A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço!

Martinho Lutero

31/07/2012

10 Resultados da Ressurreição


Por Rev. John Piper



1. Um salvador que nunca mais morrerá
“Sabemos que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre.” (ROMANOS 6:9)

2. Arrependimento
“O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós ma
tastes, pendurando-o num madeiro. Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados.” (ATOS 5:30-31)

3. Novo nascimento
“Segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1 PEDRO 1:3)

4. Perdão dos pecados
“Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.” (1 CORÍNTIOS 15:17)

5. O Espírito Santo
“A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis.” (ATOS 2:32-33)

6. Nenhuma condenação aos eleitos
“Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita.” (ROMANOS 8:34)

7. Proteção e companhia pessoal do Senhor
“E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (MATEUS 28:20)

8. Prova do julgamento vindouro
“Deus estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” (ATOS 17:31)

9. Salvação da futura ira de Deus
“Aguardamos dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura.” (1 TESSALONICENSES 1:10; ROMANOS 5:10)

10. Nossa própria ressurreição dos mortos
“Sabemos que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará em sua presença.” (2 CORÍNTIOS 4:14; ROMANOS 6:4; 8:11; 1 CORÍNTIOS 6:14; 15:20)
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28/07/2012

Solidários na condenação e na morte de Adão, inocentes na justiça e na vida de Cristo



Rev.Heuring Felix Motta


Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram. 
Romanos 5:12

Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. 
Romanos 5:18

Adão que cometeu a desobediência, a transgressão da lei de Deus , por envolvimento todos  somos condenados e sentenciados a morte. Como explicar um crime reputado a todos? 

Pela ofensa de Adão todos os olhos foram abertos para o pecado e consequentemente foi atribuído para todos a condenação e sentença do crime de um só homem!  

Somos solidários a Adão, o erro dele foi depositado na conta de toda humanidade, se estamos condenados, perdemos a liberdade de fazer sempre o bem, se estamos sobre pena de morte e  de fato a morte reina sobre o pecado, pois na rebeldia a morte sempre trinfua,de fato o estado que se encontra todos é de morte, ela dita as regras, não há como falar, ouvir e nem decidir qualquer coisa sendo morto(Efésios 2:1) e (Gênesis 2:17).

Mas assim como foi  reputado a todos  à ofensa de um homem, também  a justiça de  um homem(Jesus) veio o beneficio sobre todos os eleitos que estavam condenados, a justiça unicamente de Cristo é depositado na nossa conta, para nosso favor, na obediência de Cristo  foi atribuído a nós sua  justiça e isso não é uma declaração de Deus, é uma constituição, lei da justificação   dada  pela fidelidade e obediência de Jesus.

Essa justiça única do ato de obediência de  cristo, não pertence a nós, não  a nada em nós, nem pessoal e nem voluntario, simplesmente somos recipientes desta justiça imputada  para os eleitos, o fato  é ,que somos um vaso  que  abastece a justiça e a graça de Cristo!

É por ele, por meio dele que são realizadas todas as coisas!

Solus Christus


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24/07/2012

O DIREITO DO CRISTÃO À CONSCIÊNCIA POLÍTICA!





As eleições municipais de 2012 se aproximam e, com elas, afloram em boa parte da população alguma forma de participação política, mesmo que seja apenas para dizer “todos são corruptos” e “não tem mais jeito”.
Nesse sentido, devemos ter cuidado com as promessas de campanha, já que muitos prometem o que não podem realizar, até mesmo por não serem os competentes pela Constituição. É preciso, também, cuidado com a compra de votos: sacos de cimento, leito em hospital ou qualquer outra coisa pessoal. O verdadeiro político não cuida dos interesses particulares, mas de toda a população (res publicae). Ao invés de lhe dar cimento ou conseguir leito para seu parente que enfermou, será que o candidato tem propostas para a melhoria dos programas de moradia e saúde para todos?

Especificamente quanto aos evangélicos, engana-se aquele que ainda acredita no “voto de cabresto” dentro das igrejas, ou pelo menos da maioria delas. Imaginemos: se juntarmos as cinco principais igrejas/denominações das cidades de médio porte, que, sozinhas, possuem “voto” suficiente para eleger um candidato cada, teríamos pelo menos cinco evangélicos em todas as Câmaras Municipais, o que não acontece. Os membros, hoje, olham para o pastor como uma “autoridade espiritual”, e não como aquele capaz de determinar todas as atitudes do fiel.

E, para uma consciência política efetiva, aconselho a todos os cristãos que leiam o Decálogo do Voto Ético da AEVB (Associação Evangélica Brasileira), produzido durante as eleições presidenciais de 1998. Sobre essa consciência, Paul Freston já disse: “os evangélicos devem se envolver politicamente, não em nome de suas igrejas ou instituições, mas em grupos de pessoas que pensam politicamente de uma mesma forma, inspiradas pela sua compreensão da fé cristã. Trata-se de um projeto que inclui a abertura para o diálogo e para censuras proféticas”, que denunciem o Estado naquilo que contraria os princípios divinos.

Assim, o cristão na política não pode se restringir a ser um mero “despachante” das igrejas. Se comportando como cristão verdadeiro, acabará por fazer transparecer seus valores éticos e morais, na imensa maioria das vezes resultantes de sua fé. Mesmo porque, ainda que o Evangelho se funde, essencialmente, em uma dimensão espiritual, é certo que as “boas obras” (e aqui incluo a implantação de “boas propostas políticas”) são um reflexo da salvação que temos, exclusivamente, por meio de Jesus Cristo.

O político cristão, por isso, deve expor sua “plataforma” sem “apelar” para o “sou seu irmão”, mas, efetivamente, demonstrando suas intenções e projetos de forma clara e transparente. Mas o problema é que, infelizmente, a maioria dos candidatos, cristãos ou não, sequer possuem propostas para a melhoria da cidade e da vida dos cidadãos!

Valorize sua liberdade de voto e não o negocie… sob pena de ficar mais quatro anos lamentando a situação de sua cidade.
***
Antonio Carlos da Rosa Silva Junior. Bacharel em Direito, Especialista em Ciências Penais e em Direito e Relações Familiares, Mestrando em Ciência da Religião, Presidente do Projeto Desperta e Membro do Juristas de Cristo. Contato: acarlos_juridico@yahoo.com.br. Fonte: Ultimato.
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21/07/2012

Inspeção financeira não atesta transparência do Vaticano


Por Leiliane Roberta Lopes



Especialistas da Moneyval, órgão subordinado ao Conselho da Europa, inspecionaram as contas do Vaticano e não atestaram transparência financeira. O resultado foi apresentado nessa semana, uma avaliação feita a pedido do próprio Papa Bento XVI para mostrar como anda as finanças de sua gestão.
O resultado não tira o menor país do mundo da “lista cinza” dos Estados inescrupulosos em relação a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, como também não o coloca totalmente na “lista branca” de países imaculados.
Foram analisadas 16 “recomendações fundamentais” em matéria de combate à lavagem de dinheiro, dessas, nove foram consideradas “conformes” ou “amplamente conformes”, mas as outras sete receberam as notas de “parcialmente conformes” ou “não conformes” pelos especialistas que inspecionaram as contas do Vaticano.
Em 2010, segundo o jornal Le Monde, o Vaticano já mostrava interesse em mostrar sua ambição de transparência, tanto que providenciou instrumentos de controle interno. Mas dessa vez a ideia da inspeção partiu do próprio Papa, comemorando os resultados Dom Ettore Balestrero, subsecretário encarregado das relações com os Estados, disse que a vistoria do Conselho da Europa não é o fim, “mas sim uma etapa” do compromisso moral da Igreja.
O Instituto das Obras Religiosas, o IOR, também conhecido como “banco do papa” está na mira por já ter sido o centro de vários escândalos financeiros. O patrimônio do IOR está avaliado em 5 bilhões de euros, um tesouro abrigado em um calabouço da cidade papal com muros de seis metros de espessura.
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14/07/2012

A MARCHA QUE NUNCA FOI PARA JESUS



Ruy Marinho escreve para o Bereianos e faz coluna aqui no Púlpito Cristão.


No próximo final de semana em São Paulo, vai acontecer mais uma edição da Marcha para Jesus. Este evento espalhou-se pelo Brasil de forma gradativa e hoje faz parte do calendário de várias cidades.

No Brasil, o evento começou a ser realizado em terras Pauliceias no ano de 1993, organizado pela Igreja Renascer em Cristo através de seus líderes, o “Apóstolo” Estevão Hernandes e “Bispa” Sônia Hernandes, ambos conhecidos internacionalmente após sérios problemas com a justiça brasileira e americana, em razão de suas respectivas infrações contravencionais. Além disso, são conhecidos por serem expoentes do neopentecostalismo, bem como por pregar as perniciosas doutrinas da restauração apostólica triunfalista e teologia da prosperidade.

Há muitos anos, este evento vem sendo questionado por muita gente, em decorrência de ser organizado por uma única denominação com pessoas duvidosas à frente, bem como pelas práticas e resultados negativos de tais manifestações públicas.

Antes de qualquer análise, é importante salientar a origem de tais eventos. O modelo original da Marcha para Jesus que a Igreja Renascer copiou é tão questionável quanto a existente em nosso país. Aliás, infelizmente no Brasil já é tradição a importação de movimentos controversos de outros países.

O conceito “Marcha para Jesus” começou na Inglaterra em meados de 1987, através de uma ação ecumênica entre protestantes e católicos de Londres. A organização foi iniciativa dos líderes carismáticos Britânicos Gerald Coates, Roger Forster, Lynn Green e Graham Kendrick. Segundo eles, a passeata pública foi feita para demonstrar a “unidade entre a Igreja” e expressar a fé cristã para a sociedade, bem como promover atos proféticos de batalha espiritual contra espíritos territoriais malignos, dominantes da Europa secularizada.

O que muitos não sabem é que estes líderes britânicos são adeptos de práticas neopentecostais controvérsias e de conceitos anti-bíblicos. Para se ter uma idéia, um dos idealizadores da Marcha é Gerald Coates, famoso carismático liberal Britânico, que tem como referência nada menos que Rodney Howard-Browne, Benny Hinn e Kenneth Copeland.

Coates nega abertamente a inerrância e suficiência das Escrituras, defende a benção de Toronto e o derramamento de Pensacola como “mover” do Espírito Santo, utiliza como fontes de ensino a espiritualidade Celta, além de emitir falsas profecias e apoiar falsos profetas como Paul Cain.[1] Lynn Green é um carismático ecumênico que defende a unificação doutrinária das religiões monoteístas, principalmente entre católicos e protestantes.[2] Roger Forster é um carismático controverso, árduo defensor da batalha espiritual e da luta contra espíritos territoriais malignos, através de atos proféticos e outras práticas místicas.[3] Por fim, Graham Lendrick é um ministro de louvor carismático, autor de músicas com letras teologicamente questionáveis, também defende o ecumenismo, a benção de Toronto e é adepto da confissão positiva.
Com estas informações, podemos ter uma ideia do que conceitua-se a original Marcha para Jesus. Entretanto, no Brasil o problema é muito mais grave.

Como todo ano, o evento reúne diversas denominações evangélicas, reunidas em uma grande procissão pelas ruas da capital paulistana. Mas qual o objetivo desta Marcha para Jesus no Brasil?

Segundo o “presidente” da Marcha para Jesus, “Apóstolo” Estevam Hernandes, “a Marcha Para Jesus não foi criada para exaltar nenhum homem, é a expressão do mover do Espírito Santo e um ato proférico!“(sic).[4] Frase contraditória, pois se Estevam é o presidente da Marcha para Jesus, automaticamente o mesmo será exaltado de alguma forma! Ora, presidente é aquele que exerce uma liderança máxima, que ordena, que delega, que dá a palavra final e que sanciona. Nem mesmo os líderes de outras denominações presentes na marcha possuem autoridade sobre o evento, quem dá as cartas é o líder da Renascer. Além do mais, todos sabem que os discípulos da Igreja dos Hernandes “lutam e morrem” por eles, tendo em vista o famoso jargão popularizado na época da prisão dos líderes da Renascer: “Espada pelo Apóstolo e pela Bispa!”

A justificativa para o “fundamento espiritual” do evento é pior ainda, vejamos:

“A Marcha tem como fundamento bíblico as passagens de Êxodo 14, Josue 6 e João 13:35 [...]Todos os anos, a Marcha para Jesus têm revelado – em âmbito mundial – o poder e a misericórdia de Deus aos homens. Milhares de pessoas são curadas, libertas e restauradas.”[5]

Francamente, citar passagens do Antigo Testamento não justifica a realização da Marcha para Jesus. As “marchas” do povo Hebreu não tinham como alvo evangelizar ou curar, mas eram marchas de guerra, para conquistar povos ou exterminar inimigos, conforme a vontade de Deus naquela época. No Êxodo, o que ocorreu foi um livramento específico de Deus para com o povo Hebreu e não uma procissão evangelística. É totalmente anti-bíblico alegorizar tais passagens Veterotestamentárias como se o povo Israelita estivesse marchando para fora do Egito e para Canaã, de caras pintadas, com bandeiras e faixas, os levitas fazendo shows gospel com seus respectivos instrumentos, com o objetivo de “ganhar” para o Deus de Israel os egípcios e os cananeus!

Imaginem então, tomar de forma literal o texto de Josué 6 para os dias de hoje! Já que é para literalizar o texto, então os “marchadores” devem também tocar trombetas, marchar em volta da cidade sete vezes (não somente uma dentro da cidade), ficar silenciosos (sem trios elétricos, sem gritos e sem triunfalismos) nas seis primeiras voltas e só gritar na sétima.

O interessante é que não vemos em nenhum lugar no Novo Testamento a ordem evangelística de marchar para Jesus, ou no Antigo Testamento para Deus, muito menos nas literaturas dos pais da Igreja, reformadores, missionários e evangelistas por toda a história. Não há, absolutamente, nenhum fundamento espiritual cristão para se praticar marchas evangelísticas. Na verdade, eu não consigo imaginar como alguém pode se converter em um evento como este.

Além do “presidente” da Marcha para Jesus em destaque, também são destacados os trios elétricos que puxam a “micareta gospel”, ao som de músicas triunfalisticamente antropocêntricas, preparadas cuidadosamente para massagear o ego dos participantes em detrimento do evangelho que confronta o caráter. Uma “musicalidade” com direito ao melhor do gospel atual: funk, axé, pagode e até reggaeton! Aí eu pergunto: A conversão vem através do ato de levantar a mão e ir até a frente do trio em resposta a um apelo feito neste ambiente? É no mínimo questionável esse tipo de evangelismo, pois a palavra quase não é proclamada devido ao foco na euforia festiva, salvo raras exceções quando é falada ou cantada, mas de maneira superficial e distorcida, onde não há entendimento profundo das Escrituras.

Por falar em trio elétrico, muitos vêem os mesmos como uma grande oportunidade de promover seus interesses particulares. Afinal, trata-se de um evento com participação popular de mais de três milhões de pessoas em média. A ocasião é perfeita para os manipuladores de massa de manobra, principalmente políticos, dos quais com certeza vão aproveitar a véspera de ano eleitoral para articular alianças com o “povo gospel”.

O que falar do misticismo, dos atos proféticos, do triunfalismo apostólico exclusivista e das profetadas que nunca se cumprem, dentre outros absurdos que testemunhamos todos os anos nesses eventos? Em 2008, eu postei no meu blog alguns atos anti-bíblicos praticados na respectiva marcha. Pessoas anotavam pedidos e dificuldades num papel, colocava o mesmo dentro dos calçados com o intuito de “marchar” em cima para quebrar as maldições escritas no papel, profetizando a conquista de seus recpectivos pedidos (veja aqui). Ou seja, um ambiente neopentecostal, antropocêntrico em sua essência, onde é potencializada as mais variadas práticas místicas e anti-bíblicas que se pode inventar.

Posto isso, infelizmente concluo que a Marcha para Jesus no Brasil tornou-se num evento com quatro objetivos principais:

1 – Competir com a “marcha do orgulho gay” em termos numéricos;
2 – Servir como trampolim para promoção de cantores, líderes e políticos “gospel”;
3 – promover o comércio milionário de produtos/serviços gospel;
4 – Ser um transtorno para a ordem da cidade, por conta da perturbação do sossego público e do bloqueio ao trânsito, afastando as pessoas do evangelho, bem como envergonhando os cristãos que não compactuam com o evento.

O meu desejo é que o povo acorde de toda essa utopia prisional, que Cristo não seja utilizado como cabo eleitoral de algum político e que o cristianismo deixe de ser um trampolim para o sucesso de alguém. Marchemos pela ética evangélica brasileira!

Soli Deo Gloria!

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A MORTE DA IGREJA DE JOHN WESLEY E GEORGE WITHEFIELD!



Por Wesley Moreira

As manchetes que sairam essa semana sobre a convenção anual da Igreja Episcopal nos EUA são impressionantes. O endosso para pastores ‘cross dressing’ (travestis), o sacramento de bênçãos para cerimônias de casamento de pessoas do mesmo sexo e a venda do prédio da sua sede, por falência financeira.

O ramo americano da Igreja da Inglaterra (Anglicana) foi abandonada em massa por sua membresia em todo o país por causa dos princípios ambivalentes do liberalismo teológico adotados pela convenção. A Igreja Episcopal que foi a igreja do primeiro presidente, George Washington, está sendo corroida pelo liberalismo e já não é mais a maior denominação dos EUA, perderam membros de forma tão dramática que hoje existem 20 vezes mais Batistas que Episcopais. Os Católicos são mais numeroso que os Episcopais em 33 por 1. Há mais judeus nos EUA que episcopais e também há mais mórmons que episcopais.

Foi anunciado na convenção que outros seis bispos proeminentes da igreja estão abandonando a convenção americana e assumindo as suas enormes dioceses fora da convenção nacional americana. Esses Bispos estão se aliançando com grupos conservadores anglicanos na África e América do Sul.

Os participantes da convenção também foram informados de que a igreja gastou 18 milhões dólares este ano, processando suas próprias congregações locais que protestaram contra as políticas liberais da denominação e se separaram. A hierarquia da Igreja em Nova York ganhou nos tribunais as posses dos imóveis (templos e casas pastorais) comprada com dinheiro os fiéis e doações locais pois décadas atrás a liderança local passou os edifícios para o nome da convenção nacional.

Como resultado, algumas das maiores congregações Episcopais do mundo foram forçadas a abandonar seus templos e edifícios e começaram a se congregar em balcões alugados e ginásios de escolas. A convenção por sua vez, herdou por todo o país centenas de prédios vazios aos quais não tem dinheiro para manter.
Um dos pastores das igrejas locais que se separaram da igreja escreveu, “O castigo é que, depois de todos os processos para nos despejarem de nossos templos, eles agora serão despejados de sua luxuosa sede.”
Charlotte Allen, escritor cristão escreveu sobre as causas morte da Igreja Episcopal:

“Essa fragmentação acelerada da igreja, a separação de grandes paróquias e dioceses inteiras da denominação não foi somente causada por causa dos novos bispos homossexuais, a bênção de uniões do mesmo sexo ou a eleição de uma mulher como bispo presidente. Mas foi o liberalismo teológico que está desmantelando a igreja cristã no mundo como um todo. O cristianismo liberal que foi aclamado pelos seus entusiastas à 40 anos atrás como o futuro da igreja evangélica no mundo se enganaram. O liberalismo somente trouxe destruição. Somente alguns teológos mais teimosos deixam de admitir que as igrejas cristãs que têm secularizado a doutrina e suavizado os princípios morais estão em declínio e, no caso da Igreja Episcopal, estão se desintegrando.”
Katharine Jefferts Schori

Na abertura da convenção, nesse 8 de julho de 2012, a Bispa Presidente, Katharine Jefferts Schori pregou sobre a nova visão pós-cristã da igreja episcopal “Ela zombou da maioria das doutrinas fundamentais da fé cristã, incluindo o Deus da criação, da encarnação de Jesus e da Trindade. Ela zombou do Senhor, chamando-O de ‘Big Man’ enquanto apontava o dedo para todos os ouvintes e lhes gritavam: Vocês perderam o bonde (da historia)” testemunhou Dr. Sarah Frances Ives, que era uma das ouvintes.

A Bispa Jefferts Schori deixou um rastro de destruição atrás de si com esse sermão em que o Deus trino e eterno foi demolido e os seres humanos devem ter a ousadia de reivindicar seu lugar como deuses. Os sacramentos da Eucaristia e do Batismo foram transformados em coisas criadas por homens.

Em outras palavras, Jefferts Schori ensina que agora a humanidade, os animais e Deus são um mesmo indiferenciado. Esta é essencialmente uma forma de solipsismo, a crença é a crença metafísica de que a única coisa que alguém pode ter certeza é da existência de sua própria mente, a realidade que nos rodeia é aparentemente desconhecida e não pode ser mais do que parte dos estados mentais do Eu. Assim, todos os objetos, pessoas, são apenas emanações de sua mente e, portanto, a única coisa que alguém pode ter como segurança é a existência de si mesmo. Qualquer um pode ver que este é tanto heresia pura e total absurdo.

Episcopais precisam crêr que são criados à imagem de Deus e que são redimidos pelo sacrifício do Filho de Deus, mas não são Deus em sí mesmos e não estão derrubando a fronteira entre Deus e a humanidade como incentiva a Bispa Jefferts Schori que estimula os seus ouvintes a cruzar a fronteira para se tornarem iguais a Deus, um ensino que deve ser imediatamente repudiado com veêmencia por todos os crentes.

A Bispa Katharine Jefferts Schori realiza cerimônias do mesmo sexo em sua diocese em Nevada e recentemente começou a usar a frase ‘em nome da mamãe Jesus’ em seus sermões e orações para indicar a natureza gay de Jesus e a face feminina de Deus.

Entre os remanescentes conservadores na convenção estava o reverendo David Thurlow que tomou o pulpito para rejeitar a resolução:

“Por dois mil anos, a Igreja teve como claro o ensino sobre o matrimônio cristão e as normas bíblicas de comportamento sexual, baseados em decisões anteriores e resoluções da Igreja estamos comprometidos a não fazer qualquer alteração a este ensino tradicional.”

Da mesma forma, o Bispo Edward de Little of Northern, Indiana também discursou contra a resolução:
“O mundo cristão vai nos entender como tendo mudado a natureza do sacramento do matrimônio sagrado. O mundo cristão vai olhar para a liturgia e ver os votos, a troca de anéis, um pronunciamento e uma bênção e eles vão entender que aprovando o casamento homossexual nos mudamos uma doutrina cristã básica. Eu não acredito que não somos livres para fazer isso.”

O dois discursos cairam em ouvidos surdos. Na verdade poucos delegados e membros da igreja ficaram surpreendidos com as resoluções para aceitar pastores travestis e transexuais.

Ao voltar para casa da convenção, o Bispo Peter H. Beckwith, líder da diocese de Springfield, Illinois, escreveu uma carta pastoral assumindo que a igreja Episcopal está “em crise”. Central Florida, Dallas, Fort Worth, Pittsburgh, California, e South Carolina que em conjunto assinaram em carta seu desligamento ao arcebispo de Canterbury, na Inglaterra.

Beckwith diz que o fracasso da resolução apresentada pelos conservadores para introduzir na declaração de fé da igreja “o compromisso imutável a Jesus Cristo como filho de Deus, e o único nome pelo qual qualquer pessoa pode ser salva” foi extremamente perturbador. Allen escreveu na sua carta de desligamento:
“Quando uma igreja cristã não pode endossar uma declaração teológica básica, encontrada diversas vezes no Novo Testamento, essa não é uma igreja cristã séria”.

Na convenção deste ano, o Bispo David Virtude relatou:

“Em todas as discussões e debates sobre o casamento do mesmo sexo e a ordenação de transexuais em nenhum momento alguém falou sobre o pecado. Um amigo meu, psicólogo opinou que falar de ‘pecado’ naquele ambiente seria considerado psicologicamente prejudicial e ofensivo para muitas pessoas, especialmente os gays, e isso está fora de questão. – Não toque na palavra pecado, por favor, nós somos episcopais – disse meu amigo.”

A maior atração da convenção foi o primeiro Bispo gay a ser ordenado na historia da igreja. Gene Robinson pregou com essas palavras:

“Nós permitimos ser reféns da Bíblia que está sendo usada por pessoas que a utilizam para nos agredir. O pecado de Sodoma não tinha nada a ver com sexo homossexual, mas com o fracasso social em cuidar dos pobres, as viúvas e os órfãos. Escritura não é tão verdadeira como alguns nos querem fazer crer.”

Antes de ser nomeado Bispo, Robinson abandonou sua esposa e filhos para assumir seu amante homossexual, algo que episcopais conservadores vêem como infidelidade e adultério severamente agravado pelo pecado e perversão sexual. O que certamente é o suficiente para desqualificar Robinson de qualquer tipo de liderança. Os conservadores, já em retirada da igreja, consideram a ordenação de Robinson como “a prova mais irritante de que a Igreja rejeitou a autoridade da Bíblica”.

Os adeptos do liberalismo teologico tiveram sucesso em fazer a igreja ser mais aceita pelo mundo. A relativização do pecado e da moralidade tornou as igrejas liberais ‘um com o mundo’ e já não podemos separar aquele que serve a Deus daquele que não serve.

Depois de traduzir e revisar essa noticia me veio a mente as palavras de Chesterton:
“Nunca derrube uma cerca até que você entenda a razão pela qual ela foi ali colocada”
Jesus que de relativo não tinha nada, em seu absolutismo e reconhecimento da autoridade da palavra que dEle mesmo testificava disse:
“Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.” Mat 5:17-19
***
Wesley Moreira é teólogo, tradutor e correspondente do Púlpito Cristão em Atlanta-EUA trazendo em primeira mão notícias sobre acontecimentos no meio evangélico dos Estados Unidos. 

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12/07/2012

O que os cristãos creram a respeito do inferno ao longo da história?





Isaac Watts (1674-1748)
 

Watts, o escritor de hinos, sustentava a tradicional visão do inferno como um lugar eterno de tormento para o pecador, e retratou tal visão com freqüência em sua poesia. Watts escreveu muitos hinos que focavam em Deus como soberano e majestoso, inclusive em sua justa condenação dos pecadores, uma condenação para a qual os salvos olham do céu com alegria:
Tua mão há de sobre rebeldes reis
Uma tempestade de fogo espalhar,
Enquanto nós, debaixo de Tuas asas protetoras
Havemos de Tua justa vingança adorar.

As suas Canções divinas e morais para crianças constituem um dos primeiros hinários escritos especificamente com crianças em mente (entre elas consta um dos seus mais famosos hinos acerca da soberania de Deus, Eu canto a força onipotente de Deus), e muitos dos hinos ali encontrados lembram àquelas crianças do seu potencial para a condenação.

Assim como Edwards, Watts frequentemente usava o temor do inferno como um fator de motivação para encorajar os seus ouvintes a se arrependerem. Em um de seus mais conhecidos hinos das Canções divinas e morais, acham-se os seguintes versos:

Existe além do firmamento
Um céu de alegria e amor;
E crianças santas, quando morrem,
Vão para aquele mundo superior.
Existe um inferno terrível,
E dores que não têm fim:
Lá, os pecadores habitam com demônios
Em escuridão, fogo e cadeias.
Pode um miserável como eu
Escapar desse maldito destino?
E posso esperar que, ao morrer,
Eu hei de ascender ao céu?
Então, eu irei ler e orar,
Enquanto tiver vida e fôlego,
A fim de que eu não seja arrancado hoje
E enviado para a morte eterna.

Outros hinos apontavam a ameaça do inferno como a recompensa por amaldiçoar e blasfemar contra Deus, ofender outros, deixar-se influenciar por “crianças pecadoras”, mentir, tornar-se obstinado em pecar, e conformar-se a “modas de ímpios” ao invés de permanecer firme pela verdade.
William Law (1686-1761)

Law é principalmente conhecido por sua obra Um sério chamado a uma vida devota e santa, um chamado para uma vida moral e focada inteiramente em Deus. A obra exerceu grande influência sobre os líderes religiosos e culturais de seu tempo, de John Wesley a William Wilberforce, a Samuel Johnson e a Edward Gibbon (a cujos filhos Law serviu por dez anos como professor. Gibbon tinha aversão à religião, mas respeitava Law). Embora seu foco sempre fosse a “religião do coração”, seus últimos escritos, sob a influência do místico Jacob Boehme, tornaram-se mais místicos e especulativos à medida que ele procurava explicar as idéias de Boehme a uma audiência leiga.

Law era um universalista que via a punição e o amor de Deus como dois lados de uma mesma moeda, ambos direcionados ao propósito final de eliminar do mundo o pecado e a morte: “E, se longas e longas eras de dor ardente e tormentosa escuridão serão dadas como a porção de muitos, ou a maioria das criaturas apóstatas de Deus, essas eras só durarão até que o grande fogo de Deus tenha derretido toda arrogância em humildade, e tudo o que é do Eu tenha morrido nas longas agonias e no suor ensangüentado de um Deus perdido, que é aquela todo-salvadora cruz de Cristo, a qual nunca perderá o seu poder redentor, até que o pecado e os pecadores não mais tenham um nome entre as criaturas de Deus”.
Jonathan Edwards (1703-1758)
Parte da visão de Edwards acerca do inferno encontra-se gravada na mente de todo estudante de ensino médio ou superior que tenha alguma vez lido o seu sermão Pecadores nas mãos de um Deus irado (“O Deus que segura você sobre a cova do inferno, assim como alguém que segura uma aranha ou outro inseto asqueroso sobre o fogo, abomina você e está terrivelmente afrontado…”). Certamente, Edwards sustentava as doutrinas tradicionais concernentes à existência do inferno, os seus tormentos e a sua duração infinita. Ele também cria que o nosso destino eterno é decidido nesta vida; mudança e crescimento podem ocorrer nos céus, mas o inferno é um lugar de punição, não de purificação ou purgação.

As suas vívidas visões, porém, eram pregadas em um contexto mais amplo, no qual ele inculcava em seus ouvintes as glórias do céu, a majestade de Deus e de sua justiça, e a necessidade de escapar dos tormentos do inferno:
“E agora você tem uma oportunidade extraordinária, um dia no qual Cristo tem mantido a porta da misericórdia bem aberta, e permanece chamando e clamando em alta voz para que venham os pobres pecadores; um dia no qual muitos estão sendo ajuntados em Seu rebanho, e recrutados no reino de Deus. Muitos estão diariamente vindo do leste, oeste, norte e sul; muitos, que estiveram por muito tempo na mesma condição miserável em que você se encontra, estão agora em um feliz estado, com seus corações cheios de amor por Aquele que os amou e os lavou de seus pecados em seu próprio sangue, e se regozijando na esperança da glória de Deus.

Que coisa terrível é ser deixado para trás num dia como este! Ver tantos outros se banqueteando, enquanto você está preso e perecendo! Ver tantos se regozijando e cantando com alegria de coração, enquanto você tem motivo para lamentar com tristeza de coração, e urrar com agonia de espírito! Como você pode descansar um minuto sequer em tal condição? Não é a sua alma tão preciosa quanto as almas do povo de Suffield, onde pessoas estão dia a dia se ajuntando a Cristo?”
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03/07/2012

Muçulmanos se convertem a Cristo, por meio de sonhos e visões de Jesus

  • Ali




    The Christian post

Muçulmano, homens e mulheres sem qualquer conhecimento do Evangelho e sem nenhum contato com os cristãos estão se convertendo a Cristo por meio de sonhos e visões de Jesus



É o que relata um documentário da CBN que mostra a mudança de alguns muçulmanos que mudaram radicalmente suas vidas religiosas.

O documentário ‘Mais do que um sonho’ conta cinco histórias de ex-muçulmanos que foram profundamente afetadas depois de experimentar sonhos e visões de Jesus Cristo, pessoas que agora seguem a Jesus como seu Salvador.

Uma das histórias contada no documentário é sobre a vida de Ali, que há alguns anos iniciou a peregrinação muçulmana a Meca conhecida como Hajj.

"É claro que quando eu fui a Meca eu estava indo lá para homenagear o Kabba e para cumprir as exigências no Islã", disse Ali na reportagem.

Ali conta que a viagem tornou-se mais do que uma jornada espiritual, mas em algo que ele jamais poderia imaginar.

"Naquela noite eu vi Jesus em um sonho. Primeiro, Jesus, tocou a minha testa com o dedo. E depois de tocar em mim, Ele disse: 'Você me pertence".

"E então Ele tocou-me acima de meu coração", continuou ele. "Você foi salvo, siga-me. Você pertence a mim", disse recordado seu sonho.



Após ter o sonho com Jesus, Ali comenta que naquele momento ele decidiu não mais continuar a peregrinação o Hajj, “Custe o que custar, eu vou seguir essa voz", explicou.

O filme documenta e dramatiza a história de Ali e vários outros muçulmanos que vieram à fé em Jesus através de um sonho ou visão.

Segundo o jornal CBN News, o fenômeno dos sonhos e visões tem se tornado comentário no meio dos muçulmanos, da Indonésia ao Marrocos.

Segundo publicação, 80% das pessoas na igreja foram convertidas por meio do fenômeno, relatando terem visto a Jesus.

Uma mulher que não foi identificada pelo jornal por questão de segurança, cometa que um amigo cristão a desafiou a pedir a Deus para falar com ela pessoalmente.

"Então, eu decidi pedir-lhe", disse ela. "No dia seguinte ... no meu sonho, vi Jesus ... Decidi vir a Ele".

Um casal de missionários, Doyle e sua esposa Joanna trabalham para levar o evangelho ao mundo muçulmano.

"Acho que nosso Deus é um Deus justo, Ele é justo e correto, e as pessoas estão procurando por Ele, mas não sabem para onde ir", disse Doyle.

“Estamos ouvindo sobre as pessoas que nunca sequer pensaram em Jesus como salvador, que são muçulmanos, mas estão tendo sonhos mais e mais".

Joanna comenta que em quanto as questões políticas e espirituais pioram dentro do Islã, o Espírito Santo está se movendo com mais poder.

"Este é o momento em que os corações estão abertos, as pessoas estão desesperadas, os governos estão mudando", acrescentou o marido. "Grande parte das pessoas tem rachaduras. Jesus é a resposta que pode entrar e preencher essa necessidade".

 O missionário Doyle acrescenta que os sonhos e visões junto com televisão por satélite com programação cristã, estão introduzindo os muçulmanos a Jesus em números sem precedentes.

“Nem todo mundo está disponível a ir para o Oriente Médio, mas eles podem orar", disse Doyle, chama aos crentes a aderir a esta revolução espiritual.

"E nenhum governo, nenhum líder pode bloquear intercessão em todo o mundo", disse ele. "Então, nós precisamos orar como crentes que Deus continue a enviar o Evangelho até os confins da terra".
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Aniquilacionismo Evangélico



John Stott


O Caminho Cristão traz uma reconsideração do Aniquilacionismo Evangélico: Uma Análise do Pensamento de John Stott sobre a Não-Existência do Inferno. O evangelicalismo é definido de várias maneiras por diversos tipos de pessoas. Eu o defino como a religião dos crentes da Bíblia Trinitariana que se gloriam na cruz de Cristo como a única fonte de paz com Deus e buscam compartilhar a sua fé com os outros; e eu noto que o evangelicalismo ocidental (para não irmos mais adiante), como o liberalismo protestante, o catolicismo romano de toda espécie, e o ortodoxismo oriental, tem um padrão propriamente seu. Dentre os fatores que formaram esse padrão durante os últimos cinqüenta anos incluem-se o ensinamento dogmático, devocional, apologético e ativista ministrado nas igrejas evangélicas e em movimentos paraeclesiásticos; a literatura (livros, jornais, revistas) produzida pelos evangélicos; a sensação de uma fidelidade superior à Bíblia, seu Deus e seu Cristo, que as instituições evangélicas cultivam; uma sensação de estar sendo ameaçado pelos enormes batalhões do protestantismo liberal, catolicismo romano e instituições seculares, que os leva a vociferar quando esses fundamentos ideológicos são discutidos; a obstinação por um evangelismo atuante; e o costume de transformar estudiosos e líderes em gurus, de onde surge um sentimento de ultraje e traição se percebem que eles estão andando fora da linha. Dentro da distintiva identidade corporativa do evangelicalismo introduziram-se uma consciência de privilégio e vocação, uma mentalidade envolvente e persistente, a discussão de temas irrelevantes, uma certa violência verbal e uma tendência de atingir nossos próprios feridos.



Ainda não está claro se o recente restabelecimento da confiança e o crescimento de uma vida intelectual [1] do movimento estão ou não amadurecendo esse padrão ainda verde; entretanto, sem dúvida alguma, os fatores citados acima se tornaram evidentes enquanto os evangélicos discutiam o aniquilacionismo entre si nos últimos dez anos.

Idéias aniquilacionistas têm sido debatidas entre os evangélicos por mais de um século [2], mas nunca se tornaram parte da corrente principal da fé evangélica [3], nem sequer foram largamente discutidas no meio evangélico até recentemente. Em 1987, Clark Pinnock escreveu um artigo bombástico de duas páginas entitulado “O Fogo, e Nada Mais” [4], mas que, apesar de amplamente lido, não provocou maiores discussões do que uma exposição de quinhentas páginas sobre o assunto: “O Fogo que Consome” (1982), publicada por Edward William Fudge [5], talentoso leigo das Igrejas de Cristo. Entretanto, em 1988, surgiram dois curtos trabalhos de defesa, ambos de veteranos evangélicos anglicanos: oito páginas de John Stott em “Essentials” [6], e dez do falecido Philip Edgecumb Hughes em “A Verdadeira Imagem” [7], que puseram o gato no meio dos pombos.

Em uma conferência de 350 líderes em Deerfiield, Illinois, no ano de 1989, eu li um documento pomposamente entitulado “Evangélicos e o Caminho da Salvação: Novos Desafios ao Evangelho: Universalismo e a Justificação pela Fé” [8]. No documento eu ofereci uma linha de pensamento contrária à posição desses dois respeitáveis amigos [9]. A reação foi tal que a conferência se dividiu ao meio sobre a questão da aniquilação. O relatório da Christianity Today (periódico evangélico) dizia:

“Surgiram fortes desentendimentos sobre a posição do aniquilacionismo, doutrina que afirma que as almas não salvas deixarão de existir após a morte… a conferência foi quase que dividida ao meio ao tratar do assunto em suas declarações, e nenhuma renúncia a essa posição foi incluída na resenha final da conferência”. [10]

Depois disso, a pedido de John White, então presidente da Associação Nacional de Evangélicos, o falecido John Gerstner escreveu uma resposta a Stott, Hughes e Fudge sob o título “Arrependei-vos ou Perecereis” (1990) [11]; e em 1992 os documentos apresentados na quarta Conferência sobre Dogmas Cristãos de Edinburgo foram publicados com o título “Universalismo e a Doutrina do Inferno” [12], juntamente com “O Argumento a Favor da Imortalidade Condicional”, de John W. Wenham e “O Argumento Contra o Condicionalismo: Uma Resposta a Edward William Fudge”, de Kendall S. Harmon.

E isso não foi tudo. Livros reafirmando a realidade e eternidade do inferno começaram a aparecer: “Questões Cruciais Sobre o inferno” (1991) [13], de Ajith Fernando; “Um Deus Irado?” (1991) [14], de Eryl Davies; “O Outro Lado das Boas Novas” (1992) [15], por Larry Dixon; “Quatro Opiniões sobre o Inferno” (1992) [16], por William Crocket, John Walvoord, Zachary Hayes e Clark Pinnock; “A Estrada Para o Inferno” (1992) [17], de David Pawson; “O Que Aconteceu Com o Inferno?” (1993) [18], de John Blanchard; “A Batalha Pelo Inferno: Uma Visão Geral e Avaliação do Crescimento do Interesse Evangélico pela Doutrina da Aniquilação” (1995) [19], por David George Moore; “O Inferno Em Julgamento: O Argumento a Favor do Castigo Eterno” (1995) [20], de Robert A. Peterson. Todos estes contestando mais ou menos elaboradamente o aniquilacionismo. Continuava assim a discussão.

O que está em questão aqui? A questão é essencialmente exegética, embora com implicações pastorais e teológicas. E se resume a se, quando Jesus disse que aqueles banidos no julgamento final “irão para o castigo eterno” (Mt 25:46), Ele tinha em vista um estado de tormento que não terá fim, ou um irrevogável fim da existência consciente; em outras palavras (pois assim é colocada a questão), um castigo que é eterno em sua extensão ou no seu efeito. A corrente principal da cristandade sempre afirmou o primeiro, e continua a fazê-lo; evangélicos aniquilacionistas, juntos com muitos Testemunhas de Jeová, Adventistas do Sétimo Dia e liberais — na realidade quase todos os que não são universalistas — defendem o último. Entretanto desse ponto em diante os evangélicos aniquilacionistas se dispersam e não há unanimidade [21].

Alguns têm asseverado que o aniquilamento ocorrerá imediatamente após a sentença de Jesus no Juízo Final, após um período de tormento no estado intermediário; outros têm pensado que cada pessoa banida da presença de Jesus passará por algum tormento, proporcional em intensidade e extensão ao que cada um merece, até que venha o momento da aniquilação. Alguns baseiam o seu aniquilacionismo em uma antropologia adaptada. Eles argumentam que uma existência eterna não é natural; e que, pelo contrário, desde que nós somos seres pessoais (almas) que vivem por meio de corpos, a separação entre a alma e o corpo extinguirá a consciência. Então, depois da nossa separação inicial (a primeira morte) não há um estado intermediário, apenas uma inconsciência que continuará até a ressurreição, e depois dos descrentes ressuscitados serem banidos da presença de Cristo, as suas consciências finalmente cessarão (segunda morte) quando, e porque, os seus corpos ressurretos deixarão de existir. Entretanto, alguns que raciocinam desta forma, na verdade, afirmam que há um estado intermediário consciente, com alegria para os santos e sofrimento para os ímpios, como sempre foi o consenso geral da Igreja. Todos que adotam essa antropologia denominam a sua posição de imortalidade condicional, expressão cunhada para mostrar que a existência após a morte que as religiões imaginam e que a maioria, se não todas, deseja, é uma dádiva que Deus concede somente aos crentes, enquanto que Ele, cedo ou tarde, simplesmente extingue o resto de nossa raça. A existência eterna está, portanto, condicionada à fé em Jesus Cristo, e a aniquilação é a alternativa para os demais [22].

Historicamente, essas são opiniões do século passado. O século dezenove foi uma era de audaciosos desafios a suposições antigas, sonhos audaciosos de fazer as coisas melhores, e empreendimentos audaciosos, tanto intelectuais como tecnológicos, para realizá-los. O ensinamento cristão histórico sobre o inferno era posto em questão à luz da convicção utilitariana e progressista de que a retribuição em si, sem qualquer perspectiva de alguma coisa ou alguém ser melhorado por ela, não é justificativa suficiente para a punição, desconsiderando o castigo eterno. Partindo desse ponto de vista a idéia de que o ato de Deus manter alguém em permanente tormento após a morte era indigno dEle e, portanto, a posição tradicional sobre o castigo eterno deve ser abandonada, devendo-se encontrar outra maneira de explicar os textos que parecem ensiná-la. Revisionistas da Bíblia desenvolveram duas maneiras de fazer isso, ambas essencialmente especulativas, à maneira de Orígenes, que usava a filosofia da época para estabelecer uma estrutura da forma de interpretação dos textos e para preencher as lacunas nos seus ensinamentos. O primeiro método era o universalismo, que diz que todos os seres humanos estarão por fim no céu, e especula em como, através de dolorosas experiências, os que morrem na incredulidade conseguirão isso. A segunda maneira é o aniquilacionismo, o qual afirma que os que estarão no céu serão por fim todos os humanos, e especula sobre quando os incrédulos serão aniquilados. Os argumentos utilizados pelos aniquilacionistas de hoje são essencialmente os mesmos dos seus predecessores do século passado.

Duas advertências pastorais e teológicas devem preceder nossas considerações a esses argumentos.
1) Opiniões sobre o inferno não devem ser discutidas fora das linhas do Evangelho. Por quê? Porque é somente em conexão com o Evangelho que Jesus e os autores do Novo Testamento falam do inferno, e a maneira bíblica de lidar com temas bíblicos é levar-se em consideração tanto as suas conexões bíblicas, quanto a sua substância bíblica. Como diz Peter Toon:

“… a pregação e o ensino de Jesus com relação ao Geena, trevas e condenação estavam relacionados com a Sua proclamação e exposição do reino de Deus, salvação e vida eterna; eles nunca são expostos como assuntos independentes para reflexão e estudo. Renomados teólogos [23] têm muito enfatizado este último ponto. … o inferno é parte integrante do Evangelho e portanto não pode ser deixado de fora … . Advertir as pessoas para que evitem o inferno significa que ele é uma realidade, ou pode vir a ser uma realidade. 

Portanto, é inevitável que tentemos oferecer uma descrição do inferno pelo menos em termos de poena damni (dor pela perda da alegria) e possivelmente de poena sensus (dor dos sentidos, ou seja, através dos sentidos) mas … sempre reconhecemos que falamos figuradamente”. [24]

A idéia cristã do inferno não é um conceito isolado de sofrimento apenas por sofrimento (a divina “selvageria”, “sadismo”, “crueldade” e “vingança” do qual os aniquilacionistas acusam os crentes que declaram o inferno eterno) [25]; mas uma noção biblicamente formada por três misérias equivalentes, que são: a exclusão da presença e comunhão graciosa de Deus, em castigo e com destruição sobre aqueles que, ao negarem as misericórdias de Deus, já rejeitaram o Pai e o Filho nos seus corações. A justiça do juízo final de Deus, o qual Jesus administrará, de acordo com o Evangelho, está em duas coisas: primeiro, o fato de que o que as pessoas recebem não é apenas o que elas merecem, mas o que elas na verdade escolheram — isto é, existir para sempre sem Deus e conseqüentemente sem nenhum dos bens que Ele concede; segundo, o fato de que a sentença é proporcional ao conhecimento da Palavra, obra e vontade de Deus, que foram desconsideradas (Cf. Lc. 12:42-48; Rm1:18-20, 32, 2:4,12-15). De acordo com o Evangelho, o inferno não é uma selvageria imoral, mas uma retribuição moral, e discussões sobre a sua extensão para os seus habitantes devem ocorrer dentro desse quadro.

2) Opiniões sobre o inferno não deveriam ser determinadas por considerações do bem-estar. Diz John Wenham: “Acautelai-vos da imensa atração natural por qualquer saída que os livre da idéia de pecado e sofrimento sem fim. A tentação de torcer o que deveriam ser declarações completamente rígidas das Escrituras é intensa. É a situação ideal para uma racionalização inconsciente” [26].


Diz John Stott:
Eu acho o conceito de tormento consciente eterno emocionalmente intolerável e não compreendo como as pessoas conseguem conviver com isso sem cauterizar seus sentimentos ou esfacelá-los com a tensão. Mas as nossas emoções são um guia instável, não confiável para nos conduzir à verdade e não devem ser exaltadas ao lugar de suprema autoridade em determiná-la … minha pergunta deve ser e é não o que me diz o meu coração, mas, o que diz a Palavra de Deus?” [27].

Ambos adotaram o aniquilacionismo, no que estão errados, mas eles o admitem por uma justa razão — não porque é uma idéia que se ajustou confortavelmente às suas convicções, apesar de tê-lo feito, mas porque eles pensaram tê-lo encontrado na Bíblia. Qualquer que seja nossa posição sobre a questão, nós também devemos ser guiados pelas Escrituras e nada mais.

1) O primeiro argumento é a necessidade de explicar “castigo eterno” de Mateus 25:46, que está diretamente relacionado com “vida eterna”, sem que traga necessariamente a implicação de eternidade. Admitindo-se que, como é corretamente defendido, “eterno” (aionios) no Novo Testamento significa “que pertence à era porvir” em vez de expressar qualquer noção diretamente cronológica, os escritores do Novo Testamento são unânimes em concluir que o tempo porvir será eterno. Então o problema dos aniquilacionistas permanece no mesmo lugar que estava. A afirmação de que, na era por vir, a vida é alguma coisa contínua, enquanto que o castigo é algo com um final, torna a questão evasiva. Basil Atkinson, “um excêntrico bacharel acadêmico”, de acordo com Wenham [28], mas um filologista profissional, e mentor de Wenham e Stott nessa matéria, escreveu:

“Quando o adjetivo aionios significando “eterno” é usado no grego juntamente com substantivos de ação, ele se refere ao resultado da ação, não ao processo. Assim a expressão “castigo eterno” é comparável a “redenção eterna” e a “salvação eterna”, todas expressões bíblicas … os que se perdem não passarão eternamente por um processo de castigo mas serão punidos uma vez por todas com resultados eternos”. [29]
Embora essa declaração seja constantemente feita por aniquilacionistas, que de outra maneira não poderiam erigir sua posição, ela carece de apoio gramatical e em qualquer caso torna a questão evasiva quando assume que o castigo é um evento momentâneo ao invés de contínuo. Embora, porventura, não seja absolutamente impossível, o raciocínio parece artificial, evasivo, e, em uma avaliação final, desamparado.

2) O segundo argumento é que, uma vez que a idéia de imortalidade intrínseca da alma (isto é, do indivíduo consciente) deixa de ser considerada como uma intromissão platônica na exegese do segundo século, parecerá que o único significado natural de morte, destruição, fogo e trevas no Novo Testamento como indicadores do destino dos ímpios é de que tais pessoas deixam de existir. Mas tal afirmação quando submetida à prova mostra estar errada. Para os evangélicos, a analogia das Escrituras, isto é, o axioma da sua coerência e consistência intrínsecas e sua capacidade de elucidar ela mesma os seus ensinos, é uma regra para toda interpretação, e, embora haja textos que, tomando-os isoladamente, podem conter implicações aniquilacionistas, há outros que de forma alguma podem se encaixar nesse esquema. Mas nenhuma teoria que se propõe a explicar o significado da Bíblia e não abrange todas as Suas principais declarações pode ser verdadeira.

Judas 6 e Mateus 8:12; 22:13, 25:30 mostram que as trevas significam um estado de privação e aflição, mas não de destruição no sentido de deixar de existir. Somente aqueles que existem podem chorar e ranger seus dentes, como é dito dos que serão lançados nas trevas.

Em nenhuma parte a morte significa extinção; morte física é a partida para outra forma de existência chamada sheol ou hades, e morte metafórica é uma existência sem Deus e Sua graça; nada na terminologia bíblica garante a idéia, encontrada em Guillebaud [30] e outros, de que “a segunda morte” de Apocalipse 21:11, 20:14, 21:8 significa ou refere-se à extinção da existência.

Lucas 16:22-24 nos mostra, como também uma grande quantidade de linguagem apocalíptica extra-bíblica, que fogo significa uma existência continuamente em tormento, e as arrepiantes palavras de Apocalipse 14:10, 19:20, 20:10 e de Mateus 13:42,50 confirmam isso.

Em 2 Tessalonicenses 1:9 Paulo explica, ou amplia, o significado de “sofrerão penalidade de eterna (aionios) destruição” adicionando “banidos da face do Senhor” — expressão que, por denotar exclusão, joga por terra a idéia de que “destruição” significa extinção. Somente aqueles que existem podem ser excluídos. Tem sido freqüentemente demonstrado que no grego o significado natural das palavras relacionadas a destruição (substantivo, olethros; verbo, apollumi) é arruinar, de forma que o foi destruído fica, a partir de então, inutilizado, ao invés de propriamente aniquilado, de maneira que passa a não mais existir de forma alguma.

Os aniquilacionistas se defendem com especial argumentação. Às vezes, eles argumentam que tais textos que falam de um tormento contínuo fazem referência somente a uma experiência temporária para os que se perdem antes de deixarem de existir, mas isso é tornar a questão evasiva através de uma exegese especulativa e renunciar a sua declaração original de que o Novo Testamento, quando fala de perdição eterna, sugere naturalmente a extinção. Peterson cita John Stott, no que ele chama de “o melhor argumento aniquilacionista” [31]. O trecho a seguir faz comentários às palavras “A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos” de Apocalipse 14:11.

O próprio fogo é chamado “eterno” e “inextinguível”, mas seria muito estranho se o que fosse ali atirado provasse ser indestrutível. A nossa expectativa deveria ser o oposto: o que for ali atirado deve ser consumido eternamente, não atormentado eternamente. Por isso existe a fumaça (evidência de que o fogo fez o seu trabalho) que “sobe pelos séculos dos séculos”.

“Pelo contrário”, contra-argumenta Peterson, “nossa expectativa seria de que a fumaça se extinguiria uma vez que o fogo já tivesse terminado o seu serviço …”. O restante do verso confirma nossa interpretação: “e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem” [32]. Para isso parece não haver resposta.

Portanto, o argumento lingüístico fracassa em todos os seus pontos. Dizer que alguns textos, tomados isoladamente, poderiam significar a aniquilação, não prova absolutamente nada quando outros evidentemente não o fazem.

3) O terceiro argumento é o de que o fato de Deus aplicar eternamente um castigo aos perdidos seria algo injusto e desproporcional. Stott escreve: “eu questiono se o ‘tormento eterno e consciente’ é compatível com a revelação bíblica de justiça divina, a menos que talvez (como tem sido argumentado) a impenitência dos ímpios também perdure ao longo da eternidade” [33]. 


A incerteza expressa pelo “talvez” de Stott é estranha, por isso não há nenhuma razão para se pensar que a ressurreição dos ímpios mudará o seu caráter, e sim toda a razão para se supor que a sua rebeldia e impenitência continuarão enquanto eles existirem, tornando o eterno exílio da comunhão de Deus plenamente apropriado; mas, deixando isso a parte, é evidente que o argumento, se fosse válido, provaria coisas demais e terminaria solapando a própria causa aniquilacionista.

Mas se, como sugere o argumento, é desnecessariamente cruel para Deus manter os que se perdem existindo para serem atormentados, porque a Sua justiça no caso não requer isso, como os aniquilacionistas podem justificar, em termos da justiça de Deus, o fato dEle os fazer passar por qualquer tipo de tormento após a morte. Por que a justiça, que desse ponto de vista requer a aniquilação de qualquer forma, não se satisfaz com uma aniquilação no momento da morte? Os aniquilacionistas bíblicos, que não podem escapar da expectativa bíblica da ressurreição final de crentes e incrédulos para o julgamento, também admitem que haverá alguma dor imposta após o julgamento e antes da extinção; mas se a justiça de Deus não requer nada além da aniquilação, e portanto não requer essa dor, ela se torna uma crueldade desnecessária, sendo Deus assim, conseqüentemente, acusado de cometer a mesma falta da qual os aniquilacionistas ansiosamente querem provar que Ele é inocente e também condenam a corrente principal do pensamento cristão por sua inferência. Enquanto que, se a justiça de Deus realmente não requer nenhuma punição em adição à aniquilação, e a contínua hostilidade, rebeldia e impenitência dos ímpios para com Deus permanece uma realidade após suas mortes, não haverá momento algum em que seja possível tanto para Deus como para o homem dizer que castigo suficiente já foi aplicado, que já não merecem mais do que já receberam, e qualquer punição a mais além disso seria injusta. Dessa forma o argumento retorna aos seus proponentes como um bumerangue, impelindo-os de volta e deixando-os sem poder escapar das garras do seu dilema. Basil Atkinson foi mais sábio e declarou: “eu tenho evitado … qualquer argumento sobre o estado final dos ímpios baseado no caráter de Deus, o que eu consideraria uma irreverência tentar avaliá-lo” [34]. Sem dúvida ele anteviu as dificuldades a que tal argumento conduz.

4) O quarto argumento é o de que a alegria dos santos no céu seria arruinada pelo fato de saberem que alguns continuam debaixo de merecida punição. Mas não se pode dizer isso de Deus, como se a manifestação da Sua santidade na punição doesse mais a Ele do que aos ofensores; e desde que no céu os cristãos serão semelhantes a Deus, amando o que Ele ama e se regozijando em toda manifestação Sua, incluindo a manifestação da Sua justiça (na qual os santos, pelas Escrituras, na verdade já se alegram neste mundo), não há razão para imaginar que a sua alegria eterna será prejudicada dessa forma [35].

É desagradável contestar honrados colegas evangélicos através de uma matéria impressa, alguns dos quais são bons amigos e outros (eu falo particularmente de Atkinson, Wenham e Hughes) agora já se encontram com Cristo. Portanto, paro por aqui. Meu propósito era apenas reconsiderar o debate e avaliar a força dos argumentos utilizados, e isso eu fiz. Eu não estou certo se concordo com Peter Toon quando diz que “discussão sobre se o inferno significa castigo eterno ou aniquilação após o juízo … é tanto perda de tempo como uma tentativa de saber daquilo que não podemos saber” [36], mas eu estou convencido de que ele está certo em dizer que o inferno “faz parte do Evangelho” e que “advertir as pessoas para que evitem o inferno significa que ele é uma realidade” [37]. Todo aquele que se decide por advertir as pessoas para que evitem o inferno pode andar em comunhão no seu ministério e legitimamente reivindicar ser um evangélico. 

Quando John Stott argumenta que “a aniquilação final do ímpio deveria ser aceita como uma alternativa legítima e biblicamente fundamentada para o eterno e consciente tormento” [38], ele pede demais, pois os fundamentos bíblicos dessa posição, quando examinados, provam, como vimos, que são inadequados. Seria errado porém, se essas diferenças de opinião quanto ao assunto levassem ao rompimento da comunhão. Entretanto seria uma boa coisa se elas fossem resolvidas.
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