A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço!

Martinho Lutero

10/08/2011

Usando Objetos como Muletas de Fé.









Fonte: NAPEC - Núcleo Apologético de Pesquisas e Ensino Cristão





Como uma praga nas igrejas, o uso de objetos para canalizar a fé das pessoas é freqüente, principalmente no meio neo-pentecostal. Qual a utilidade de tais artifícios? Isto prejudica ou ajuda? É bíblico ou não? Vou responder a estas perguntas da forma mais simples possível.


Qual a utilidade destes artifícios?

Segundo alguns defensores desta prática, isto serve para "despertar a fé das pessoas".

Segundo a Bíblia, "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus." (Romanos 10.17) e "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se vêem. Porque, por ela, os antigos alcançaram testemunho." (Hebreus 11.1-2), são colocações por demais suficientes para afirmar que é a Palavra de Deus que desperta a fé, e é uma coisa que não se vê. A fé deve se voltar para algo mais espiritual, e não físico.


Isto prejudica ou ajuda?

Criando estes "pontos de contato", como são chamados, a fé é depositada onde? Nos objetos ou em Deus? Se eu tenho uma "pequena cruz que espanta os demônios", eu preciso resistir ao pecado, e ao diabo, para que ele fuja de mim? Se eu tenho um "saquinho de sal que traz libertação", preciso me arrepender dos meus pecados e aceitar a Cristo para deixar de ser escravo do pecado?

Respostas sinceras a estas perguntas devem deixar claro que o uso destes objetos prejudica a comprensão de Deus e do nosso papel perante Ele.


É bíblico ou não?

O texto de Atos 19.11-12 diz os seguinte: "E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias, de sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saiam". Este é um dos textos mais usados para defender esta 'doutrina'. Vamos analisá-la em partes, usando uma boa exegese. Vou fazer algumas perguntas, e as respostas têm de vir dos versículos supracitados.


a) Quem fazia maravilhas extraordinárias? "E Deus..."

b) Pelas mãos de quem se faziam coisas maravilhosas? "...pelas mãos de Paulo..."

c) O que foi levado de Paulo aos enfermos? "...os lenços e aventais se levavam do seu corpo..."

d) Quando Paulo ungiu os lenços e aventais? "..."

e) Paulo distribuiu os aventais e lenços? "..."

f) Onde Paulo ensinou que tal procedimento era necessário para a cura e libertação dos espíritos malignos? "..."


E mais uma pergunta: Onde Jesus ensinou tal doutrina?


Há outras passagens, como João 9.5-7, que poderiam ser analisadas. Mas basta uma leitura um pouco mais atenta para verificar que são apenas casos especiais, e não doutrinas. Não são modos-padrão de operação. Tomar como doutrina é ir além do que a Bíblia ensina.

A Bíblia é nossa regra de fé e de prática. Qualquer acréscimo deve ser desconsiderado, assim como retirar partes dela. Ainda mais quando contraria ou distorce o que a Palavra de Deus diz. Pior do que a mentira é a perversão da verdade.



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