A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço!

Martinho Lutero

21/01/2008

O TEMPO SE SOLTA DOS RELÓGIOS!







O que mata um jardim,Não é o abandono...
O que mata o jardim é esse olhar vazio,
De quem por ele passa indiferente.


O grande tormento do ser humano,as dúvidas que sobrevoam seu universo e o eleva a uma forma de pensamento que tenta desconstruir ''o absoluto'' para uma tentativa de buscar valores morais que não estejam relacionados com o sagrado ou Deus,isto já veio no principio de tudo, o sentimento que impulsiona a existencia,que faz arder em indagações e aumentou ao logo da história da humanidade, uma dúvida inquieta - existe um ser? é possivel existir um Deus?O mundo secularizado no presente tenta derrubar com todas as sortes de ilusões oferecidas pelo avanço tecnológico, para temporariamente aliviar a crise existencial do ser humano.O grito aflito pedindo socorro há uma moral agregadora para subistituir o que falava e não se fala mais - o Deus qua antigamente conversava com o ser homem reservou-se o direto de não falar mais? Não,simplesmente o homem socializado perdeu o sentido existencial que nos faz perceber que somos parte de uma constituição que abragem tudo que percebemos de dentro para fora e de fora para dentro,isso sim, é uma percepção que liga sua existencia ao sagrado profundamente e inabalável,por que faz parte de toda essa criação e os valores morais surgem como fenômenos de toda essa interação dependente do divino,uma dança entre ''o absoluto e sua criação".

No momento que o ser objeto perde esse sentido o sintoma é a cegueira,a dúvida,os transtornos existenciais, então o caminho é uma busca por fenômenos morais que não vem do ''absoluto'' e sim, de uma luz humana sem qualquer relação com o sagrado.Esse é o problema que atormentou os existencialistas Heiddeger e Jean Paul Sartre e antes deles Nietzsche. Nietzsche com ''Deus está morto'' ,Heiddeger na idéia de ''o renascer de Deus'', Sartre chama de ''o absurdo"com a livre invenção de sentido e valor. Eles se desligaram daquilo que ''é'' e de que se constitui,que faz parte de uma constituição ''absoluta'' que liga o ser existente aquilo que está acima disso, quando há essa reciprocidade ,há Deus, ai ela passa a ser isso, uma atitude antológica relativo ao ser em si mesmo, em sua dimensão ampla e fundamental, o contrario é viver as margens das especulações filosóficas,teológicas,vindo de dentro para fora, é o distanciamento de quem constitui (Deus),do que estar constituido(o mundo e todos os objetos,seres), e do que estar sendo parte dessa constituição(ser humano)!

O que preocupa hoje em dia é a cegueira da humanidade e a falta de sensibilidade em não ver essa ligação cognoscitiva.Duas crianças, ambas de 4 anos, brincando sentadas uma de frente para outra, ele down, ela cega. Ele oferecia os brinquedos para ela, e é claro que ela não estendia as mãos para pegá-los. Depois de algumas tentativas, ele mudou de atitude, abriu a mãozinha dela e colocou o brinquedo, fechando-a cuidadosamente. Ela retribuiu com um luminoso sorriso! isto é, despreocupado, enriquecido, humanizado, sedimentado numa atitude cognoscitiva capaz de instaurar um encontro essencial.E é justamente ai onde se encontra também o divino, ''o absoluto''.

O ''ser'' humano perdeu o contato que tinha antigamente por que simplesmente abandonou sua casa e sua forma de olhar para ela,basta olhar para o nosso planeta e ver que ele está doente e Deus se distanciando desta antiga harmonia que viviamos e que hoje não temos mais,ficamos na escuridão do ''eu'' e tentamos materializar valores de uma permanente embreaguês intelectual e pragmática, o resultado é que viramos um cancer para a natureza, a reação da mesma não será benéfica .

Já não fazemos parte do ''todo'' constituido, por que permitimos a razão soberba nos afastar de Deus, Deus no entanto quer que façamos parte desse ''todo'' e somente pelo ''todo'',se chega a Deus, quando percebemos isso,passamos a amar,o amar a Deus limita a filosofia e a teologia. O amor é justamente a luz que penetra as extremidades das nuvens escuras e finda a tempestade existencial do ser humano,todas as nossas incertezas viram certezas,quando você percebe ''o absoluto'',sendo parte dele,se constituindo no que já é constituido"

Texto Heuring Felix Motta

10/06/2008

14/01/2008

ENTRE O DEUS MORAL E O ECLIPSE DE DEUS!




Uma idéia que se forma, pode virar um segmento ou um modo de vida enraizado muitas vezes em convenientes formas pessoais e limitado, de ver e perceber o mundo, por que o que pode ser mudado é assustador para muita gente que vive uma moral que se chama Deus-moral e de que não tem nada haver com o altíssimo tu. Deus se tornou moral e essa moral acabou o matando ‘’segundo Niechetze ‘’- Esse Deus que o nome em si carrega uma historia de sangue e crimes cruéis, esse Deus se alimenta de toda essa sujeira e cada dia fica forte, por que o mundo o alimenta, por que ele habita nas mentes obscuras e incertas, de pessoas frustradas que persistem em não enxergar o óbvio, abandonando todos os sentidos e contemplações da inerente força do ''tu'', que mata o Deus-moral e o Deus da natureza, pois a concepção externa desse Deus também não consiste na concretização de um Deus que se manifeste dando sentido – pelo contrario é mais um Deus imaginário que acha sua lógica na beleza e na pluralidade das cores.

Deus-moral é doente e cruel, vive colocando regras e criando leis, os primeiros desobedientes da raça humana tiveram uma percepção de Deus, a relação foi que depois do pecado veio o pavor, a incerteza, mas o altíssimo os confortou e logo o ser humano prestou homenagens ao Deus verdadeiro, com sacrifícios enraizados na sinceridade sem se preocupar com condutas mesquinhas, fardos dos mais absurdos para seus filhos, mesmo que seja proibir uma pessoa de tomar um cálice de vinho ou um solteiro que tem que se manter intacto de qualquer pensamento sexual com relação à mulher, frustrando e internalizando todo o seu desejo – o final sempre é catastrófico, - como pode uma barragem de areia evitar a força do mar? Impossível humanamente! – pois conter pode vir: a neurose, histéria, instabilidade geral físico-psiquica, transferências, sublimações, depressões e as mais bizarras atitudes de comportamento que muitas vezes leva a loucura e em casos mais extremos o suicídio.Tudo isso é inerente ao corpo e a mente humana é composta por dispositivos que sendo alterados pode levar a todas essas variáveis. Esse pensamento religioso tem base na idade média nas cidades e mosteiros da europa, onde a igreja católica reprimia seus lideres e o povo com uma concepção de Deus-moral, uma justificativa para manipular, mentir, matar e roubar pessoas .

O resultado é tão devastador que a própria pessoa procura respostas a seu Deus-moral e ele simplesmente não responde, não atende, por que esse Deus jaz tombado e imóvel por sua própria arrogância, que foi projetada pelo ego daqueles que acreditam que ele é assim,e quem pensar de outra maneira será julgado por blasfêmia ou açoitado no lago de chamas morada dos capetas!

Como limpar o nome do altíssimo? Como tirar essa carga de crimes e rios de sangue que carrega o nome de Deus? – “ o eclipse da luz celeste, eclipse de Deus e, com efeito, o que caracteriza o momento do mundo que vive...” Martin Buber – O que temos do ‘’tu’’é exatamente um eclipse que se revela de uma forma que você tem que se perceber, é uma concepção interna de todo o ''eu'', um mergulho a si mesmo, um estudo para compreender tudo que se passa dentro de você e com tudo isso ainda, fazer uma junção do que é perceptível externamente e no momento presente de sua vida, daí você perceberá o eclipse de Deus, pois ele está acima do Deus-moral humano, decadente e vazio, por sua avarenta forma de possuir o mundo e a todos, os olhos paranóicos que observa aos que se esconde, este está institucionalizado e se tornou o “eu” quando o Deus verdadeiro livre como o vento, perfeito e infinitamente poderoso é o ''tu''.

É comum ver pessoas defendendo com fervor suas idéias a respeito de Deus, até o ponto de enxergar somente suas percepções do mundo palpável externamente e do que recebe de fora para dentro, fazendo uma tempestade em si mesmo, por que absorveu durante toda sua vida um mundo totalmente projetado e uma concepção idealizada puritana ou profana, de que é assim e ponto final, por que foi assim que ela aprendeu e por que será assim que seus filhos aprenderão, por que é assim que a “igreja” pensa, e só assim que a sociedade vive e por ter uma nova ótica sobre o tudo, pode atrair a irá divina do Deus-moral - absurda idéia!

Seu ''eu'' quer o “tu”, Deus de fato, por que você simplesmente sabe quase que instintivo,que este Deus-moral não faz sentido algum, este Deus imóvel e sem cor, não transporta o seu “eu” a perceber o antagonismo das coisas e de tudo que leve ao encontro do eclipse do Deus paradoxo. Quando você percebe o eclipse de Deus, você é transportado para o cosmo e passa a fazer parte dele, parte do “tu” e o “tu” parte de você, um encontro entre criador e criatura!




Texto de Heuring Felix

10/06/2008

13/01/2008

DIZEM QUE EU SOU ANARQUISTA!


Já ouvi muita gente dizer que sou um ser anárquico. Acho graça e não digo nada.

Anárquicos gostam de caos. Eu gosto de liberdade com respeito e limites nas fronteiras do que é bom e reverente para com meu próximo.

Anárquicos odeiam governos. Eu, todavia, amo todo bom governo.

Anárquicos abominam autoridades. Eu respeito com muita alegria toda verdadeira autoridade que se expressa como dignidade de consciência.

Anárquicos sentem-se sufocados ante as seqüências... Eu amo ver as coisas irem até o seu clímax.

Anárquicos amam o que eu detesto.

Amo liberdade. Mas não sei viver sem reverência e respeito.

Não sei viver sem espontaneidade. Mas não agüento a confusão e a bagunça.

Freqüentemente improviso as coisas. Mas ninguém fica sabendo, porque meu improviso tem ordem.

Não consigo ter problema com poderes que existam para servir. Mas tenho todos os problemas com os governos que existam para explorar.

Não sinto inveja de ninguém. Mas não gosto de ser imitado de forma estereotipada.

Não ligo para controlar nada. Mas não aceito que aquele que de mim recebeu delegação se comporte ou como o administrador infiel ou como os vinhateiros usurpadores do que lhes foi legado.

Dou muito valor ao tempo. Mas não existo para servi-lo.

Topo todas as mudanças para melhor. Mas tem que ser para melhor mesmo.

Basto-me com muito pouco. Mas não aceito nada menos que o melhor em mim.

Amo a paz. Mas não agüento a injustiça.

Aborreço sujeira deliberada e não nasci para ficar com raiva e quebrar pratos ou vasos na parede. Por isso gosto de ver os ambientes arrumados.

Durmo em qualquer lugar e me sinto em casa com muita facilidade. Mas minhas raízes são do Amazonas.

Ando sem medo. Mas não busco o perigo; só não fujo dele quando é impossível evitá-lo.

Assim, como posso ser um anarquista?

O que sou é apenas o resultado de crer no Evangelho. E o Evangelho é assim. Jesus não tinha onde reclinar a cabeça quando não tinha onde reclinar a cabeça. Mas quando tinha, a reclinava com conforto. Jesus fugia da confusão, embora Seu existir a provocasse. Jesus não tinha problema com perfume, com vinho, com óleo aromatizado na cabeça, com veste sem emendas, com beijo, com abraço, com alegria, com gente bela, com gente horrível, com malandros francos, com religiosos sinceros, com gente boa ainda que equivocada...

Jesus estabeleceu uma ordem que subvertia todas as ordens, mas era e é uma ordem.

E mais: Jesus tinha ritos.

Ele orava com freqüência. Ele dava graças quando comia. Ele preparou Sua morte com os rigores do cumprimento profético na forma de gestos-ritos. E sobretudo, Ele celebrou as festas de Israel, a Páscoa, e estabeleceu o rito do partir do pão e do beber o vinho de modo comunal.

A mente no tempo e no espaço precisa de ordem e de ritos. Ritos constituem a ordem psicológica mais essencial. Ritos que não se tornam freqüentes, insistentes, e aflitos, são essenciais à saúde da mente. Sem ritos a existência no tempo e no espaço se esvazia dos seus significados mais profundos.

Ora, quem me leu até aqui não deve estar entendendo nada. Eu? Falando de ritos? Sim! Eu mesmo! Sim! Porque mesmo sendo completamente espontâneo conforme a espontaneidade, mantenho uma solenidade essencial em meu ser. Meu ser é solene. Minha alma ama o que é cheio de silêncio e observação. E quando celebro nos cultos com os irmãos, mesmo sendo espontâneo, nada faço sem o sentido de solenidade. E nem sinto que estou fazendo...

Sou assim. Portanto, não sou um anarquista.

Hoje me angustia ver como as almas humanas não têm mais ritos.

Têm TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo), mas não têm ritos.

Têm “tiques”, mas não têm gestos significativos e conscientemente simbólicos.

Seus movimentos são agitações. E quase nunca são construções de uma arquitetura psicológica lúcida, mas apenas condicionamentos nervosos.

A saúde da existência no tempo e no espaço não prescinde jamais de símbolos e significados. E não serve usar logotipo. Símbolos da alma não são logomarcas.

Símbolos ajudam a criar um jardim na alma. Sim! Quando são símbolos de amor e de memória de bondade!

Pense no que eu disse. Não é bobagem!



Na Cruz, que não é logomarca, mas a marca do Logos,

Caio Fabio
10/06/2008

09/01/2008

ÁRVORES NUAS E CINZAS



Buscar aquilo que se perdeu, o que ficou e morreu por voltar a ser, ressucitar,dar vida ao que foi tomado,resgatar a chama que se apagou pelo sopro gélido da impureza,da incerteza do emaranhado mundo das idéias nascidas do medo da devastadora e penetrante luz da verdade,plena e clara assim como o céu azul sem nenhuma partícula de nuvem,limpa e ilimitadamente puro.

Não é um ideal, Nenhuma filosofia, nem um ponto de vista, mas a inerente chama de Deus impregnado no ser,mesmo que negue e renegue,encarnando Pedro em suas duvidas humanas que o fez ser o que ele foi,mesmo que seja imaginação,utopia,ilusão, com toda busca e paixão pelo materialismo e o veneno do produto homem-do-meio que lhe obriga a ser escravo do sucesso, conquistar com sucesso,trabalhar com sucesso,comer e beber com sucesso,vestir o sucesso,falar e escrever com sucesso,,fazer sexo com sucesso para que sua digníssima esposa ou namorada fale para sua amigas que você é um...rs,sucesso total ,despertando o desejo e a imaginação das mesmas.

Essa é a sociedade que vivemos e os brotos dessa árvore são os filhos,que impõe sobre os desfavorecidos no processo de separação de mundos e classes, o meu é melhor do que o seu,o carro do meu pai é importado e o seu é popular, o meu condomínio tem piscina e o seu nem segurança tem. Comprovei isso na minha recente viagem a Cidade e capital Aracaju,conversando com um taxista sobre o comportamento dos adolescentes que freqüentavam o shopping jardins, o taxista me dizia que os adolescentes daquela cidade só pensam em posição e privilégios sociais, se desfazendo dos mais pobres. Não quis comentar sobre o assunto mais acredito que ele ou o filho dele deviam ter sido vitimas deste produto enlatado mede in burguesia alienada,árvores nuas e cinzas sem esperança do verde,que inibi a pluralidade da natureza, sufocando e criando desertos de ilusões, por isso que há um crescimento de suicidas, não me surpreende isso,um câncer em fase terminal,vazio,vazio...!

Jesus abominou e lutou contra tudo isso, ele foi ao deserto para ver todas essas ilusões, vontade de ter e ser, dúvidas, todos os perigos que habitam um deserto para uma introspecção com uma reflexão que beirou a fraqueza, mas seu final foi transceder tudo isso e andar oposto a essa estrada,a esse mundo humano-social podre,contaminado com um vírus contagioso de suas sufocantes e suicidas vaidades, em uma singularidade quase idiota chegando a burrice, que reflete ate nas comunidades religiosas, seus próprios lideres ensinam que é bom fazer amor com a riqueza.

Pare o mundo que eu quero subir agora,rs,espero que Deus tenha misericórdia de mim,misericórdia das comunidades sociais,das comunidades religiosas,dos seus monstrinhos de ternos e de seus adolescentes enlatados, que estão muito mais preocupados com a próxima balada do que ler um bom livro.Que Jesus seja realmente lembrado e vivido como espelho e nos faça pensar como somos perversos e feios diante do seu amor,só assim estaremos começando a trilhar um caminho que levará ao reino que ele fez,mas que poucos alcançarão!

Heuring Felix Motta

09/01/2008

HOJE NÃO HÁ RAZÕES PARA O OTIMISMO!



Hoje só é possível ter esperança. Esperança é o oposto do otimismo.

Otimismo é quando, sendo primavera do lado de fora, nasce a primavera do lado de dentro. Esperança é quando, sendo seca absoluta do lado de fora, continuam as fontes a borbulhar dentro do coração. Camus sabia o que era esperança. Suas palavras: E no meio do inverno eu descobri que dentro de mim havia um verão invencível... Otimismo é alegria por causa de: coisa humana, natural. Esperança é alegria a despeito de: coisa divina. O otimismo tem suas raízes no tempo. A esperança tem suas raízes na eternidade.

O otimismo se alimenta de grandes coisas. Sem elas, ele morre. A esperança se alimenta de pequenas coisas. Nas pequenas coisas ela floresce. Basta-lhe um morango à beira do abismo. Hoje, é tudo o que temos ao nos aproximarmos do século XXI: morangos à beira do abismo, alegria sem razões.

A possibilidade da esperança...


Ruben Alves

09/01/2008

PAZ E EFEITO BORBOLETA


Tudo no mundo é dialético, não porque Hegel e Marx o disseram e, antes deles, o pré-socrático Heráclito. Mas porque essa é a lei das coisas, regida pelo caos e pelo cosmos e pelo sim-bólico (o que une) e pelo dia-bólico (o que desune).

O efeito dialético da guerra da vergonha movida por Bush contra o Iraque é o triunfo do movimento pela paz através do mundo inteiro. Os operadores da paz não são apenas os grupos pacifistas, mas a própria sociedade civil mundial, que se convenceu (enfim) de que a guerra não é solução para nenhum problema. Ela mesma é um problema para a humanidade, pois, se não for controlada, vai acabar com a humanidade. E desta vez não podemos vacilar.

Nos dias que antecederam a guerra e mesmo após, continuaram pelo mundo as manifestações em favor da paz. Um interlocutor cético do interior da selva amazônica me informou por e-mail que, também lá, se fizeram com índios, seringueiros e ribeirinhos, manifestações pela paz, levando cartazes e gritando consignas. E pedia minha opinião, pois estimava que tudo isso não adianta nada, porque o século XXI será o século dos Estados Unidos e que a guerra ''inteligente'' é o meio insuperável para impor a ''pax americana''. E perguntava: que significa esse gesto, realizado no mais ignoto dos lugares, para a paz mundial?

Eu respondi mais ou menos nos termos que seguem. Há uma convicção do senso comum da humanidade de que a luz, por mais fraca que seja, vale mais do que todas as trevas juntas, porque basta um palito de fósforos aceso para exorcizar toda a escuridão de uma sala e mostrar a porta de saída. A luz, por sua natureza, faz o seu curso misterioso pelo espaço e será sempre captada por espíritos de luz. Escrevi ainda que o bem possui uma força singular, como a força do amor. Por isso, no seu termo, nada resiste ao bem. Ele acaba triunfando. Semelhante à força das gotas de chuva sobre os imensos incêndios na Amazônia. Uma gota faz muito pouco, tanto quanto a água trazida pelo beija-flor, que solidário, quer dar também a sua contribuição. Mas a chuva não é feita de gotas? São muitas gotas, milhões de gotas, quais milhões de minúsculos beija-flores que apagam, em poucas horas, o incêndio mais persistente. É a força invencível do pequeno.

Importa crer na força secreta da boa vontade, por menor que seja. O bem não permanece restrito à pessoa que o pratica. O bem é como a luz, uma realidade de irradiação. Como uma onda, segue seu curso pelo mundo, evocando o bem que está em todos e fortalecendo a corrente do bem. O bem é a referência para qualquer ética humanitária.

Essas reflexões óbvias vêm confirmadas pela moderna teoria do caos. Ela alude ao efeito borboleta: um farfalhar de asas de borboleta do meu jardim pode produzir uma tempestade sobre o Pentágono. Quer dizer, tudo é interdependente. Às vezes, o elo aparentemente mais insignificante é responsável pela irrupção do novo. Um desconhecido aponta na rua, com o dedo para o alto, e grita: ''Olha, lá, olha lá''. Pode ser qualquer coisa, quem sabe um objeto não identificado. E, num momento, grupos e multidões começam a olhar na mesma direção. Deu-se o efeito borboleta. O pequeno produziu o grande.

Nessa concatenação, quem poderá negar que a paz não poderá ser deslanchada a partir dessa ignota aldeia do Amazonas? Sim, do pequeno poderá vir a força secreta da paz.

Leonardo Boff


09/01/2008


BIG BEN


Um big ben de teologias e filosofias, um formigueiro de pensadores tentando explicar aquilo que não se deixa entender,religiosos e mercadores da fé,conservadores e pentecostais,todos tem uma resposta e são defensores da verdade que eles se convenceram e que é imposta sobre os desfavorecidos no discernimento, de entender realmente o verdadeiro Deus ou seria o eclipse deste , já que só resta isso para quem percebe de fato o significado sem exageros. Rasgando a simplicidade e dando vida ao cosmo das complexidades e as aspirações convenientes ,para convencer seu próprio eu de que aquilo é bom e lhe fará feliz para sempre,mais complexo,mais distante de ver o eclipse!

Não há segredos, não há ocultismo nas palavras singelas de Jesus,mas, a prática da verdade e da sinceridade que muitas pessoas não querem,por gostarem mais de idealizações e de super-homens para salvarem do seu inerente medo,da falta de confiança e de que é muito mais fácil mentir do que falar a amarga verdade,e é por isso que as pessoas vivem um Deus caseiro e muito pessoal, foi o que aconteceu ao povo judeu e foi por isso que Jesus nao foi compreendido e ainda permanece nos dias atuais a mesma falta de compreensão,certamente ele seria crucificado pelo o povo que se diz ‘’povo de Deus”,certamente ele choraria como chorou por Jerusalém e percebeu de que nada poderia fazer contra aquela imensa onda de corrupção e de idéias distorcidas a despeito de Deus e de seu amor por todos,certamente ele observou e se sentiu humano e impotente com tanta perversidade e prostituição das leis sagradas (torá),abusos e burrices no que se tratava a respeito de amar e incluir pessoas,mas, a chama da esperança o fazia prosseguir, por que ele estava disposto a pagar o preço!

Heuring Felix Motta

09/01/2008

A CEIA E OS TRAFICANTES DO ÓPIO DO POVO


Tem gente que se não tomar a Ceia sente que o mês não será bom.

Tem gente que se tomar a Ceia num dia em que “não esteja bem”, segundo sua interpretação moral e de justiça própria, poderá morrer... E morre.

Porém, de outro lado, tem gente desejando incluir a Ceia do Senhor no “pacote” de coisas que passaram...

No Rio, quem começou isso foi o “apóstolo” Miguel Ângelo, e já faz tempo... Na verdade, anos.

Eu tomarei e distribuirei a Ceia do Senhor “até que Ele venha”, fazendo “sempre” em “memória” Dele.

E mais: farei sempre como Paulo disse que deveria ser (I e II Coríntios), tanto no significado (I Coríntios 11), quanto no modo (II Coríntios 8-9).

A Ceia é um dos únicos ritos do Novo Testamento, e foi afirmada por Jesus: “todas as vezes... fazei em memória de mim...”.

Paulo manda que assim seja até à volta do Senhor.

Que dúvida ainda pode existir quanto a tomar e ministrar a Ceia ou não nos dias de hoje?

Ora, quem nunca conheceu a Graça, quando dela ouve falar, corre o risco de, não tendo ciência na Palavra e no Espírito, ir para o pólo oposto.

Já o Miguel
não o Arcanjo, mas o “apóstolo” — me disse no início da década de 90, em minha sala, que fazia esses exageros (dizer que não precisava mais haver nem batismo e nem a Ceia) “pra chamar atenção. Coisa de marketing, entende?”, indagou ele de mim.

Eu disse a ele que não entendia, e que fazer marketing com o mandamento é abominação.

Além disso, a Ceia não apenas deve ser tomada e ministrada, mas também pode ser ministrada por qualquer um. E isso é puro e santo.

Essa história de que só “pastor ordenado pela igreja” é que pode ministrar a ceia ainda é um remanescente sacerdotal oficial que a Reforma Protestante não aboliu; ao contrário, fortaleceu.

Reforma... e Ceia.

Discutiram tanto sobre a questão da transubstanciação que não trataram de outra grande perversão: a sacerdotalização da ministração dos chamados “sacramentos”.

Afirmar e impor que somente os “ordenados” pela “igreja” é que podem ministrar o batismo e a Ceia é pecado contra o mandamento da não acepção de pessoas. É o eco de antigos paganismos. É ainda a linhagem do bruxo oficial ou do sacerdote legal prevalecendo entre aqueles que deveriam saber que somos todos um reino de sacerdotes.

A Ceia deve ser tomada e ministrada por qualquer discípulo ou grupo de discípulos, e sempre que a vontade de adoração e gratidão o determinarem.

A Ceia não se gasta. Não tem falta de estoque. Não precisa ser nem economizada e nem exagerada.

Deve ser Eucaristia, ou seja, ação de graças!

A Ceia também não é o rito que sucede o batismo. Ela é, isto sim, o rito de quem crê. Assim, a ordem dos eventos não importa quando a fé já encheu o coração.

Quem determinou a seqüência — primeiro o batismo e depois a Ceia — foi a religião, e isso como mecanismo de controle do povo pela via da gestão autorizada dos sacramentos.

Tudo coisa da Máfia da Crença. Sim! Coisa dos Traficantes de Ópio do Povo!

O papel espiritual e psicológico da Ceia é o de elevar a gratidão por Deus em Cristo.

A Ceia não é a Arca da Aliança, na qual somente os “santificados pelo sacerdócio” poderiam tocar sem morrer — conforme acontece na forma de crença mesmo entre os Reformados.

A Ceia do Senhor é o signo presente da Ceia daquele senhor das parábolas de Jesus. Primeiro foram convidados os que se diziam amigos. Mas como eles não vieram, mesmo sendo “judeus”, então o convite se estendeu a nós, os mancos, coxos, cegos, maltrapilhos, mendigos, doentes, aflitos, perdidos na noite e nos becos do medo e da solidão.

Hoje, como os “cristãos” viraram “judeus” na arrogância da religião, então aquele senhor está mandando chamar outro povo, que a “ele” atenderá com alegria e gratidão e virá feliz para a sua Ceia.

A vestimenta para a Ceia do Senhor
que é a vida e não apenas o rito é aquela que Ele mesmo concede e manda que nos seja disponibilizada para que a vistamos.

É a única veste que nos veste para a Ceia!

A justiça própria, a moral, o virtuosismo das aparências, a integridade, a seriedade, as formalidades, as reverências externas, e todos os gestos sagrados não nos habilitam para fazermos parte, vestidos ou nus, da Ceia do Senhor.

Tomar e comer a Ceia em pecado é tomar e comer com arrogância de justiça própria, com superioridade, com a certeza de ser adequado para aquela hora e papel. Ou seja, com vestes próprias.

Ninguém que tome e coma, tendo um coração quebrantado, grato, arrependido, consciente da Graça e a ela ligado em fé no amor de Deus, jamais tomará a Ceia em pecado. Pois quando o coração está assim, o sangue de Jesus, o Filho de Deus, que é o Cordeiro Eterno, nos purifica Hoje de todo pecado; Sempre!

Ele Tira o pecado do mundo. É sempre ato contínuo...

Tomar a Ceia em pecado é tomá-la sem consciência de gratidão quando já se tem a informação e já se disse que nela se crê.

Bêbados da rua não pecam quando tomam do pão e do vinho. Mas sacerdotes distraídos, indiferentes, hipócritas, mecânicos, ritualistas e ingratos, esses pecam sempre que realizam a Ceia “para os outros” fazendo-o como se fossem autômatos de Deus.

A Ceia também deve suscitar em nós espírito de acolhimento fraterno, deve nos fazer exercitar a generosidade, deve nos estimular a compartilhar com o próximo o nosso pão e o nosso vinho. Pois na igreja do Caminho, todos traziam de casa e a mesa era comum. Quem tinha mais, mais trazia. Quem tinha menos, menos trazia. E quem não tinha nada, trazia a si mesmo, e os demais o serviam em amor. Assim era. Assim deveria ser. Assim pode ser no espírito e no entendimento.

Teria muito a falar. Mas este é um texto em um site, e não um livro.

Entretanto, pense e pratique, pois sei que o que está acima é Evangelho de Jesus.


NEle, que se deu como pão e vinho, em carne e sangue, e que pela Palavra nos serve de Seu Pão e de Seu Vinho,



Caio

09/01/2008