A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço!

Martinho Lutero

19/07/2011

O Conceito de ansiedade em Paul Tillich e na psicanálise



















 







 Por Claudismari Zambon


A ansiedade é uma experiência humana universal que nos remete a uma questão essencial: qual o significado da ansiedade e sua importância no desenvolvimento do ser humano? Há uma razão existencial para a ansiedade? Ou talvez uma razão intrapsíquica?
Paul Tillich em seu livro A Coragem de Ser descreve três tipos de ansiedade, as quais são consideradas existenciais no sentido em que pertencem à existência como tal e não a um estado anormal da mente como na ansiedade neurótica (e psicótica).

A psicanálise, por sua vez, considera que a ansiedade representa importante papel no processo de adaptação e equilíbrio do indivíduo, estando relacionada com a experiência de um temor internalizado que pode originar-se de várias fontes do aparelho mental. Para a psicanálise, a angústia (ansiedade) mobiliza os recursos internos do indivíduo para a solução de seu impasse existencial, seus conflitos. Reconhecer-se finito, não-onipotente, não-perfeito, passível de morte e desagregação põe por terra a crença narcísica do indivíduo e, somente com a aceitação de sua finitude, com a frustração é que o indivíduo encontra saídas sublimatórias para seus conflitos.

1. A ANSIEDADE SEGUNDO PAUL TILLICH

A vida é definida por Paul Tillich como sendo a atualização do ser potencial. Em todo processo vital ocorre essa atualização. Os termos "ato", "ação", "atual" denotam um movimento com centralidade dirigida para diante, um sair do centro de ação. Mas esse sair-de-si ocorre de tal forma que, para Tillich, "o centro não se perde nesse movimento centrífugo. Permanece a auto-identidade na auto-alteração." O outro, no processo de alteração se dirige tanto para fora do centro como para dentro dele novamente. Dessa forma distingue três elementos no processo da vida: auto-identidade, auto-alteração, e volta para si mesmo. "Potencialidade se torna atualidade somente através desses três elementos no processo que chamamos vida".

A primeira função da vida é a auto-integração em que é estabelecido o centro da auto-identidade, impelido à auto-alteração e re-estabelecido nos conteúdos daquilo em que foi alterado. Existe centralidade em toda forma de vida, tanto como realidade quanto como tarefa. O movimento no qual a centralidade se atualiza é chamado de auto-integração da vida.

A primeira das polaridades na estrutura do ser é a de individualização e participação e se expressa na função de auto-integração mediante o princípio de centralidade. Centralidade é uma qualidade da individualização, na medida em que a coisa indivisível é a coisa centrada. Ou seja, o centro é um ponto e o ponto não pode ser dividido. Um ser plenamente desenvolvido é um ser plenamente centrado. O termo "centralidade" se deriva do círculo geométrico e é aplicado metaforicamente por Tillich à estrutura de um ser no qual um efeito exercido sobre uma parte tem conseqüências para todas as partes, direta ou indiretamente.
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