Por - Rev. John Piper. -
Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, Seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus.”
1 Coríntios 5.3-5
Ele continua no verso 4: “Quando vocês estiverem reunidos em nome de nosso Senhor Jesus (que é o motivo de não estarmos fazendo isto em particular, mas na assembléia da igreja), estando eu com vocês em espírito (ou seja, vocês podem contar com a aprovação de Paulo e a presença de sua influência por oração), estando presente também o poder de nosso Senhor Jesus Cristo, entreguem esse homem a Satanás, para que o corpo seja destruído, e seu espírito seja salvo no dia do Senhor”.
Pode ser que simplesmente colocar uma pessoa para fora da comunidade da aliança seja o mesmo que entregá-lo para Satanás, mas eu não creio assim. Quando Paulo diz, no fim do verso 4, “estando presente também o poder de nosso Senhor Jesus Cristo”, creio que ele nos mostra que alguma coisa a mais está acontecendo – alguma coisa que envolve a necessidade do poder de Jesus para acontecer. Paulo assim fez pelo menos mais uma vez, até onde eu sei (I Timóteo 1:20): “Entre eles estão Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar”.
Isto é parecido com algo que aconteceu no livro de Jó. A única vez que a Bíblia cita, além das cartas de Paulo, o “entregar alguém a Satanás” com estas mesmas palavras, ocorre em Jó 2:6, que diz, literalmente, “e o Senhor disse a Satanás: Pois bem, eu o entrego em suas mãos; apenas poupe a vida dele”.
O próximo versículo diz “Saiu, pois, Satanás da presença do Senhor e afligiu Jó com feridas terríveis, da sola dos pés ao alto da cabeça.” E o resultado do gracioso propósito de Deus? Jó 42:5-6: “agora os meus olhos te vêem (Oh Senhor) e menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza”.
Então Satanás se tornou o meio, debaixo do soberano controle de Deus, para purificar o coração de Jó e trazê-lo para mais perto do que nunca de Deus. Essa não é a única vez que Deus usa Satanás para fazer isso. Em II Coríntios 12, Paulo descreve seu espinho na carne como um mensageiro de Satanás, o qual Deus diz ser para a humildade de Paulo e para a glória de Cristo. Verso 7: “Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar” – para impedir que eu me exaltasse!
Quando Paulo orou para que Jesus dele tirasse o espinho, a resposta que recebeu foi: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Note que quem está no controle se o “mensageiro de Satanás” é retirado ou não é Cristo. É por isso que é tão importante no nosso texto (v. 4) quando Paulo diz que entregar alguém para Satanás é “com o poder do Senhor Jesus Cristo”. Não temos o poder ou a autoridade em nós mesmos para fazer isso.
Eu encerro com minha esperança, que espero também seja a de vocês. Jesus reina sobre Satanás. E Ele usa Satanás, nosso arquiinimigo, para salvar e santificar Seu povo. Ele levou Jó da penitencia à prosperidade. Ele levou Paulo ao ponto em que ele poderia exultar-se em sua tribulação e fazer manifesto o poder de Cristo.
E Paulo espera que o resultado de entregar esse homem à Satanas será a salvação de sua alma no dia de Cristo. Ou seja, o objetivo de Paulo – nosso objetivo – em entregar alguém a Satanás é que alguma miséria impressionante virá de tal maneira que ao final a pessoa possa dizer como Jó: ”meus olhos viram o Senhor, e menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza”.
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