A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço!

Martinho Lutero

27/03/2013

A IMPOTÊNCIA DA VONTADE HUMANA!





Por A. W. Pink - 


Será que encontramos na vontade do homem, competência para aceitar ou rejeitar o Senhor Jesus como Salvador?

Admitindo-se que o Evangelho é pregado ao pecador, que o Espírito Santo o convence de sua condição perdida, não é, em última análise, encontrar poder dentro de sua própria vontade para resistir ou se entregar a Deus?

A resposta a essa pergunta define nossa concepção da depravação humana.

Todo cristão professo dirá que o homem é uma criatura caída, mas o que o termo “caído” quer dizer a muito deles, isso será difícil de determinar.

A impressão geral é de que o homem é agora mortal, que ele não está mais no estado em que estava nas mãos do criador, que ele tem tendências más, mas que, se ele empregar seus poderes para o melhor de si, de alguma forma ele vai ser feliz depois.

Ó, quão longe e triste da verdade! Enfermidades, doenças, até mesmo a morte corporal, são ninharias em comparação aos efeitos morais e espirituais da Queda! É somente através da consulta das Sagradas Escrituras que somos capazes de obter alguma concepção da extensão dessa terrível calamidade.

Quando dizemos que o homem é totalmente depravado, queremos dizer que a entrada do pecado na constituição humana afetou toda parte facultativa do homem, todo seu ser.

Depravação total significa que o homem é, em espírito, alma e corpo, escravo do pecado e cativos ao pé do diabo, “...nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;” Efésios 2.2.

O homem é incapaz de realizar suas próprias aspirações e concretizar seus próprios ideais. Há uma incapacidade moral que o paralisa. Não é um homem livre, mas em vez disso, escravo do pecado e de Satanás: “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” João 8.44.

O pecado é mais que um ato ou uma série de atos, é um homem de maquiagem. O pecado cega o entendimento, corrompe o coração e aliena a mente para ir a Deus. A vontade não tem como escapar. A vontade está sob o domínio do pecado e de Satanás. Portanto a vontade não é livre. Em suma, as escolhas amorosas e afetivas que fazem, fazem por causa do estado do coração, e o coração é enganoso acima de todas as coisas, e perverso: ”não há quem entenda, não há quem busque a Deus;” Romanos 3.11.

Traduzido e adaptado por Carlos Reghine | Reformando-me | Original aqui

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A VIDA DIÁRIA DE UM APÓSTOLO DE VERDADE!






Por Augustus Nicodemus Lopes - 


As cartas que Paulo escreveu à igreja de Corinto são as de maior cunho pessoal e que mais revelam como era a vida daquele que é considerado o maior apóstolo do Cristianismo, data vênia Pedro e os papistas.

Como era a vida diária de Paulo, um apóstolo de Cristo?

- evitava batizar muita gente, para que não se formasse um fã clube em torno do seu nome (1Co 1:14-17);

- evitava a ostentação de linguagem na pregação pelo mesmo motivo e pregava somente a Cristo e este crucificado (1Co 2:1-5).

- a razão é que ele queria evitar que pessoas se agregassem à igreja impressionadas por seus talentos e carismas e não pela fé em Jesus Cristo (1Co 2:5).

- ficava lembrando seu rebanho de que ele era um mero servo, junto com outros, e que seu sucesso em ganhar pessoas para Cristo se devia tão somente à graça de Deus e não a méritos próprios (1Co 3:5-9).

- insistia que Deus requeria dos apóstolos somente que fossem fiéis, e não que fossem bem sucedidos, diante da tentação de muitos de compararem os ministérios dele, de Apolo e de Pedro (1Co 4:1-3).

- era constantemente considerado – inclusive por pessoas que faziam parte das próprias igrejas que havia fundado – como condenado a morte, espetáculo ao mundo e aos anjos, louco, fraco e desprezível (1Co 4:9-10).

- em diversas ocasiões passou fome, sede e nudez; foi esbofeteado e não tinha moradia certa ou casa própria (1Co 4:11)

- trabalhava até cansar com as próprias mãos para garantir o seu sustento (1Co 4:12).

- era perseguido, injuriado, caluniado e considerado o lixo do mundo, mas não respondia nem revidava a nenhuma destas provocações (1Co 4:13).

- muitos achavam que ele não tinha o direito de receber sustento da igreja e nem de se fazer acompanhar de uma esposa nos trabalhos missionários intensos e cansativos. Por isto, ele trabalhava para se sustentar e se recusava a receber salário, ofertas, dízimos e contribuições das igrejas, quando fazer isto pudesse lançar dúvida sobre suas intenções (1Co 9:1-12).

- pregava e evangelizava nas igrejas de graça, sem nada pedir e nada receber, para não colocar empecilho ao Evangelho de Cristo (1Co 9:15-18), pois seu alvo era ganhar o maior número possível de pessoas.

- preocupava-se em ser irrepreensível, em controlar-se e manter suas paixões e desejos debaixo de controle, para poder ter autoridade para pregar (1Co 9:25-27).

- enfrentou a morte várias vezes no trabalho missionário, e em algumas delas considerou que sua hora de morrer tinha finalmente chegado (2Co 1:8-9).

- passava por constantes sofrimentos e angústias de coração por causa das igrejas e dos crentes a quem amava e por quem se preocupava individualmente (2Co 2:4).

- perdoava e pedia o perdão dos outros para aqueles que o haviam ofendido e prejudicado o seu trabalho (2Co 2:7-8).

- quando era necessário mostrar as suas credenciais de apóstolo, apontava para as multidões convertidas pelo Evangelho da cruz que pregava com simplicidade e no poder do Espírito (2Co 3:1-4).

- tomava o maior cuidado para não adulterar a mensagem do Evangelho, não andava com astúcia e nem procurava enganar seus ouvintes para tirar proveito financeiro deles (2Co 4:1-2).

- vivia como um condenado à morte, levando em seu corpo o morrer de Jesus na forma de privações, perseguições, sofrimentos, calúnias e injúrias, como meio da vida de Cristo se manifestar através dele (2Co 4:7-15).

- sua esperança e expectativa não estavam aqui, nas riquezas, propriedades e bens, mas o tempo todo ele faz menção da glória celestial, das coisas invisíveis e eternas que ele aguardava como recompensa de seus sofrimentos e trabalho (2Co 4:16-18).

- quando precisava se recomendar aos ouvintes como ministro de Cristo incluía em seu currículo as muitas aflições, angústias, privações, açoites, prisões, tumultos, vigílias e jejuns no trabalho do Senhor (2Co 6:4-10).

- ainda nesta lista incluía os 39 açoites recebidos dos judeus pelo menos 5 vezes, ser fustigado com varas 3 vezes, 3 naufrágios, apedrejamentos, perigos de salteadores e assassinos, além do peso constante da responsabilidade das igrejas que pesava sobre seus ombros (2Co 11:29). 

- passou privações e teve de trabalhar arduamente para não ser pesado às igrejas onde receber oferta seria dar motivo para a acusação de mercenário (2Co 11:7-9).

- apresentava como motivo de gloria o fato de que uma vez teve que fugir de uma cidade escondido em um cesto e descido pelos irmãos pela muralha, para poder escapar com vida (2Co 11:30-33).

- lutava diariamente com um doloroso espinho na carne, que o abatia e fazia sofrer e clamar a Deus, mas sem resposta a não ser a provisão da graça para poder suportá-lo (2Co 12:7-10).

Muitos se consideram sucessores dos apóstolos, aqui e em Roma. É só comparar...

Fonte: Perfil do autor no Facebook.
Foto: Apóstolo Paulo - ilustração de Robert T. Barrett.
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08/03/2013

Eis algumas razões porque não aceitamos a interpretação adventista sobre o sábado:



Prof. Paulo Cristiano da Silva -  

Ellen G. White afirmou que Adão possuía conhecimento do decálogo nos seguintes termos:
“Adão e Eva, ao serem criados, tinham conhecimento da lei de Deus… Adão ensinou a seus descendentes a lei de Deus, e esta foi transmitida de pai a filho através de gerações sucessivas.” (Patriarcas e Profetas, 3a. edição, p. 32)
“Santificado pelo descanso e bênção do Criador, o sábado foi guardado por Adão em sua inocência no santo Éden; por Adão, depois de caído mas arrependido, quando expulso de sua feliz morada. Foi guardado por todos os patriarcas, desde Abel até o justo Noé, até Abraão, Jacó.” (O Grande Conflito pág. 453 – EGW)
Este é o ensino que todos os conversos recebem assim que se filiam à Igreja Adventista do Sétimo Dia. Mas seria verdadeiro tal ensinamento?
Não obstante, tudo aponta para o fato de que os dez mandamentos nunca existiram como um código formal de lei até a época de Moisés. Um fato importante é que a palavra “sábado” nunca aparece no livro de Gênesis. O primeiro caso da guarda do sábado se encontra em Êxodo 16 no monte Sinai. Ali Jehovah deu a Moises as ” Dez Palavras”, pela primeira vez na história. Se as Dez Palavras não existiram de modo formal antes de Moises, o 4ª preceito como mandamento também não existia. Ao contrário da afirmação adventista supra citada, a verdade é que Adão nunca guardou o sábado do sétimo dia, nem Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José ou qualquer um enquanto estavam no Egito. Pais da igreja como Justino em “Diálogo com o Judeu Trifon” (150), Tertuliano em Resposta aos Judeus (200), confirmam esse fato.
Mesmo que o sábado fosse dado a Adão no Éden isso não significa que a igreja precisa guardar tal instituição.Deus deu muitas leis a Adão, como por exemplo, leis de sacrifício, mas nem por isso os adventistas são obrigados a guardá-las.



O QUE A  BÍBLIA DIZ CONTRA A PROFETIZA QUE SE AUTORIZA NA MESMA AUTORIDADE SOBRE ESSA QUESTÃO.



1. A palavra ” Sábado” não é encontrada no livro de Gênesis!
2. A lei era algo novo, leia Deuteronômio 5.6. O próprio teor dos mandamentos nas tábuas mostram isso de fato.
3. Os antepassados do povo hebreu não tiveram nenhuma ordem para guardar o sábado. A Aliança não foi feita com eles obviamente, leia Deuteronômio 5.2-3.
4. Ninguém antes do Êxodo (Êxodo 16), soube sobre qualquer lei de guardar um sábado, leia Ezequiel 20:10-12 .
5. Alguns adventistas contestam dizendo que a palavra ” Sábados” em Ezequiel 20:10-12 é plural e não pode estar falando sobre o sábado semanal, ao invés estaria se referindo aos sábados chamados por eles de cerimoniais. Errado: o sábado semanal também se encontra no plural em Êxodo 31:13,17. Ele aparece no singular ou plural: Levítico 19:3; 23:38; Isaías 56:2,4; Mateus 12:5; 12:10; Atos 17:2.
6. Veja que Deus não disse que os “lembrou” dos sábados como se fosse uma restauração, mas disse que havia feito “conhecer” o sábado no Sinai Neemias 9:13-14.
7. Em Gálatas 3:17 Paulo afirma que a lei veio somente 430 anos depois de Abraão.
8. A primeira ocorrência da palavra “Sábado” se encontra em Êxodo 16:22-23. O texto nos versos 23-30 indica que esta era uma experiência nova para o povo de Israel. Eles não foram obrigados antes disso a guardá-lo.
9. As Dez Palavras foram dadas primeiramente quando a face de Moises brilhou, leia Êxodo 34:27-28; 2 Coríntios 3.
10. Se eles guardaram o sábado antes de Êxodo 16, então eles também provavelmente tiveram o maná como algo dado bem antes também. Mas os adventistas admitem sem nenhum problema que o maná era algo novo para o povo de Israel. Mas é justamente isso que o texto mostra, os judeus nunca conheceram o sábado e o maná antes do êxodo.
Alguém poderia objetar dizendo que isto pode ser provado mediante deduções lógicas, mas afirmações dogmáticas como essas requerem apoio bíblico e histórico que as acompanhe ao invés de meras conclusões precipitadas por falta de prova. Quando a pessoa está ansiosa a fim de provar seu ponto de vista, é fácil ela querer ver coisas no texto que não estão lá.
Demais disso, se for válida essa linha de pensamento, também deve ser válida em relação ao domingo no NT.
Não há nenhum registro que indique que qualquer um antes de Êxodo 16 guardou o Sábado. Apesar disso os Patriarcas foram instruídos em muitas outras coisas.
1. Ofertas: Gen 4:3-4
2. Altares: Gen 8:20
3. Sacerdotes: Gen 14:18
4. Dízimos: Gen 14:20
5. Circuncisão: Gen 17:10
6. Matrimônio: Gen 2:24 e Gen 34:9
7. Por que Deus omitiria o “Sábado” sendo que era um mandamento tão importante?
O Sábado não foi santificado se não depois que Deus descansou Gen 2:2; Ex 20:11 
1. Primeiro Deus descansou, só então, depois que ele descansou, foi que santificou o dia. Isto prova que o Sábado não era parte da lei eterna de Deus no céu antes da criação!
2. A Bíblia nunca diz quando ele santificou isto, somente diz que foi depois que Deus descansou.
3. Gênesis 2:2 nos conta a razão, não o tempo em que Deus santificou o Sábado.
4. Gênesis foi escrito durante o tempo de Moises, não antes disto. Nem Adão ou Abraão conheceram o livro de Gênesis! O sábado foi dado ao povo pela primeira vez no deserto, não antes !
5. Cristo era o cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo, (1 Pe 1:20; 2 Tim 1:9), mas isto não foi revelado se não muito tempo depois que o homem comesse da árvore da vida. Por milhares de anos Deus nunca revelou detalhes específicos até que Cristo encarnou e morreu na cruz. Deus reservou muito tempo para dar seu Filho como sacrifício mesmo tendo dito que ele havia sido morto antes da fundação do mundo. Assim também é em relação ao mandamento do sábado.
6. Suponhamos que Deus realmente descansou no sétimo dia no Éden, mesmo assim Deus nunca revelou qualquer mandamento de guardá-lo no Éden, porque não há absolutamente nenhuma evidência que qualquer um guardou-o antes de Êxodo 16. O simples fato de Deus santificar algo ou descansar não implica em mandamento.
O Sábado não era adequado para a vida de Adão enquanto estava no Jardim do Éden:
1. O mandamento de descanso após 6 dias de trabalho não fazia nenhum sentido no Éden já que o trabalho e a fadiga só existiu depois que Adão pecou Gênesis 3:19.
2. Também a menção de “estrangeiros”, “servos e servas” dentro das “portas” de Adão não faz nenhum sentido levando-se em conta a vida que Adão e Eva vivia naquele jardim. Eles não possuíam nada disso.
3. As únicas ordens que Deus deu o Adão foi lavrar a terra Gênesis 2:5, dar nome aos animais e não comer do fruto proibido (v.17).

O Sábado do 7º dia da criação não foi dado como mandamento 
Os adventistas fazem alarde pelo fato de que Moisés identificou o sábado com o seis dias criativos de Gênesis, mas isso não prova coisa nenhuma. Esse recurso empregado por Moisés é uma prolepse. O que vem a ser isso? Essa palavra vem do grego proleptikós, significando algo que é “antecipado”
“Diz-se dum fato que se fixa segundo uma era ou método cronológico ainda não conhecido quando ele ocorreu.” (Dicionário Aurélio).
Como se viu, isto é um anacronismo. Há vários anacronismos nos escritos de Moises. Sabemos que o livro de Gênesis foi escrito por Moises. A pessoa pode especular se ele escreveu este livro antes ou depois de Êxodo, ou se ele usou ou não usou documentos de fontes preexistentes. Mas isto não muda o fato que Moises escreveu o tempo de Gênesis da perspectiva de um israelita que havia acabado de ser libertado do Egito. A seguir alguns exemplos:
1. Em Gênesis 3:20 está escrito “E chamou Adão o nome de sua mulher, Eva; porquanto ela era a mãe de todos os viventes”, mas isto foi dito bem antes do nascimento de Caim e Abel.
2. Outro exemplo é Gênesis 4:20-21 onde Moisés diz “Ada deu à luz a Jabal, que foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado.O nome do seu irmão era Jubal, que foi pai de todos os que tocam harpa e flauta.”, mas não àquele tempo da narração.
3. “…e Judas Iscariotes que também O “traiu”, mas essa traição só ocorreu depois de 3 anos. Todavia, o evangelista fala como se fosse naquela época.
4. Confira exemplos como 1 Samuel 4:1 com 1 Samuel 7:12
5. Em Gênesis 10:4-5 não havia nenhum Gentio na época de Noé. Mas Moisés antecipadamente já chamava de gentios aqueles povos.
6. Gênesis 2:24 fala sobre o pai e a mãe do primeiro casal, mas não havia nenhum e nem outro naquele momento.
7. Em Gênesis 2:10-14 há menção da terra de Cush. Cush era um nome comum para a terra do Egito pelos dias de Moises. Moises diz que sua própria esposa era da terra de Cush (Números 12:1).
8. Quando Moises escreveu o livro de Êxodo para os hebreus, ele mencionou a razão por que eles guardaram o sábado tomando como exemplo a criação (Êxodo 20:8-11), embora este fato só foi finalmente revelado quando se deu os eventos registrados em Êxodo 16.
Outra, a palavra “lembra-te”, não se reporta ao passado como preferem alguns adventistas, mas ao futuro, doravante eles teriam de lembrar-se do Senhor seu Deus e dos seus mandamentos. É inadmissível pensar que esta palavra se refere ao passado sendo que a lei só veio 430 anos depois de Abraão e nenhum patriarca guardou o sábado. Deus disse para Israel: “E Moisés disse ao povo: Lembrai-vos deste dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou daqui; portanto não se comerá pão levedado” Êxodo 13.3. Certamente que eles nunca haviam observado aquele dia antes, como poderiam se lembrar disso? Mesmo que a expressão “lembra-te” reportasse ao passado, não quer dizer que eles estavam fazendo menção desde Gênesis, por que o sábado havia sido determinado algumas semanas antes do decálogo estar em vigor no Monte Sinai. Sendo assim, isto pode perfeitamente recorrer a algum tempo atrás, mas dentro do contexto de Êxodo 16, não antes, quando o sábado foi dado juntamente com o maná pela primeira vez no deserto.
Diz certo comentarista: “A palavra Lembra-te deve ser entendida não como “recorda aquilo que já sabes”, mas “conserva em lembrança perpétua”. O repetido desprezo do sábado por parte de gerações posteriores ilustra e confirma a necessidade desse mandamento ser ‘relembrado’.” (Novo Comentário da Bíblia)
9. Por ai percebe-se que o registro de Gênesis onde mostra Deus santificando o sétimo dia, aconteceu somente em Êxodo, no monte Sinai. Mas como Moises escreveu seus livros depois do episódio do monte Sinai, depois que o sábado já havia sido dado como mandamento no deserto, ele quis dar uma razão, um exemplo, então passa a ilustrar com o descanso criativo de Deus.
10. Como já mostramos isto é muito comum e é visto até hoje em dia. Por exemplo, nós costumamos dizer que o Papa João Paulo II nasceu em 1920, mas com isso não queremos dizer que naquela época ele já era Papa. Isso nada mais é que uma prolepse. Assim também quando o sétimo dia é mencionado em Gênesis, é uma antecipação, mas o mandamento de guardá-lo só veio aparecer na época de Moisés, milhares de anos após


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04/03/2013

Tim Keller – Como o Evangelho muda a nossa apologética .







Por Tim Keller-


A apologética é uma resposta à pergunta “Por quê?”, depois que você já deu às pessoas uma resposta à pergunta “O quê?”. A pergunta o que, obviamente, é “O que é o evangelho?”. Mas, quando você chama as pessoas a crerem no evangelho e elas perguntam “Por que eu deveria crer nele?”, então você precisa da apologética.

Eu tenho ouvido muitos cristãos tentarem responder à pergunta por que voltando para o que. “Você deve crer porque Jesus é o Filho de Deus”. Mas isso é responder ao porquê com mais do quê. Cada vez mais nós vivemos em um tempo no qual você não pode evitar a pergunta por que. Apenas fornecer o quê (por exemplo, uma apresentação vívida do evangelho) funcionava nos dias em que as instituições culturais criavam uma atmosfera na qual o Cristianismo comumente era reconhecido como verdadeiro ou, pelo menos, honroso. Porém, em uma sociedade pós-Cristandade, no mercado de ideias você precisa explicar por que é verdadeiro, ou as pessoas irão simplesmente deixá-lo de lado.

Apesar disso, há muitos cristãos atualmente que dizem: “Não faça apologética, simplesmente exponha a Palavra de Deus – pregue, e o poder da Palavra irá impactar as pessoas”. Outros argumentam que “pertencer vem antes de crer”. Eles dizem que a apologética é uma abordagem racional, iluminista, e não uma abordagem bíblica. As pessoas devem ser trazidas para dentro de uma comunidade onde elas podem ver o nosso amor e as nossas obras, experimentar o culto, ter as suas imaginações capturadas, e a fé se tornará confiável para elas.

Há um certo mérito nesses argumentos. Seria de fato excessivamente racionalista afirmar que nós podemos provar o Cristianismo de tal maneira que qualquer pessoa racional teria de crer nele. Na verdade, tal afirmação desonra a soberania de Deus ao reverenciar a nossa razão humana autônoma. A comunidade e o culto são importantes, porque as pessoas chegam à convicção através de uma combinação de coração e mente, um senso de necessidade, refletindo intelectualmente e observando a comunidade.  Todavia, eu também já vi muitos céticos serem trazidos a uma calorosa comunidade cristã e, ainda assim, questionarem: “Por que eu deveria crer em você e não em um ateu ou muçulmano?”. Nós precisamos ser cautelosos antes de dizer “Simplesmente creia”, porque o que nós estamos de fato afirmando é: “Creia porque eu estou dizendo”. Isso soa como um jogo de poder nietzchiano. É muito diferente de Paulo, que arrazoava, argumentava e provava no livro de Atos, e de Pedro, que nos chamou a dar razão da nossa esperança em 2Pedro 3.15. Se a nossa resposta é: “Nossas crenças podem parecer totalmente irracionais para você, mas, se você ver o quanto nós amamos uns aos outros, você desejará crer também”, então nós iremos soar como uma seita. Então nós de fato precisamos fazer apologética e responder à pergunta por quê.

Contudo, o problema com uma apologética exclusivamente racionalista (“Eu vou provar a você que Deus existe, que Jesus é o Filho de Deus, que a Bíblia é verdadeira etc.”) é que isso, em um sentido, põe Deus no banco dos réus para ser julgado por pessoas supostamente neutras, perfeitamente racionais, objetivamente sentadas no trono da Razão. Isso não se encaixa com o que a Bíblia diz acerca da realidade do pecado e do pensamento sempre prejudicado e distorcido produzido pela incredulidade. Por outro lado, uma apologética exclusivamente subjetivista (“Convide Jesus para entrar na sua vida e Ele irá resolver todos os seus problemas, mas eu não posso dar-lhe quaisquer boas razões, simplesmente creia com seu coração”) também falha em produzir convicção verdadeira do pecado e da necessidade.

Não haverá qualquer alegria na Graça de Jesus, a menos que as pessoas vejam que estão perdidas. Assim, uma apologética moldada segundo o evangelho deve não apenas apresentar o Cristianismo, mas também deve desafiar a cosmovisão dos incrédulos e mostrar onde ela (e eles) têm um problema real. Isso é o que eu geralmente tento fazer, e no próximo post eu mostrarei o que eu diria se tivesse uma hora para fazer uma defesa completa do Cristianismo.
Por Tim Keller. © 2012, Redeemer City to City. Website: www.redeemercitytocity.com. Original: How the Gospel Changes our Apologetics, Part 1
Tradução: VoltemosAoEvangelho.com.


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