A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço!

Martinho Lutero

24/08/2013

O PECADO PARA A MORTE E A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO








Não são poucos os pregadores de linha pentecostal que ameaçam os críticos das atuais "manifestações espirituais" de cometerem o pecado sem perdão, a blasfêmia contra o Espírito Santo. Mas, será? O pecado para a morte é mencionado por João em sua primeira carta:

"Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue (5.16c)".

A morte a que João se refere é a morte espiritual eterna, a condenação final e irrevogável determinada por Deus, tendo como castigo o sofrimento eterno no inferno. Todos os demais pecados podem ser perdoados, mas o “pecado para morte” acarreta de forma inexorável a condenação eterna de quem o comete, a ponto do apóstolo dizer: "e por esse não digo que rogue". E o apóstolo continua:

"Toda injustiça é pecado, e há pecado não para a morte (5.17; cf. 3.4)".

João não está sugerindo que a distinção entre pecado mortal e pecado não mortal implique na existência de pecados que não sejam tão graves assim.Todo pecado é contra o Deus justo, contra a sua justiça. Portanto, todo pecado traz a morte, que é a penalidade imposta por Deus contra o pecado. Mas, para que seus leitores não fiquem aterrorizados, João repete: há pecado não para morte (5.17b). Nem todo pecado é o pecado mortal. Há perdão e vida para os que não pecam para a morte. O Senhor mesmo convida seu povo a buscar o perdão que ele concede (Is 1.18).

O que, então, é o pecado para a morte? O apóstolo João não declara explicitamente a que tipo de pecado se refere. Através dos séculos, estudiosos cristãos têm procurado responder a esta pergunta. Alguns têm entendido que João se refere à morte física, e têm sugerido que se trata de pecados que eram punidos com a pena de morte conforme está no Antigo Testamento (Lv 20.1-27; Nm 18.22). Não adiantaria orar pelos que cometeram pecados punidos com a morte, pois seriam executados de qualquer forma pela autoridade civil. Ou então, trata-se de pecados que o próprio Deus puniria com a morte aqui neste mundo, como ele fez com os filhos de Eli (2Sm 2.25), com Ananias e Safira (At 5.1-11) e com alguns membros da igreja de Corinto que profanavam a Ceia (1Co 11.30; cf. Rm 1.32).

A Igreja Católica fez uma classificação de pecados veniais e pecados mortais, incluindo nos últimos os famosos sete pecados capitais, como assassinato, adultério, glutonaria, mentira, blasfêmia, idolatria, entre outros. Este tipo de classificação é totalmente arbitrário e não tem apoio nas Escrituras.

A interpretação que nos parece mais correta é que João está se referindo à apostasia, que no contexto de seus leitores, significaria abandonar a doutrina apostólica que tinham ouvido e recebido e seguir o ensinamento dos falsos mestres, que negava a encarnação e a divindade do Senhor Jesus. “Pode-se inferir do contexto que este pecado não é uma queda parcial ou a transgressão de um determinado mandamento, mas apostasia, pela qual as pessoas se alienam completamente de Deus” (Calvino).

Trata-se, portanto, de um pecado doutrinário, cometido de forma voluntária e consciente, similar ao pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo, cometido pelos fariseus, e que o Senhor Jesus declarou que não haveria de ter perdão nem aqui nem no mundo vindouro (cf. Mt 12.32; Mc 3.29; Lc 12.10). Em ambos os casos, há uma rejeição consciente e voluntária da verdade que foi claramente exposta.

No caso dos leitores de João, a apostasia seria mais profunda, pois teriam participado das igrejas cristãs, como se fossem cristãos, participado das ordenanças do batismo e da Ceia, participado dos meios de graça. À semelhança dos falsos mestres que também, antes, tinham sido membros das igrejas, apostatar seria sair delas (2.19), e se juntar aos pregadores gnósticos e abraçar a doutrina deles, que consistia numa negação de Cristo.

Tal pecado era “para a morte” por sua própria natureza, que é a rejeição final e decidida daquele único que pode salvar, Jesus Cristo. “Este pecado leva quem o comete inexoravelmente a um estado de incorrigível embotamento moral e espiritual, porque pecou voluntariamente contra a própria consciência” (J. Stott).

É provavelmente sobre pessoas que apostataram desta forma que o autor de Hebreus escreveu, dizendo que “é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia” (Hb 6.4-6). Ele descreve essa situação como sendo um viver deliberado no pecado após o recebimento do pleno conhecimento da verdade. Neste caso, “já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários” (Hb 10.26-27). Este pecado é descrito como calcar aos pés o Filho de Deus, profanar o sangue da aliança com que foi santificado e ultrajar o Espírito da graça (Hb 10.29), uma linguagem que claramente aponta para a blasfêmia contra o Espírito e a negação de Jesus como Senhor e Cristo (ver também 2Pd 2.20-22, onde o apóstolo Pedro se refere aos falsos mestres).

Não é sem razão que o apóstolo João desaconselha pedirmos por quem pecou dessa forma.

Alguém pode perguntar se Deus fecharia a porta do perdão se pessoas que pecaram para a morte se arrependessem. Tais pessoas, porém, não poderão se arrepender. Elas não o desejam. E além disto, o Senhor determinou sua condenação, a ponto de João não aconselhar que oremos por elas. “Tais pessoas foram entregues a um estado mental reprovável, estão destituída do Espírito Santo, e não podem fazer outra coisa senão, com suas mentes obstinadas, se tornarem piores e piores, acrescentando mais pecado ao seu pecado” (Calvino).

Notemos que nestes versículos João não chama de “irmão” aquele que peca para a morte. Apenas declara que há pecado para a morte e que não recomenda orar pelos que o cometem. É evidente que os nascidos de Deus jamais poderão cometer este pecado.

Portanto, não se impressione com as ameaças de pastores do tipo "você está blasfemando contra o Espírito Santo" se o que você estiver fazendo é simplesmente perguntando qual a base bíblica para cair no Espírito, rir no Espírito, a unção da leoa, e outras "manifestações" atribuídas ao Espírito Santo.
Resto do Post

19/08/2013

Um Breve Credo sobre Justificação





Douglas Wilson 


Creio que Jesus Cristo foi justificado por Deus em sua ressurreição 
dentre os mortos, sendo declarado com poder ser o Filho de Deus (Rm 1.4). 
Ele foi justificado no Espírito (1Tm 3.16), vindicado por Deus, e exaltado à 
destra de Deus o Pai. Essa justificação, juntamente com a obediência ativa e 
passiva de Cristo, e todas as suas outras perfeições, é imputada ao seu povo, e 
é a única base para tudo o que temos nele. Essa justificação de Cristo, essa ressurreição dentre os mortos, foi para a nossa justificação (Rm 4.25). 

Creio que Deus em seu soberano e secreto decreto elegeu por nome 
incontáveis pessoas para a salvação eterna (Ef 1.11). Cada um desses eleitos é 
justificado individualmente, e irreversivelmente, no momento de sua 
conversão, quando Deus imputa a eles toda a justiça de Jesus Cristo (Rm 8.29-
30). 

A base dessa justificação é a justiça de Cristo, mais nada, e é apropriada 
pelo instrumento da fé somente, mais nada, e até mesmo essa fé deve ser 
entendida como um dom de Deus, de forma que ninguém possa se vangloriar 
(Ef 2.8-10). 

Creio que a Igreja de Jesus Cristo, um corpo pactual orgânico, é também 
justificada, santificada, regenerada e eleita. Pelo fato de sua santificação, assim 
como a nossa, não ser ainda completa (Ef 5.24-32), creio que indivíduos não 
justificados, não eleitos, não santificados e não regenerados podem ser 
membros (violadores do pacto) desse corpo pactual por um tempo. Mas com 
o passar do tempo tais ramos estéreis são removidos (João 15.1-7; Rm 11.20; 
Mt 13.24-40). As máculas – os não eleitos – são removidas da Noiva eleita (Ef 
5.27). 

Creio que Deus estabeleceu dois pactos distintos com a humanidade, um 
antes da Queda, e outro após. O primeiro pacto foi chamado um pacto de 
obras na Confissão de Westminster (7.2). Eu preferiria chamá-lo de um pacto 
de graça da criação. A condição de guardar o pacto nesse primeiro pacto era 
crer na graça, nos mandamentos, nas advertências e na promessa de Deus. Se 
Adão tivesse evitado o pecado nessa tentação, ele não teria motivos para se 
vangloriar, mas poderia somente dizer que Deus graciosamente o preservou. 
“Obediência perfeita e pessoal”, mesmo para o homem antes da queda, não é 
possível a menos que ele confie na bondade e graça de Deus. Porque Deus 
capacitou Adão com o poder e a capacidade de guardar o pacto com ele 

Resto do Post

10 Marcas de uma Seita





por
Missão KwaSizabantu


1. Uma seita vê a si própria como a “verdadeira igreja” e exclui as outras denominações e igrejas de serem parte da igreja autêntica de Cristo. Em outras palavras, ela é exclusivista em seu ensinamento. O resultado disto é a insistência para que os convertidos deixem suas igrejas e se unam a eles. Todas as outras igrejas são declaradas serem desonestas, enganosas e ilusórias. Há variedades suaves desta heresia incluindo o ensino de que a igreja não deve ter um nome e deve ser a igreja “local” de todos os crentes daquela área.
2. Uma seita tem uma visão errônea da Trindade na maioria dos casos. A doutrina clássica da Igreja de “Deus em Três pessoas” é freqüentemente modificada de alguma forma. A maioria das seitas não considera Jesus como sendo igual ao pai e ao Espírito Santo. Tal grupo rejeitaria o Credo Apostólico.
3. Uma seita tem um “Jesus mais alguma outra coisa” como o fundamento de sua teologia. Seja com o guardar do Sábado, com regras de vestimenta, ou com algum rito especial, uma seita deixa o “Cristo somente” e cai num ensino herético.
4. Uma seita freqüentemente coloca fé e confiança exagerada em seu líder. Para uma personalidade semelhante a um “guru” (que geralmente ganha um título muito dignificante) é dado algum status de semi-deus pelos devotos. Isto resulta na crença de que tudo o que ele ou ela diz, ou faz, deve ser infalível.
5. As seitas freqüentemente reivindicam a Bíblia como autoritativa, todavia, elas sempre dão autoridade igual ou maior a outros escritos ou a revelações de outras pessoas.
6. Uma seita nega a salvação como sendo dependente da graça somente. Eles rejeitam o fundamento do Evangelho Cristão — a expiação —de que Cristo pagou o preço total do pecado do Seu povo e que o homem não pode contribuir em nada para a sua salvação.
7. As seitas são extremamente dogmáticas em suas visões escatológicas (crenças com respeito ao final dos tempos) e freqüentemente incluem seus próprios grupos como o cumprimento de profecias com respeito ao final dos tempos.
8. Uma seita freqüentemente urge os membros a deixar suas famílias, abusando de versos tais como “se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:26)...Algumas seitas insistem para que seus aderentes quebrem todos os laços com membros da família e com amigos.
9. Uma seita freqüentemente reivindica as posses financeiras de um membro para o seu grupo. Alguns líderes de seita demandam que todas as posses sejam transferidas para o nome do líder ou do grupo. Entregar dinheiro, casas e propriedades é considerado como obediência ao mandamento “vai e vende tudo”. A manipulação mental, principalmente controlada através da culpa, é usada para ganhar vantagens financeiras dos membros.
10. As seitas tomam todas as decisões mais importantes, da vida pessoal e profissional, por seus membros. Não há liberdade para os seus seguidores buscarem a Deus por si mesmos.
Resto do Post