fruto do amor de Deus, que está derramado em seu coração pelo Espírito Santo.





O cristão, então, demonstrando amor por seu Pai, por Deus, segue o exemplo daquele com quem deve ser assemelhado através das tribulações, Jesus Cristo, o qual “embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hebreus 5:8 RA). Não são as próprias tribulações que assemelham o crente à Jesus Cristo, mas a Palavra e o Espírito de Deus, que operam a obediência no meio sofrimento, assim como fez Jesus. As tribulações são as ocasiões nas quais Deus opera a mudança no caráter do cristão, através da Palavra e do Espírito.





Então, quando o cristão pacientemente se porta na tribulação, aguaradando a hora de Deus por um fim nela, que deve ser quando Ele julgar que houve o fruto para o qual a correção foi infligida, a assemelhação à Jesus Cristo, demonstra amor a Deus que paternalmente lhe disciplina, levando-o a um estado espiritual mais elevado do que antes. Para alcançar esse estado, o cristão age pela fé que atua pelo amor.





Tudo isso é muito distinto do que os neopentecostais chamam de fé, uma fé revoltosa, que não suporta a provação, que não tira dela ensinamento e crescimento espiritual que os leve a cada vez mais ficarem parecidos com Jesus Cristo. Com isso demonstram ódio por Deus, ao se revoltarem com toda e qualquer aflição, imputando ao diabo a origem do sofrimento deles. Fé falsa e ímpia, morta, sem nenhum fruto, mormente aquele do amor a Deus, pois a pregação neopentescotal estimula os seus ouvintes a desobedecerem o mandamento de Deus. E uma fé que leva à desobediência, que é demonstração de ódio a Deus, conforme a Escritura, não é fé verdadeira, pois a fé sem obras é morta, a fé sem amor é uma inutilidade: “… ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei” (1 Coríntios 13:2 RA).





Mas também a fé neopentecostal se mostra falsa, morta e inoperante na dimensão horizontal do amor, do amor recíproco entre irmãos, e para com o próximo. O conceito neopentecostal de fé tem implicações práticas na vida de seus adeptos. Estar em uma situação de provação significa fraqueza e debilidade de fé. Então, quando uma pessoa nessa condição procura um pastor neopentecostal ou alguém versado na doutrina neopentecostal, ao invés de receber ajuda naquilo que precisa, é instada a se revoltar contra aquela situação, a abandonar a sua incredulidade e à exercitar fé para “vencer” aquela aflição diabólica.





Se a aflição é financeira, por exemplo, como a de uma viúva cheia de dívidas, ao invés de ser ajudada financeiramente será instada a “sacrificar” o pouco que tem, ou que não tem, como demonstração de fé, a fim de que seja honrada por Deus por causa dessa sua fé. Ouvirá que Deus lhe quer livrar daquele estado de humilhação, que o diabo está levando vantagem sobre ela, etc. O que ela não receberá é ajuda financeira, pois a fé neopentecostal não promove o amor, a caridade, a não ser para fins egoísticos, para fins de política eclesiástica, para a promoção das igrejas desse tipo de orientação religosa.





As coisas ocorrem assim porque os neopentecostais estão impregnados com a doutrina da recompensa, pois doam sempre esperando receber algo em troca. Doam o dízimo para serem abençoados financeiramente. Doam ofertas pelo mesmo motivo. O amor não é o fundamento da doação deles, não é a motivação última e mais sublime.





Contudo, Tiago escreveu que “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tiago 1:27 RA). Por visitar Tiago não tinha em mente, certamente, apenas levar palavras de conforto, e muito menos de repreensão, no sentido de se afirmar que os órfãos e as viúvas estão naquela situação por falta de fé. Ele tinha em mente que a religião verdadeira consiste em ajudar os necessitados da igreja, em suas tribulações, que no caso de órfãos e viúvas, em função do contexto do tempo do escritor bíblico, eram angútias principalmente ligadas ao sustento, ao comer e ao vestir. A religião pura e sem mácula, segundo a Palavra infalível de Deus, consiste na assistência real a esses necessitados.





Isso é absolutamente certo, haja vista que foi o mesmo Tiago quem disse o que acima já transcrevi: “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tiago 2:14-17 RA).





Logo, o que a fé neopentecostal promove é a avareza, e não o amor, a caridade. Todo aquele discurso de instar o necessitado à fé, a que se revolte contra a situação difícil em que se encontra sem, contudo, meter a mão no bolso para ajudá-lo não passa de falsa piedade, de religiosidade enganosa e diabólica. É corolário lógico da pregação neopentecostal que ajudar alguém em situação difícil, causada pelo diabo, é a mesma coisa que perpetuar o necessitado no laço diabólico. Destarte, o crente dessa fé jamais será incentivado à caridade sem que isso viole as suas convicções mais íntimas, mais profundas. A doutrina neopentencostal, portanto, é uma mina que explode e destrói a piedade cristã, o amor bíblico e a fé verdadeira. O neopentecostalismo é, assim, uma “religião impura e maculada, para com o nosso Deus e Pai”. Medida pelo padrão da Escritura, é uma falsa religião.





Seus mestres, por serem profetas de uma falsa religião, são falsos profetas, cegos guias de cegos. Contudo, seus seguidores não são menos culpados do que eles, haja vista que se cercaram deles porque lhes dão o que as suas concupiscências desejam. Não ouvem a advertência de Jesus: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis…” (Mateus 7:15-16 RA). E Jesus advertiu o povo a se acautelar dos falsos profetas porque o destino deles é o inferno, e, como também falou o Mestre, “… se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco” (Mateus 15:14 RA). Com isso Jesus quis dizer que o destino do discípulo é o mesmo do mestre, o destino do seguidor do falso profeta é o mesmo dele, o lago de fogo e enxofre.





Diante de tudo isso, advirto aos seguidores desses falsos profetas que se arrependam, que abram os seus olhos, e que julguem a sua religiosidade pelo paradigma da Escritura Sagrada. Como disse Jesus, “… arrependei-vos e crede no evangelho” (Marcos 1:15 RA). E como também disse o Espírito de Cristo, pelo profeta Jeremias, “Saí do meio dela, ó povo meu, e salve cada um a sua vida do brasume da ira do SENHOR” (Jeremias 51:45 RA).





Que o Senhor Deus conceda o verdadeiro arrependimento e a verdadeira fé a muitos dos que agora estão enganados!





Fonte: [ Vox Reformata ]



Via: [ Eleitos de Deus ]

10 maneiras de identificar um fariseu






por Zé Luís





No meio cristão é usual associarmos a hipocrisia com o que chamamos “fariseu”, já que era Jesus quem denunciava-os publicamente dessa forma, sem se importar com a influência política que esses líderes religiosos da época tinham, a ponto de poderem conseguir penas capitais através do Estado dominante - no caso, Roma – como a crucificação, por exemplo. Fariseus tinham apoio público para seus atos, inquestionáveis, e exerciam a posição mais poderosa deste mundo: ministravam diretamente ao Deus Altíssimo, criador dos Universos.





Mas a pergunta que não quer calar é: você é um fariseu? Tem tendências a isso? Será?





1. Boas intenções originais justificando atos ruins

A seita dos fariseus surgiu em uma época anterior ao nascimento de Cristo, na época dos Macabeus – vide livros apócrifos na bíblia católica – quando a influência da religião helênica romana começava a trazer elementos à religião judaica (como o uso de imagens representando deuses) que descaracterizaram a Lei Mosaica, patrimônio nacional. Defender a manutenção dos valores da Lei era, além de apologia religiosa, garantia de que o Judaísmo não seria contaminado com abominações como a Idolatria.





Essa luta apologética pela preservação das Escrituras foi o marco inicial do grupo. Não demorou muito para que essa seita, que migrou para partido político, começasse a abandonar a força original, já que a liderança era passada de pai para filho, e os mesmo nem sempre tinham a mesma perseverança de seus antepassados, mas usando do prestígio do passado para se manter a frente, no poder.





2. A organização em nome de Deus é mais importante que Deus.

Jesus denunciou isso sistematicamente, não respeitando líderes daquele grupo por serem gente bem colocada socialmente. O mestre pedia contas a eles pelas responsabilidades que tinham em mãos, questionando a postura egocêntrica quando usavam de suas posições para beneficiar-se. O uso de retóricas religiosas para justificar atos perversos, e a incorporação desses atos como regras a serem usadas em benefício próprio, mesmo quando isso não é compatível com os preceitos no qual, originalmente, se propôs quando ingressou na organização é típicamente farisáica. A tradição de um sistema, mesmo que claramente perverso, para um fariseu, é mais importante do que a religião defende.





3. Não existir policiamento para quem faz policiamento é uma benção

Um dos detalhes que mais aborreciam o Mestre era o fato dos fariseus “aperfeiçoavam” cada vez mais as Leis e não às cumpriam.

Era comum entre os “rabinos” a discussão sobre determinados pontos da lei, como por exemplo, o cumprimento do sábado sagrado: Se um discípulo, quando questionado sobre quanto se pode caminhar em um Sabath respondesse 10 quilômetros , e outro 2 quilômetros, aquele que deu uma margem mais “dura” era tido como um bom discípulo, enquanto o que dava uma distância menor era tido como “liberal”, um “abolicionista da Lei”. Jesus acusava-os de inventar preceitos rígidos, fardos pesados, para cobrar dos outros o cumprimento, mas nem de longe cumpriam. Uma regra mais justa é melhor elaborada quando o próprio policiamento se policia. Isso pareceria muito mais com misericórdia, sentir a dor alheia.





4. Inventar regras para evitar debates:

A interpretação da Lei com textos fora de contexto - assim como fazem com a Graça hoje – muitas vezes foi artifício montado para evitar questionamentos de mentes mais ávidas. Jesus questionou essa postura e - sendo conhecedor da Lei( que Ele mesmo criou) – não dava brecha para esse tipo de invenção. O messias, não saindo do contexto e não estando atado a proteção de nenhuma organização religiosa, explanava as reais razões e motivações que originavam a criação da Lei. O Legalismo ainda hoje é uma forma eficaz de calar bocas, embora não passe de falácia.





5. Máscaras

A aparência na vida de um fariseu é primordial. Diferente de um político – que necessita da projeção para ganhar votos – o religioso, que tinha seu cargo assegurado por ser de descendência, exige que os lugares de honra, assim como exige que os que vivem a sua volta o tenham como uma espécie de ser sagrado, o que Jesus nunca fez.





6. Em nome da proteção da Lei, ele quebrará a Lei.

Está escrito “Não matarás”, “Não dará falso testemunho”, mas para calar a boca de Deus, os fariseus ignoram fatos e quebram o Mandamento, não explicitamente, mas com a desculpa de que, na verdade, estão destruindo o inimigo da Lei. Pregadores da Justiça cometendo injustiças para que a suposta Justiça prevaleça.





7. Fariseus perdem o foco sempre que sua teologia é confrontada.

Kemuridama é um artificio ninja para escapar de determinados confrontos, uma pequena explosão de fumaça que oculta a fuga do guerreiro. Jesus – e mesmo o apóstolo Paulo – usou a “ressurreição” como kemuridama quando estava entre fariseus e saduceus, grupos de pensamento contrário sobre o assunto, deixando de ser o foco de ataque, deixando que se engalfinhassem com suas infrutíferas discussões sobre o sexo dos anjos.

Paulo conhecia o artifício tão bem que alertou contra ele, quando soube que haviam alguns assumindo linhas “teológicas” de Apolo, Pedro ou Paulo. “estaria Jesus dividido?”. Ainda pode-se ver hoje discussões acaloradas sobre a compreensão adotada (vide Calvinismo x Arminianismo).





8. Seguir a Lei só quando é conveniente.

Por tradição, o filho do sacerdote do templo deveria assumir o sacerdócio e cumprir toda a Lei. Na época de Jesus, o sacerdote herdeiro não estava no templo, mas no deserto, não tinha vestes sacerdotais, mas pele de camelo, substitui a alimentação levítica por gafanhotos e mel. João Batista era filho de Zacarias, mas quem estava no comando dos “negócios” do templo era dois parentes, Anás e Caifás, genro e sogro. Se houvesse zelo como defendiam aqueles fariseus, certamente não assumiriam a posição que não lhes pertencia, nem quebraria a preciosa tradição, já que existe apenas um sumo-sacerdote, e não dois, intercalando-se ano a ano. A necessidade de projeção social fez com que fizessem vistas grossas àquela situação óbvia, e ignorar a Lei aqui seria prejudicial.

Muitas igrejas mantém regras obviamente erradas para manter em beneficio aqueles que a criaram, apesar de serem nitidamente injustas e incondizentes com o Cristianismo que buscam defender.





9. Por trás da aura angelical, ira belicosa.

Todo fariseu posta certo ar de equilíbrio quase zen-budista. Isso dá segurança aos que veem como referência espiritual. Isso é uma arte Alguns exageram, ficam com trejeitos estranhos, esquisitisses. Na intimidade, são pessoas comuns, até agressivas, e algumas até perversas. Isso é comum quando a necessidade da aparência suplanta a necessidade intima de conversão.





10. Mentiras em nome de Deus

Um fariseu conhece a Palavra, isso é fato. Somando-se a sua aparência de legítima santidade e o reconhecimento público de suas insignias, uma mentira ou outra, usadas por “causa justa” jamais serão questionadas. Quem, em sã consciência questionaria um servo de Deus e correr o risco de ser fulminado pelos céus por petição desse servo?

Mentiras ajudam a manter o rebanho, reforçam verdades universais com pequenas distorções benéficas aos cofres, colaborando na manutenção e expansão do reino (com letra minúscula mesmo).

É a forma mais rápida de se atuar em nome de Deus quando o Espírito não tem mais vez nas escolhas da comunidade.

11/12/2011

A Matança dos cananitas




Por William Lane Craig

Fonte: Liberdade é pensar

Via: [ Ministério Batista Beréia ]



Questão 1:




Nos fóruns, tem havido muitas boas questões levantadas acerca do assunto da ordem de Deus para os judeus cometerem “genocídio” às pessoas da terra prometida. Como você tem colocado em alguns de seus trabalhos escritos que estes atos não se ajustam com o conceito ocidental de Deus sendo um doce papai no céu. Agora nós certamente podemos encontrar justificativas para aquelas pessoas ficarem debaixo do julgamento de Deus por causa dos seus pecados, idolatria, sacrifício de suas crianças, etc. Mas uma difícil questão é a matança de crianças e bebês. Se as crianças são jovens o suficiente juntamente com os bebês são inocentes dos pecados que a sua comunidade tinha cometido. Como nós reconciliaremos esta ordem de Deus para matar as crianças com o conceito de Sua Santidade? – Obrigado, Steven Shea.



Questão 2:



Eu tenho ouvido você justificar a violência do AT com a base de que Deus usou o exército Israelita para julgar os cananitas e a eliminação deles pelos israelitas é moralmente correta por que eles estavam obedecendo a uma ordem de Deus (devia ser errado se eles não tivessem obedecido a Deus na ordem de eliminar os cananitas). Isto se assemelha um pouco em como os Muçulmanos definem moralidade e justificam a violência de Maomé e outras questões morais questionáveis (os muçulmanos definem moralidade como o cumprimento da vontade de Deus). Você pode ver alguma diferença entre a sua justificativa da violência no AT e a justificação islâmica de Maomé e os versículos violentos do Alcorão? São a violência e as ações questionáveis de moralidade e os versículos do Alcorão bons argumentos ao falar com os muçulmanos? - Anônimo



Dr. Craig responde:



De acordo com o Pentateuco (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento), quando Deus tirou seu povo da escravidão do Egito e os fez voltar para a terra dos seus antepassados, Ele os direcionou para matar todo o povo cananita que estavam vivendo na terra (Dt. 7:1-2; 20:16-18). A destruição seria completa: cada homem, mulher e criança seriam mortos. O livro de Josué conta a história dos israelitas levando a cabo a ordem de Deus cidade após cidade do começo ao fim de Canaã.



Esta história ofende nossa sensibilidade moral. Ironicamente, contudo, nossa sensibilidade moral no Ocidente foi basicamente, e para muitas pessoas inconscientemente, formada por nossa herança judaico-cristã, a qual nos ensinou os valores intrínsecos dos seres humanos, a importância da conduta justa mais que caprichosamente, e a necessidade da adequada punição para o crime. A Bíblia mesma inculca os valores os quais estas histórias parecem violar.



A ordem para matar as pessoas cananitas está discordante precisamente porque ela parece tão em desacordo com o retrato de Javé, o Deus de Israel, como Ele é pintado nas Escrituras Hebraicas. Contrariamente à retórica vituperante de alguns como Richard Dawkins, o Deus das Escrituras hebraicas é um Deus de justiça, que sofre e de compaixão.



Você não pode ler os profetas do Antigo Testamento sem um senso de profundo cuidado de Deus pelos pobres, oprimidos, humilhados, órfãos e outros. Deus demanda justas leis e justas regras. Ele literalmente suplica às pessoas que se arrependam de seus caminhos errados que Ele poderia não julgá-los. “Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva” (Ez. 33:11).



Ele enviou um profeta até mesmo para a cidade pagã de Nínive por causa da Sua compaixão pelos habitantes, “homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda” (Jn 4:11). O próprio Pentateuco contém os 10 mandamentos, um dos maiores códigos morais da antiguidade, os quais moldaram a sociedade ocidental. Até mesmo o severo “olho por olho, dente por dente” não foi uma descrição de vingança, mas uma verificação na punição excessiva para cada crime, servindo para moderar a violência.



O julgamento de Deus é qualquer coisa, menos caprichoso. Quando o Senhor anunciou de julgar Sodoma e Gomorra pelos seus pecados, Abraão corajosamente perguntou,



E chegou-se Abraão, dizendo: Destruirás também o justo com o ímpio? Se porventura houver cinqüenta justos na cidade, destruirás também, e não pouparás o lugar por causa dos cinqüenta justos que estão dentro dela? Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra? (Gn 18:25).



Tal como o negociante do Oriente Médio pechincha em uma barganha, Abraão continuadamente diminuiu o preço, e a cada vez Deus se comprometeu, sem nenhuma hesitação, garantindo a Abraão que se houvesse até mesmo 10 pessoas corretas na cidade, Ele não a destruiria por causa deles.



Então o que é que Javé está fazendo comandando o exército judeu para exterminar o povo cananita? É precisamente porque nós esperamos que Javé agisse justamente e com compaixão que nós achamos estas histórias tão difíceis de compreender. Como pode Ele comandar soldados para matar crianças?



Agora, antes de tentar dizer algo em forma de responda para esta difícil questão, nós devemos por bem primeiramente parar e perguntar a nós mesmos o que está em jogo aqui. Suponha que nós concordemos que se Deus (que é perfeitamente bom) existe, Ele não poderia ter emitido semelhante ordem. O que se segue? Que Jesus não ressuscitou dos mortos? Que Deus não existe? Dificilmente! Então qual é o suposto problema?



Eu tenho freqüentemente ouvido populares levantarem esta ordem como uma refutação do argumento moral para a existência de Deus. Mas eles estão obviamente enganados. A afirmação de que Deus não pode ter emitido tal ordem não falsifica ou diminui qualquer das duas premissas no argumento moral que eu defendo:



1.Se Deus não existe, valores morais objetivos não existem;



2.Valores morais objetivos existem;



3.Então, Deus existe.



De fato, à medida que os ateus pensam que Deus fez algo moralmente errado na ordenação do extermínio dos cananitas, eles afirmam a premissa (2). Então, qual é o suposto problema?



O problema, parece-me, é que se Deus não emitiu tal ordem, então a história bíblica deve ser falsa. Qualquer um dos incidentes nunca realmente aconteceu, mas é apenas folclore israelita; ou senão, se elas aconteceram então Israel, cheio de um completo fervor nacionalista, pensando que Deus estivesse do lado dele, afirmou que Deus os comandou para cometer estas atrocidades, quando de fato Ele não os comandou. Em outras palavras, este problema realmente é uma objeção à inerrância bíblica.



De fato, ironicamente, muitos críticos do Antigo Testamento são céticos que os eventos da conquista de Canaã ocorreram. Eles tomam estas histórias como parte da lenda da fundação de Israel, de forma semelhante ao mito de Rômulo e Remo e a fundação de Roma. Para tais críticos o problema das ordenações de Deus desaparece.



Agora vamos colocar esta ordem em uma perspectiva totalmente diferente! A questão da inerrância bíblica é importante, mas não é como a existência de Deus ou a deidade de Cristo! Se os cristãos não podem encontrar uma boa resposta para a questão antes de nós e estão, além disso, convencidos que tal comando é inconsistente com a natureza de Deus, então nós teremos que desistir da inerrância bíblica. Mas nós não devemos deixar um descrente levantar esta questão enganando-se pensando que ele implica mais do que ele realmente faz.



Eu penso que um bom começo para este problema é enunciar nossa teoria ética que fundamenta nossos julgamentos morais. De acordo com a versão do mandamento divino ético que eu defendo, nossas obrigações morais são constituídas pelos mandamentos de um santo e amoroso Deus. Uma vez que Deus não emite ordens a si mesmo, Ele não tem obrigações morais para cumprir. Ele certamente não esta sujeito às mesmas obrigações e proibições a que nós estamos. Por exemplo, eu não tenho nenhum direito de tirar a vida de um inocente. Para mim, fazer isto me tornaria um assassino. Mas Deus não tem tal proibição. Ele pode dar e tirar a vida como Ele decidir. Nós todos reconhecemos isto quando censuramos alguma autoridade que presume tirar vidas como “brincar de Deus”. Autoridades humanas arrogam a si mesmas direitos os quais cabem somente a Deus. Deus não está sob qualquer obrigação para estender minha vida por mais um segundo. Se Ele quiser me desferir a morte agora, esta é Sua prerrogativa.



O que isto implica é que Deus tem o direito de tomar as vidas dos cananitas quando Ele achar melhor. Quanto tempo eles vivem e quando eles morrem é decisão Dele.



Então o problema não é que Deus terminou com a vida dos cananitas. O problema é que Deus mandou os exércitos israelenses acabarem com elas. Não é como mandar alguém cometer assassinato? Não, não é. Antes, uma vez que nossas obrigações morais são determinadas pelos mandamentos de Deus, Ele está mandando fazer algo que, na ausência da ordem divina, poderia ser assassinato. O ato era moralmente obrigatório para os soldados israelitas em virtude do mandamento divino, ainda que, tivessem eles o tratado em sua própria iniciativa, eles estivessem errados.



Na teoria do mandamento divino, então, Deus tem o direito de ordenar uma ação, a qual, ausente de um mandamento divino, seria pecado, mas a qual é moralmente obrigatória em virtude deste mandamento.



Muito bem; mas tal ordem não é contrária à natureza de Deus? Vamos olhar este caso mais de perto. É talvez significativo que a história da destruição de Sodoma por Javé – juntamente com Suas sérias garantias a Abraão que se houvessem tantas quanto até mesmo 10 pessoas retas em Sodoma, a cidade não seria destruída – dá forma a parte do fundo para a conquista de Canaã e ao mandamento de Javé de destruir as cidades lá. A implicação é que os cananitas não são pessoas retas, mas estão sob o julgamento de Deus.



De fato, antes da escravidão no Egito, Deus falou a Abraão,



“Sabes, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos... e a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia.” (Gn. 15:13,16)



Pense nisto! Deus suspende seu julgamento aos cananitas por 400 anos porque sua perversidade ainda não tinha atingido o ponto de intolerabilidade! Este é o Deus que suporta a dor que nós conhecemos das Escrituras hebraicas. Ele até mesmo permite que Seu povo escolhido definhe na escravidão por 4 séculos antes de determinar que o povo cananita esteja pronto para o julgamento e tirar o Seu povo do Egito.



No tempo de sua destruição, a cultura cananita era, de fato, devassa e cruel, abraçando práticas tais como prostituição cultual e até mesmo sacrifício de crianças. Os cananitas estão para ser destruídos “Para que não vos ensinem a fazer conforme a todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, e pequeis contra o SENHOR vosso Deus.” (Dt 20:18). Deus tinha razões moralmente suficientes para Seu julgamento sobre Canaã, e Israel era meramente o instrumento da Sua justiça, da mesma fora que centenas de anos depois Deus usaria as nações pagãs da Assíria e Babilônia para julgar Israel.



Mas tirar a vida de crianças inocentes? A terrível totalidade da destruição foi incontestavelmente à proibição da assimilação de nações pagãs. No ordenamento da destruição completa dos cananitas, o Senhor falou: “Nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos; Pois fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do SENHOR se acenderia contra vós, e depressa vos consumiria.” (Dt 7:3-4). Este mandamento é parte e parcela de toda a estrutura da complexa e característica lei judia de práticas puras e impuras. Para a contemporânea mente ocidental muitas das regras da lei do Antigo Testamento parecem absolutamente bizarras e sem sentido: não misturar linho com lã, não usar os mesmos recipientes para carnes e laticínios, etc. O impulso que sobrepujava estas regras é a proibição de vários tipos de mistura. Linhas claras de distinção são esboçadas: isto e não aquilo. Isto serviu como um tangível e diário lembrete que Israel é um conjunto especial de pessoas separado para Deus.



Eu falei uma vez com um missionário indiano que me contou que a mente oriental tem uma tendência inveterada com respeito à amalgamação (fusão). Ele falou que os Hindus ouvem o evangelho sorrindo e dizem “Sub ehki eh, sahib, sub ehki eh!” (Tudo é Um, sahib, Tudo é Um!). Faz quase o impossível para alcançá-los por causa até mesmo das contradições lógicas incluídas no todo. Ele disse que ele pensa que a razão de que Deus deu a Israel tantas ordens arbitrárias sobre pureza e impureza era para ensiná-los a Lei da Contradição!



Por definição em tal grau forte, severa dicotomia Deus ensinou Israel que qualquer assimilação com a idolatria pagã era intolerável. Era Sua forma de preservar a saúde e posteridade espiritual de Israel. A matança das crianças cananitas não apenas serviu para prevenir uma assimilação da identidade cananita, mas também serviu como uma ilustração tangível e detalhada da separação de Israel como um povo exclusivo de Deus.



Além do mais, se nós acreditarmos, como eu acredito, que a graça de Deus é estendida para aqueles que morreram na infância ou como pequenas crianças, a morte destas crianças era verdadeiramente sua salvação. Nós somos tão apegados à perspectiva naturalista terrena, que nós esquecemos que aqueles que morrem estão felizes por deixar esta terra pela alegria incomparável do paraíso. Então, Deus não faz nada errado ao tomar suas vidas.



Então o que Deus faz de errado ao comandar a destruição dos cananitas? Não os cananitas adultos, porque eles eram corruptos e mereciam o julgamento. Não as crianças, porque eles herdaram a vida eterna. Então quem é o transgressor? Ironicamente, eu penso que a maior dificuldade de todo este debate é o aparente erro que os soldados israelenses fizeram a si mesmos. Você pode imaginar que seria como ter que invadir uma casa e matar uma mulher aterrorizada e seus filhos? O efeito brutal nestes soldados israelenses são perturbadores.



Mas então, novamente, nós estamos pensando de um ponto de vista ocidental cristianizado. Para as pessoas do mundo antigo, a vida já era brutal. Violência e guerra eram fatos da vida na vivência das pessoas no oriente antigo. Evidências deste fato é que as pessoas que contam estas histórias aparentemente não pensam nada do que os soldados israelenses estavam ordenados a fazer (especialmente se estas são lendas da fundação de uma nação). Ninguém estava com peso na consciência pelos soldados terem matado os cananitas; aqueles que o fizeram se tornaram heróis nacionais.



Além do mais, meu ponto acima retorna. Nada podia ilustrar para os israelitas a seriedade de sua chamada como povo escolhido de Deus somente. Javé não estava brincando com eles. Ele estava falando sério, e se Israel apostatasse, a mesma coisa aconteceria com eles. Como C. S. Lewis colocou, “Aslan não é um leão manso”.



Agora, como relacionar tudo isto a Jihad Islâmica? O islamismo vê a violência como um meio para propagar a fé muçulmana. O Islamismo divide o mundo em duas partes: a dar al-Islam (Casa da Submissão) e a dar al-harb (Casa da Guerra). A primeira são aquelas terras as quais têm sido adquiridas em submissão ao Islamismo; a última são aquelas nações que ainda não se submeteram. Assim é como o Islamismo verdadeiramente vê o mundo!



Em contraste, a conquista de Canaã representa o justo julgamento de Deus sobre aquelas pessoas. O propósito não era fazê-los se converterem ao judaísmo! A guerra não foi usado como um instrumento de propagação da fé judaica. Além do mais, o extermínio dos cananitas representou uma circunstância histórica incomum, não uma habitual forma de comportamento.



O problema com o Islamismo, então, não é que ele tem a teoria moral errada; é que ele tem o Deus errado. Se os muçulmanos pensam que nossas obrigações morais são constituídas de mandamentos de Deus, então eu concordo com eles. Mas os muçulmanos e os cristãos diferem radicalmente sobre a natureza de Deus. Os cristãos crêem que Deus é um Deus amoroso, enquanto os muçulmanos acreditam que Deus ama somente os muçulmanos. Alá não tem amor pelos incrédulos e pecadores. Então, eles podem ser mortos indiscriminadamente. Além do mais, no Islamismo, a onipotência de Deus supera tudo, inclusive sua própria natureza. Ele é então absolutamente arbitrário na sua conduta com a humanidade. Em contraste, os cristãos sustentam que a natureza santa e amorosa de Deus determina seus mandamentos.



A questão não é, então, de qual a teoria moral está correta, mas qual é o verdadeiro Deus?



Traduzido e adaptado por Leandro Teixeira.

William Lane Craig responde: a morte de Deus e a morte de Cristo !






Questão:




Olá Dr. Craig,



Eu gostaria primeiramente de agradecê-lo pelo tempo e trabalho que você dispensa ao seu ministério. Tem me beneficiado grandemente e foi o seu exemplo que me fez estudar e conseguir uma graduação em filosofia.



Sobre a minha questão, eu nunca consegui uma resposta clara a ela. Quando Jesus morreu na cruz, Deus morreu? Se sim, a essência de Jesus verdadeiramente morreu?



Esta questão realmente me incomodou enquanto eu estava escutando a música “And Can it Be?” [E pode ser?]. Tem uma parte nela, no fim do coro, que diz “Amazing Love! How can it be that Tho my God shoudst die for me? Amen!” [Grande amor! Como pode ser, Tu, meu Deus, morrer por mim? Amém!].



Eu nunca consegui uma resposta clara e concisa para esta questão e parecem existir diferentes opiniões entre os teólogos sobre a natureza desta questão. O pastor John MacArthur parece acreditar que Deus morreu, uma vez que Jesus é Deus. Já R. C. Sproul discorda e acredita que Deus não pode morrer.



Eu não consigo entender como pode ser possível que Deus pudesse verdadeiramente morrer. Por que se Deus pudesse, Ele não seria um Ser metafisicamente necessário. Mas isto é impossível porque, por definição, Deus deve ser necessário. Assim, quando Cristo morreu na cruz, foi apenas sua parte humana que morreu?



Esta é uma questão difícil, e eu apreciaria muito se você pudesse lançar alguma luz sobre ela.



Muito obrigado,



Jesse





Resposta do Dr. Craig:



Não pude resistir à sua questão, Jesse, uma vez que ela apela ao meu hino favorito, o magnífico “And Can it Be?”, de Charles Wesley. Eu desafio qualquer cristão que conheça apenas músicas de louvor e a adoração a ouvir este hino e contemplar sua maravilhosa letra sobre o incrível amor de Deus.



Sua questão é uma das que confunde nossos amigos mulçumanos e é, portanto, muito urgente. Felizmente, a Igreja cristã histórica já discutiu esta questão de forma clara.



O Concílio de Calcedônia (451) declarou que o Cristo encarnado era uma pessoa com duas naturezas, uma humana e outra divina. Isto gerou conseqüências muito importantes. Isto implica que, uma vez que Cristo exista antes de sua encarnação, ele era um ser divino antes de falarmos sobre sua humanidade. Ele foi e é a segunda pessoa da Trindade. Na encarnação, esta pessoa divina assume uma natureza humana também, mas não há outra pessoa em Cristo além da segunda pessoa da Trindade. Existe um acréscimo de natureza humana que o Cristo pré-encarnado não tinha, mas não há acréscimo algum de uma pessoa humana à pessoa divina. Existe apenas uma pessoa, com duas naturezas.



Portanto, o que Cristo disse e fez, Deus disse e fez, uma vez que quando falamos de Deus, estamos falando sobre uma pessoa. Esta é a razão do Concílio falar de Maria como “a mãe de Deus”. Ela carregou no ventre uma pessoa divina. Infelizmente, esta linguagem tem sido desastrosamente interpretada, porque soa como se Maria tivesse dado a luz à natureza divina de Cristo quando de fato ela deu a luz à natureza humana dele. Maomé aparentemente ensinou que os cristãos acreditavam que Maria era a terceira pessoa da Trindade, e Jesus era o descendente da relação entre Deus Pai e Maria, uma visão que ele corretamente rejeitou como blasfema, não obstante nenhum cristão ortodoxo a abraçasse.



Para evitar tais desentendimentos, é proveitoso falar do que ou como Cristo fez em relação a uma das suas naturezas. Por exemplo, Cristo é onipotente em relação a sua natureza divina, mas é limitado em poder em relação a sua natureza humana. Ele é onisciente em relação a sua natureza divina, mas ignorante sobre vários fatos em relação a sua natureza humana. Ele é imortal quando nos referimos a sua natureza divina, mas mortal quando nos referimos a sua natureza humana.



Você provavelmente já consegue entender agora aonde eu quero chegar. Cristo não poderia morrer em relação a sua natureza divina, mas ele poderia morrer em relação a sua natureza humana. O que é a morte humana? É a separação da alma do corpo quando o corpo cessa de ser um organismo vivo. A alma sobrevive ao corpo e se unirá com ele novamente algum dia em forma ressurreta. Foi isto que aconteceu com Cristo. Sua alma se separou do seu corpo e seu corpo cessou de viver. Por alguns instantes ele desencarnou. No terceiro dia Deus o ressuscitou dos mortos em um corpo transformado.



Em parte, sim, nós podemos dizer que Deus morreu na cruz porque a pessoa que submeteram à morte era uma pessoa divina. Então Wesley estava totalmente correto em perguntar “Como pode ser, Tu, meu Deus, morrer por mim?”. Mas dizer que Deus morreu na cruz é conduzir erradamente a questão, da mesma forma como fazem quando dizem que Maria era a mãe de Deus. Assim eu acho melhor dizer que Cristo morreu na cruz em relação a sua natureza humana, mas não em relação a sua natureza divina.



Para a versão original em inglês, clique aqui.



Traduzido por: Eliel Vieira

eliel@elielvieira.org



Fonte: [ Desconstruindo ]

09/12/2011

Ativistas ateus fongem do debate para evitar nova humilhação!






Fonte:Genizah



O CongressoVida Nova 2012, terá como tema a Apologética contemporânea para um mundo de incertezas. Os palestrantes considerarão e rebaterão as críticas e dúvidas que nossa cultura lança contra a fé cristã e mostrarão a razoabilidade e confiabilidade do cristianismo. O congresso terá como um dos preletores, William Lane Craig. (foto esquerda)




Doutor em Teologia pela Universidade de Munique e em Filosofia pela Universidade de Birmingham, William Lane Craig é um dos mais destacados apologetas da atualidade, é autor dos livros A Veracidade da Fé Cristã e Filosofia e Cosmovisão Cristã.


O teólogo e filósofo analítico, é conhecido por seu trabalho na filosofia da religião e sua vasta experiência em debates e palestras pelo mundo todo.

Entre os oponentes de W. L. Craig nos debates temos grandes nomes como ateus do porte de Anthony Flew, Lewis Wolpert, Christopher Hitchens, Sam Harris, o qual, curiosamente testemunhou a favor de Craig, descrevendo-o como “o único apologista cristão que colocou o temor de Deus em muitos dos meus companheiros ateus”.


Em 2009, um debate de Craig com Christopher Hitchens (outro grande titã do neoateísmo), se tornou um tanto quanto conhecido, em função da declaração feita pelo do site ateu ‘Common Sense Atheism’, que afirmou que Craig “spanked Hitchens like a foolish child” (“espancou Hitchens como se fosse uma criança tola”).

Recentemente Polly Toynbee, presidente Associação Humanista Britânica (British Humanist Association - BHA)(foto)e colunista do jornal britânico The Guardian, desistiu de participar de um debate sobre a existência de Deus com Craig – estava agendado para outubro na Westminster Central Hall, em Londres, sob apoio da Premier Christian Radio – alegando que ”não tinha conhecimento do estilo de debate do Sr. Lane Craig, e a partir do momento que viu seus debates anteriores, percebeu que este não era o mesmo estilo de debate dela”.

Mas a Sra. Tonynbee, não foi a única a rejeitar um debate com Willian Lane Craig. Richard Dawkins, seu vice-presidente na BHA (foto), já recusou debater com William L. Craig por quatro vezes e também o outro vice-presidente, A. C. Grayling – autor da “bíblia humanista” intitulada “The Good Book” – bate o pé e se recusa terminantemente a debater com Craig. Segundo crítica do Blog ‘O Contorno da sombra’ parece não ser o forte da diretoria da BHA e que talvez o “não” de Polly tenha sido parido num cafezinho nos corredores da mesma.


O Martírio de Policarpo – Bispo de Esmirna - História da Igreja



Fonte: Calvinismo e Reforma



Breve relato da vida de Policarpo



Um dos mártires mais conhecidos da quarta perseguição geral, feita pelo Imperador Marco Aurélio, foi Policarpo, bispo de Esmirna, que dizem a tradição, estudou com o Apóstolo João, considerado então o último elo da igreja apostólica no ano 156 d. C. Diante das perseguições aos cristãos, pelo império romano, Policarpo procurou se refugiar em sítios de vizinhos para continuar seu trabalho, mas os soldados romanos o descobrem, antes de ser levado para a arena (o lugar onde os cristãos do império eram jogados, para serem devorados pelas feras), ele pede para orar, e ora por longas duas horas, o que faz com que os soldados apreciem o caráter do bom velho, chegando a pedir ao mesmo que simplesmente diga: “César é o senhor, e queime um incenso”, mas Policarpo recusou calmamente e foi então encaminhado até a arena diante da população romana que o empurrava chegando até o governador que interrogando o velho homem piedoso, com receio de entregá-lo as feras, diz:


— Jure pela felicidade de César. Mude de idéia. Diga "Fora com os ateus!".

O governador obviamente queria que Policarpo salvasse a vida ao separar-se daqueles "ateus", os cristãos. Ele, porém, simplesmente olhou para a multidão zombadora, levantou a mão na direção deles e disse:

— Fora com os ateus!

O governador tentou outra vez:

Policarpo

— Faça o juramento e eu o libertarei. Amaldiçoe Cristo!

O bispo se manteve firme.

— Por 86 anos servi a Cristo, e ele nunca me fez qualquer mal. Como poderia blasfemar contra meu Rei, que me salvou? (Os 100 Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo, Curtis, Lang e Petersen)


O Martírio

Diante da recusa, nada mais podendo fazer o pro-cônsul, mandou que viesse às feras, começando assim a história de um martírio prolongado. Policarpo deixa o governador mais irritado ainda, diante da intrepidez do mesmo e de sua alegria, em saber que iria partir para um lugar melhor e com esta situação, Policarpo é amarrado em uma estaca para ser queimado, tendo ele respondido: "Ameaçais-me com o fogo que arde por um momento, e depressa se apaga, mas nada sabeis da pena futura, e do fogo eterno reservado aos ímpios" (História do Crsitianismo, Knight e Anglin). Ele então foi atado, contrariando o povo que queria pregá-lo na estaca, a lenha foi colocada em redor e ateado fogo, que segundo testemunhas, não consumiu Policarpo:

“Tendo em seguida recomendado a sua alma a Deus deu o sinal ao algoz, e este logo lançou fogo à palha. Mas, diz a tradição, os acontecimentos maravilhosos do dia ainda não tinham chegado ao seu fim. Por qualquer razão desconhe­cida, as chamas não tocaram no corpo de Policarpo, e os espectadores, vendo-se enganados, olhavam uns para os outros na maior admiração. Contudo, o ódio venceu a superstição, e pediram ao al­goz que matasse a vítima a golpes de espada. Assim se fez, o golpe fatal foi imediatamente dado, e naquele momento de cruel martírio, o fiel servo do Senhor entregou a alma a Deus, e ficou para sempre longe do alcance dos seus perse­guidores”. (O livro dos Mártires, John Fox).

E assim partia um homem, piedoso, perseverante, que não esmoreceu diante perseguições e das ameaças de morte, mas sabia que a certeza da sua Salvação o levaria para um lugar melhor. Se hoje nos sobreviesse perseguições semelhantes, quantos teriam a mesma certeza e o mesmo sentimento de Policarpo, eis a questão!