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Martinho Lutero

12/01/2010

Terremoto causa destruição no Haiti; prédio da ONU sofre "graves danos"

















Por Folha Online

O mais forte terremoto em mais de 200 no Haiti causou o colapso de um hospital e sérios danos ao Palácio Nacional, à sede da força de paz das Nações Unidas e a outros edifícios. Funcionários diplomáticos americanos e testemunhas relataram corpos nas ruas e um funcionário de auxílio descreveu "desastre total e caos".

O Haiti é o país mais pobre do Ocidente. O Brasil comanda cerca de 7.000 soldados da força de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti, enviada ao país em 2004, e tem cerca de 1.300 homens na região. O Ministério da Defesa informou, por meio de nota, que houve "danos materiais" em instalações usadas por brasileiros, mas não citou vítimas.

"As Nações Unidas pode confirmar que a sede da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah), em Porto Príncipe sofreu graves danos, juntamente com outras instalações das Nações Unidas", disse o subsecretário-geral para Operações de Paz Alain Le Roy, em um comunicado divulgado em Nova York.

"Os contatos com a ONU no terreno têm sido severamente prejudicados", disse Le Roy, acrescentando que um grande número de pessoas que trabalham para a organização continua desaparecido.

As comunicações foram em grande parte interrompidas, tornando impossível obter um quadro completo sobre os danos, enquanto tremores que se seguiram ao grande sismo continuaram a assustar a população do país extremamente pobre, onde muitas construções são precárias. A eletricidade foi cortada em alguns lugares.

Karel Zelenka, representante da ONG Catholic Relief Services (Serviços de Auxilio Católico), em Porto Príncipe, disse a colegas americanos, antes de o serviço de telefone cair, que deveria haver "milhares de mortos", segundo uma porta-voz do grupo de ajuda, Sara Fajardo.

"A cidade inteira está na escuridão, você tem milhares de pessoas sentadas nas ruas, sem ter para onde ir", disse Rachmani Domersant, um gerente de operações da ONG Food for the Poor (comida para os Pobres) para os pobres, à Reuters. "Eu vi 7 ou 8 edifícios, de edifícios de escritórios a hotéis e lojas, desmoronados [...] Acho que [falar] em centenas de vítimas seria uma minimização."

O porta-voz do Departamento de Estado, PJ Crowley, disse em Washington que o pessoal da embaixada estavam "literalmente no escuro", após falhas de energia.

"Eles relataram estruturas desabadas. Eles relataram uma série de muros caídos. Eles viram um número de corpos na rua e na calçada, que haviam sido atingidos por destroços. Então, claramente, vai haver uma séria perda de vidas", disse ele.

Felix Augustin, cônsul geral do Haiti, em Nova York, disse que uma parte do Palácio Nacional havia desabado.

"Edifícios desabaram por toda parte", disse ele. "Tivemos vidas destruídas [...] Vai demorar pelo menos dois ou três dias para que as pessoas saibam o que está acontecendo."

Um cinegrafista da agência Associated Press viu um hospital destruído em Petionville, perto da capital, bairro que abriga muitos diplomatas e haitianos ricos, assim como muitas pessoas pobres.

Em outra parte do capital, um funcionário do governo americano relatou ter visto casas que tinham caído em um barranco.

Com os telefones sem serviço, algumas das comunicações são feitas por meio de redes sociais na internet, como o Twitter. Richard Morse, um músico bem conhecido que gerencia o famoso Olafson Hotel, manteve um fluxo de relatos sobre as réplicas do tremor e os relatórios de danos.

As notícias, baseadas principalmente em relatórios de segunda mão e fotografias, dão conta de pessoas gritando com medo e estradas bloqueadas com detritos.

A maior parte dos 9 milhões de haitianos vivem em profunda pobreza, e, após anos de instabilidade política, o país não tem normas reais de construção. Em novembro de 2008, após o colapso de uma escola em Petionville, o prefeito de Porto príncipe estimou que cerca de 60% por cento dos edifícios eram construídos de forma precária.

O terremoto foi sentido na vizinha República Dominicana, que compartilha a fronteira com o Haiti, na ilha de Hispaniola, e deixou em pânico moradores da capital, Santo Domingo, muitos dos quais fugiram de suas casas. Mas nenhum dano maior foi relatado.

No leste de Cuba, casas balançaram, mas também não houve relatos de danos significativos.

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