Por A. W. Pink -
Será que encontramos na vontade do homem, competência para aceitar ou rejeitar o Senhor Jesus como Salvador?
Admitindo-se
que o Evangelho é pregado ao pecador, que o Espírito Santo o convence
de sua condição perdida, não é, em última análise, encontrar poder
dentro de sua própria vontade para resistir ou se entregar a Deus?
A resposta a essa pergunta define nossa concepção da depravação humana.
Todo
cristão professo dirá que o homem é uma criatura caída, mas o que o
termo “caído” quer dizer a muito deles, isso será difícil de determinar.
A
impressão geral é de que o homem é agora mortal, que ele não está mais
no estado em que estava nas mãos do criador, que ele tem tendências más,
mas que, se ele empregar seus poderes para o melhor de si, de alguma
forma ele vai ser feliz depois.
Ó, quão
longe e triste da verdade! Enfermidades, doenças, até mesmo a morte
corporal, são ninharias em comparação aos efeitos morais e espirituais
da Queda! É somente através da consulta das Sagradas Escrituras que
somos capazes de obter alguma concepção da extensão dessa terrível
calamidade.
Quando
dizemos que o homem é totalmente depravado, queremos dizer que a entrada
do pecado na constituição humana afetou toda parte facultativa do
homem, todo seu ser.
Depravação
total significa que o homem é, em espírito, alma e corpo, escravo do
pecado e cativos ao pé do diabo, “...nos quais andastes outrora, segundo
o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito
que agora atua nos filhos da desobediência;” Efésios 2.2.
O homem é
incapaz de realizar suas próprias aspirações e concretizar seus
próprios ideais. Há uma incapacidade moral que o paralisa. Não é um
homem livre, mas em vez disso, escravo do pecado e de Satanás: “Vós sois
do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi
homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele
não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio,
porque é mentiroso e pai da mentira.” João 8.44.
O pecado
é mais que um ato ou uma série de atos, é um homem de maquiagem. O
pecado cega o entendimento, corrompe o coração e aliena a mente para ir a
Deus. A vontade não tem como escapar. A vontade está sob o domínio do
pecado e de Satanás. Portanto a vontade não é livre. Em suma, as
escolhas amorosas e afetivas que fazem, fazem por causa do estado do
coração, e o coração é enganoso acima de todas as coisas, e perverso:
”não há quem entenda, não há quem busque a Deus;” Romanos 3.11.
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